No dia 16 de julho, cidade teve um óbito suspeito que aguarda resultado do exame para confirmação
A responsável pela Vigilância Epidemiológica, Gisele Flausino, e Antônio José Manrique, diretor municipal de saúde, foram entrevistados no ‘Jornal do Meio Dia’, da rádio Difusora, e fizeram um balanço semanal sobre a situação da cidade com relação ao novo coronavírus. O diretor municipal da saúde falou sobre verbas, e Centro de Especialidades, enquanto Gisele comentou sobre a ampliação da testagem e uma possível regressão da região para a fase vermelha.
Verbas
“Essa semana, recebemos cerca de R$700.000,00. Desse valor, R$250.000,00 do deputado federal Samuel Moreira, R$200.000,00 do deputado Eduardo Cury, por interferência do ex-deputado Silvio Torres, a pedido dele essas verbas chegaram e estão à disposição. Temos também R$100.000,00 do deputado Baleia Rossi e R$150.000,00 do deputado federal Luiz Philippe de Orleans Bragança. A grande vantagem que vimos nessas verbas, que é algo ótimo para a Secretaria, é que será aplicada para custeio geral. Pode ser usado para aquisição de medicamentos, para pagamento do pessoal envolvido no combate contra o coronavírus, utilizado para pagamento de horas extras, porque alguns postos nossos, como o PPA Central e Pediatria que são referências em coronavírus, tiveram horário de funcionamento ampliado, o que gera hora extra. O dinheiro veio de uma forma que dá muita flexibilidade para a gestão da saúde poder usar”, contou Antônio.
Queda de arrecadação
“Foi uma queda bruta da arrecadação do município com a pandemia, mas graças a Deus, estamos conseguindo manter tudo, não fechamos nenhum posto, ninguém foi demitido, temos médicos. Mas vai ser um ano muito difícil, calculamos que se não houver nenhuma mudança, nos últimos quatro meses do ano, vamos ter muitas dificuldades financeiras. A administração está priorizando o pagamento dos funcionários, acreditamos que dará para pagar todo mundo, mas esses números dependem ainda de uma ajuda do governo federal e de alguma recuperação da economia que gere aumento na arrecadação do município”, informou.
Aumento de casos e testagem
“Sobre o aumento do número de casos de covid na cidade, não fazemos uma relação direta com a abertura parcial do comércio. Nesse segmento já estávamos trabalhando muito com relação ao protocolo de reabertura, o próprio comércio se preparou muito. Pelo monitoramento da vigilância sanitária, vemos que eles estão cumprindo o que foi implementado. Podemos dizer que estamos tendo um maior número de casos positivos, por conta da ampliação de testagem. Antes tínhamos um protocolo que limitava alguns grupos para testes, hoje, com a ampliação, conseguimos identificar mais positivos. Então quanto mais pessoas forem testadas, a tendência é aumentar o número de casos”, declarou Gisele.
“O que nos preocupa e chama a atenção, é o tipo de exame que está dando positivo, que é o PCR, o que coletam a amostra com ‘cotonete’. Isso significa para nós, que existe uma transmissão sustentada no município. É um exame que vai diagnosticar a presença do vírus, a ativação da infecção pelo vírus naquele momento e naquele indivíduo. Isso para nós é um pouco preocupante no sentido de saber que é um exame que vai mostrar um cenário de transmissão sustentada no município”, explicou.
Óbito suspeito
“No dia 16 de julho, quinta-feira, tivemos um óbito suspeito. Foi feito todo o protocolo, fizemos o exame e a confirmação vai depender desse resultado. Temos duas pessoas na UTI e o restante está na enfermaria clínica já com início de tratamento com protocolo para covid”, disse Gisele.
Centro de especialidades
“Temos perspectiva de ocupação no prédio que foi inicialmente feito para ser a UPA, e que agora será uma unidade multifuncional da saúde. O setor de oncologia, e centro de especialidades médicas que estão no PPA Central, com cardiologista, infectologista, reumatologista, gastroenterologista, entre outras especialidades, passarão para lá. O administrativo da Secretaria da Saúde vai para lá, o SAD, que é o serviço de assistência domiciliar também vai para lá, e o ultrassom, que hoje funciona junto com a fisioterapia. O prédio tem um padrão de acabamento diferente dos que já temos, um espaço confortável, e vai melhorar muito para os usuários do SUS. O prédio está pronto, até o alarme já foi instalado. O que nós aguardamos é a autorização do Ministério da Saúde”, relatou Antônio.
Mudança de fase
“Acredito que não iremos passar para a fase amarela na próxima avaliação do governo do estado. Se retrocedermos no momento, talvez não seja nem por conta de São José, mas da região que está impactada em leitos ocupados. A cidade tem apenas um leito cadastrado a nível de sistema, esse leito já dá como 100% de ocupação. O que viabiliza a mudança de faixa, é justamente o aporte hospitalar, o quanto está sendo usado de retaguarda e o quanto está disponível. Se depender da região, talvez tenhamos que retroceder”, diz Gisele.
“Temos o suporte necessário para atendimento de pacientes com coronavírus no hospital. Temos respiradores, os leitos. Mas a nível de vaga regional que é o que aparece no sistema, para saber quem pode receber, quem pode transferir, temos apenas um leito de UTI cadastrado para finalidade do Covid-19.Se tivéssemos dez leitos completos, habilitados, apareceria dez nesse cadastro. Internamente o hospital tem condições de prestar essa assistência a até dez pacientes, se for o caso”, completou.
“Temos aprovado no Cadastro esse único leito. Mas em caso de necessidade, o hospital disponibiliza os outros leitos que seriam em teoria de plano de saúde. Tendo vaga, vamos atender sem problema nenhum. Até o momento todos os pacientes que precisaram de UTI, foram atendidos e esperamos que isso continue”, encerrou o diretor.