terça-feira , 30 abril 2024
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Usina Limoeiro

Reservatórios das usinas deixam a região em alerta

Nível da represa de Caconde alcançou a cota máxima e abertura de comportas podem resultar em inundações

As muitas chuvas que caem na região desde o final do ano acenderam o alerta nos municípios onde há moradores próximos aos lagos das usinas hidrelétricas, córregos e, principalmente do rio Pardo. Além dos riscos para deslizamentos, seja em encostas nas cidades ou de aterros em estradas rurais, existem preocupações com inundações, quedas de pontes e eventuais interrupções de tráfego.

São José do Rio Pardo acompanha o aumento e a diminuição no volume de água do rio, cujo curso d’água é abastecido pela Represa Graminha. A cidade tem na memória a enchente de 1977, quando o lago não conseguiu sustentar a grande quantidade de água.

Na área urbana, chácaras e ranchos do loteamento Beira Rio já estão sendo atingidos. Por enquanto não há danos registrados e os proprietários acompanham o aumento no nível das águas.

Na região do Clube de Pesca, o problema até aqui são as estradas. A persistirem as chuvas, possivelmente o acesso ao local será interrompido.

Região

Desde o final de semana passado, Mococa vivencia alguns transtornos. Na sexta-feira (6), uma região de chácaras às margens do Rio Canoas – na ligação para o distrito de São Beneditos das Areias, acabou inundada, deixando famílias ilhadas. Duas pontes foram interditadas e uma terceira está sendo monitorada pela Defesa Civil.

Em Caconde, a Defesa Civil já contabiliza alguns prejuízos e passou a semana percorrendo a área rural para discutir medidas de segurança com os moradores, no caso de enchentes repentinas, deslizamento de encostas e interrupção de estradas. O município tem a maior malha viária rural da região e estima que a recuperação dos estragos vai demorar certo tempo, justamente por conta da grande quantidade de estradas.

Represas

Nas últimas semanas os reservatórios das usinas vem adotando as manobras de abertura de comportas, para aumentar a vazão e tentar manter a represa nos níveis de segurança. Apesar disso, a chuvas incessantes em todo o complexo e afluentes fizeram o volume do lago atingir sua cota máxima, como há anos não acontecia, e além das comportas serem abertas a água começou a verter também pelo dispositivo comumente chamado de Tulipa.

Como resultado direto, o volume do rio Pardo à jusante só aumentou, levando às operações coordenadas em cadeia, obrigando a Concessionária AES a abrir as comportas das usinas Euclides da Cunha e Limoeiro.

O espetáculo é bonito, contudo, significa momento de tensão para técnicos das empresas geradoras de energia, bem como para as prefeituras, Bombeiros e Defesa Civil das cidades. Um olho no céu, outro no volume do rio, sob a possibilidade de, a qualquer instante, socorrer famílias isoladas por eventuais inundações.

Comportas abertas

De acordo com os relatórios do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na última quarta-feira (11), o volume de água chegando à represa de Caconde era de 269 m³/s, enquanto a vasão era de 130 m³/s, o suficiente para aumentar bastante o volume do Rio Pardo aqui na área urbana de São José.

Com esse nível de volume, a represa Euclides da Cunha passou a operar em sua plenitude – ou seja, atuando como reguladora no fluxo do sistema. Por aqui, ainda de acordo com os dados de quarta-feira, a afluência na Usina Euclides da Cunha era de 314 m³/s com defluência, ou vasão, de 312 m³/s, ou seja, toda a água que chega está sendo dispensada. Ao mesmo tempo, o Limoeiro trabalhava com 300 m³/s de chegada e 285 m³/s de saída.

Enquanto Caconde opera com mais de 85% de sua capacidade, o volume na Euclides da Cunha é de quase 89% e o Limoeiro alcançou 95%, conforme os dados do NOS, obtidos na última quarta-feira.

Alagando tudo

As manobras de comportas nas usinas Graminha, Euclides da Cunha e Limoeiro têm resultados ainda mais apreensivos muito além da nossa região. Proprietários de ranchos à beira do rio, em Mococa, Tambaú e próximo a Ribeirão Preto já sentem os efeitos da cheia.

Na cidade de Viradouro, por exemplo, moradores de áreas ribeirinhas estão ilhados, propriedades rurais estão inundadas.

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