Dr. Hamilton desmente fake news sobre inatividade do coronavírus no calor e Gisele Flausino fala sobre casos da doença
A responsável pela Vigilância Epidemiológica, Gisele Flausino e o médico otorrinolaringologista, Hamilton Torres, foram entrevistados pelo repórter Luis Fernando Benedito, na rádio Difusora, no dia 9 de outubro, e falaram sobre o aumento da temperatura e sua influência na saúde das pessoas. Doutor Hamilton desmentiu algumas fake news que afirmam que o coronavírus fica inativo com o calor. Além disso, Gisele comentou sobre os casos ativos de covid-19 na cidade, que diminuíram consideravelmente, porém, segundo ela, 26% dos casos são de moderados a graves.
Onda de calor
O estado de São Paulo registrou no dia 7 de setembro a maior temperatura de sua história, de acordo com dados oficiais do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia). E o dia 7 foi o 12º dia consecutivo em que o estado de São Paulo registrou temperaturas iguais ou acima dos 40 graus, de acordo com o Climatempo. Além disso, segundo órgãos internacionais, setembro de 2020 foi o mês mais quente da história do planeta, superando em 0,05 graus centígrados o mês de setembro de 2019, que tinha o recorde anterior. No Brasil, o calor e a secura levaram o INMET a emitir um alerta de risco de morte em algumas cidades da região Centro-Oeste.
O médico comentou a situação. “Nunca tivemos uma fase de calor que eu me lembre, tão forte como está acontecendo agora. Sinais de alerta são muito importantes, porque o corpo humano tem seus limites. Quando eles são ultrapassados, danos vão acontecer. O sol pode causar danos na pele, como câncer, hipertermia, que é o aumento da temperatura corporal, insolação. Normalmente no calor as pessoas ficam largadas, indispostas. Isso tudo acarreta danos à saúde, principalmente se você já possui alguma comorbidade”, disse Hamilton.
“Temos que nos hidratar, tomar cuidado com as crianças, com o excesso de roupa. É preciso deixar a casa bem ventilada, umidificar o ambiente, porque a umidade do ar caiu muito. Se a pessoa não tiver um umidificador, coloque toalha molhada, bacia com água nos quartos. Não devemos exagerar nos esforços físicos também. O pessoal que trabalha em construção civil me sensibiliza muito, eles estão sofrendo bastante com o calor e o sol, precisam estar sempre bem hidratados, é bom usar chapéus também. Todas essas medidas são importantes para ajudar nosso organismo a sofrer menos com isso”, destacou.
“Para fazer exercícios, as pessoas devem evitar o horário das 11h00 às 16h00, são horários em que o calor está mais intenso. E sem exageros, devemos ter moderação”.
Alta temperatura e covid
“Uma notícia que foi muito veiculada pela mídia, é que essa onda de calor contribuiria para que o coronavírus ficasse menos ativo, agisse menos. Isso não é verdade. Não há nenhuma demonstração científica que o calor deixe o vírus inativo. Se fosse assim, cidades como Cuiabá nem teriam o vírus circulando, ou o índice seria bem menor”, disse.
“O vírus veio, está aí de uma forma crônica, e teremos que lidar com ele durante um bom tempo”, afirmou.
Para Gisele, uma das grandes preocupações, é que com o calor, as pessoas sentem dificuldade em permanecer com a máscara no rosto. Segundo ela, a troca de respiração acaba sendo prejudicada. “Devemos tomar cuidado com as crianças menores de 3 anos que não tem indicação para máscara por risco de sufocamento, é bom não sair com essa criança para a rua”, alertou.
Casos ativos
“Atualmente temos 34 pacientes com o coronavírus ativo. É a primeira vez que estamos com um índice desse, mas isso não nos mostra que tivemos estabilidade. Desses 34 pacientes, cerca de 26% encontram-se em estágio de moderado a grave da doença. A maioria não são casos leves, o que não nos dá uma perspectiva de que todos terão um desfecho favorável. Ainda temos pessoas correndo riscos”, explicou a enfermeira.
“A chegada do feriado nos preocupa, pois pode haver um relaxamento muito grande dos protocolos de prevenção, principalmente com relação ao uso da máscara, aglomeração”, encerrou.
Gazeta Do Rio Pardo Informação com Credibilidade p/ São José do Rio Pardo