sexta-feira , 19 abril 2024
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Mecânico náutico foi salvo por um relógio

Mecânico náutico foi salvo por um relógio

Um dos poucos mecânicos de barco na região, Edjalma conta a experiência

 

EdjalmaBuzato Custódio, de 65 anos, nascido em Casa Branca mas“rio-pardense” desde os 20 anos de idade, é mecânico. Não um mecânico que conserta carros ou motos, e sim um mecânico náutico, que conserta embarcações há mais de 27 anos. Na década de 80 ele trabalhou na companhia de energia elétrica, de onde saiu em 1991 e entrou para o ramo de motores de popa por intermédio de seu pai, que sempre teve como hobby montar e desmontar motores de barco. Amigos dele o procuravam para manutenção deste tipo de motor.

Assim, sob a influência do pai, além de dedicação pessoal e esforço, Edjalmafoi aprendendo a técnica e se aperfeiçoando no novo ofício.Com o tempo, houvemuitas evoluções eletrônicas nas máquinas eEdjalma se tornou especialista. “Os motores de popa evoluíram tanto que, atualmente, é necessário o uso de programas de computador (software) para traçar a melhor forma de se reparar algum tipo de falha ou problemas internos”, confirma o mecânico.

Para quem não sabe, os motores de embarcações também são movidos a gasolina, mas há diferenças em relação aos motores de automóveis, especialmente na queima do combustível e na ação do óleo de lubrificação. “Por exemplo, motores de dois tempos têm mecânica simples, com três peças móveis, e motores quatro tempos podem possuir mais de 80 peças móveis”, compara o mecânico. “E isso só significa que o mecânico deve ter competência para manejar estes equipamentos”.

Ele diz que, em São José do Rio Pardo, a concorrência se resume a outros dois mecânicos de embarcações. No tocante ao número de clientes, Edjalma não sabe quantificar, mas atende toda a região. “Em Caconde, em um condomínio de luxo – pier 22, tem 80 lanchas grandes, eu atendo a maioria delas. Em São Paulo, um médico, para quem prestei serviços há muito tempo, prefere pegar seus motores e trazer até São José”, detalhou.

Quanto ao tamanho dos motores para consertar, entre o outono e a primavera aparecem mais os menores, que são usados para a pesca, enquanto no verão surgem maisos motores grandes,específicos para lazer.

Casio o salvou

O amor de Edjalma por embarcações é proporcional ao que seu pai, já falecido, demonstrava, embora isso não ocorra com seus filhos, que optaram por outras profissões. O fato é que até os momentos de lazer de Edjalmaestão condicionados aos barcos e às represas. Foi numa dessas suas idas e vindas, no entanto, a uma represa que ele passou um dos maiores sustos de sua vida, que acabou sendo salva… por um relógio Casio.

“Eu estava em uma represa de Caconde, em um dia de semana, navegando. Fui fazer uma regulagem na lancha com ela engatada, mas já estava no centro da represa. Coloquei o aparelho no motor e comecei as alterações. Quando eu retornei para desligar a chave de funcionamento, tropecei e cai, minhas mãos escorregaram e o meu relógio de pulso (Casio) ficou preso a um gancho na lateral. E fui arrastado pelas águas com a embarcação ligada. Sei que os furos da alça do relógio rebentavam um a um até chegar ao ponto de não ter mais furos. Naquele momento, percebi que havia uma corda e, nisso consegui me posicionar e parar o barco. Se não fosse pelo relógio, eu não estaria vivo. Hoje eu não largo o Casio, ele salvou minha vida”, recordou.

Indagado se, com a idade chegando, pretende abandonar essa carreira de mecânico de barcos e as respectivas aventuras náuticas,Edjalma apenas confirma o que o repórter já desconfiava: “Vou trabalhar enquanto puder. É uma profissão desgastante, mas eu sou inquieto, então continuarei na labuta”.

Colaborou Gabriel Fecchio

FOTOS

Edjalma mexe em pistão de um motor de barco: mecânico seguiu a carreira do pai e não largou mais

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