Jornalista lançará segundo livro infantil no município

Escritora Débora Rubin se mudou para Rio Pardo e fará lançamento na loja Hiper Kids

 Por Júlia Sartori

Há cinco meses, São José do Rio Pardo recebeu mais uma moradora. Débora Rubin de Toledo, jornalista e escritora, se mudou para o município junto com sua família em busca de uma vida mais tranquila.

Débora é formada em jornalismo pela PUC São Paulo, e trabalhou durante muitos anos em redação. O jornal entrou em contato com a profissional, que está lançando seu segundo livro infantil “Princesa Braveza no Reino dos Encaixotados”. O lançamento será na Hiper Kids, no dia 4 de março às 10h00. A escritora contou um pouco sobre o início de sua trajetória como contadora de histórias.

Há dez anos ela é autônoma e presta serviços para várias empresas. Débora começou a se especializar em fazer livros por encomenda, como biografias, por exemplo.

“Quando eu era mais nova, queria ser jornalista e ponto. Ser escritora para mim, era uma coisa muito inalcançável, para poucos. Eu queria ser jornalista e trabalhar na área da cultura. Cheguei a trabalhar mas depois fui mudando de área. Para eu me tornar escritora, foi algo que aconteceu de repente. Lembro que no dia eu estava com muita saudade do meu avô, e eu comecei a escrever uma historinha. Quando terminei, percebi que aquilo daria um livro infantil, porque eram minhas memórias de infância, sobre o meu avô. Isso deu origem ao meu primeiro livro, chamado a “Horta do Vovô Manduca”. Com ele comecei a ser escritora, por acaso”, relembrou.

Débora também escreveu um romance que foi publicado pela editora Saraiva, intitulado “ Eu só queria ser uma mulher normal”.

“Comecei a escrever desde então, cada livro de um gênero diferente, romance, contos, crônica, e “ A Princesa Braveza no Reino dos encaixotados” é meu segundo livro infantil publicado. Mas tenho outras histórias escritas”, destacou.

Desafios

Para a escritora, o maior desafio é publicar os livros. Além da questão da publicação no Brasil ser difícil, segundo ela, as editoras são fechadas, focadas em trabalhar com escritores já renomados no mercado,  ou pessoas famosas, que podem escrever um livro e gerar engajamento, o que aumenta as vendas.

“Eu acho isso muito limitante, porque se você têm uma história para contar, e quer compartilha-la, você precisa escrever. E que bom que existe essa opção da auto publicação, de você enviar para a editora e bancar essa publicação, nem que seja uma tiragem pequena. Se você tem meia dúzia de leitores e fez sentido para essas pessoas o que você escreveu, já vale muito. Não podemos deixar de contar nossas histórias apesar dos desafios”, disse.

“Eu tive muita sorte com o primeiro livro, porque tinha uma amiga minha trabalhando na editora, eles gostaram da história, bancaram, e deu muito certo. Fiz trabalhos lindos com esse livro, fui em muitas escolas, conversei com as crianças, eu testei bem esse negócio de ser um autor infantil”, revelou.

Princesa Braveza

O segundo livro infantil, foi uma auto publicação de Débora.

“Eu queria muito tirar da gaveta algumas de minhas histórias, e essa foi a última que escrevi. A ideia surgiu ouvindo a babá da minha filha falando para ela, quando ela era bem pequena- “mas que braveza, princesa”, quando ela chorava. Com isso veio o nome Princesa Braveza. Eu comecei a perceber que as pessoas queriam classificar muito a minha filha com meses de vida. Dizendo que ela era brava e que chorava bastante. Lembrei que quando eu era criança, me chamavam muito de nervosinha. Aí eu fiquei pensando qual era a necessidade de você encaixotar uma criança tão pequena, de estereotipar e colocar uma característica como principal e deixar de olhar o resto. Sabemos que existem traços de personalidade, alguns mais fortes em umas pessoas, outros diferentes, mas não somos apenas isso. O livro é praticamente um manifesto contra essa mania de adulto estereotipar as crianças, que muitas vezes crescem achando que são somente aquilo, o que é muito ruim para a formação do indivíduo”, comentou.

O livro “Princesa Braveza no Reino dos Encaixotados” é indicado para a fase de crianças em alfabetização, entre seis e oito anos.

“Ele tem bastante texto e traços de ironia que crianças mais novas não pegam, e algumas palavras um pouco mais difíceis. Mas uma coisa que aprendi com o meu primeiro livro, é que histórias infantis não tem idade, servem de 0 a 100 anos. A minha filha que têm 1 ano e 8 meses por exemplo, vai folhear e contar a história do jeito dela, porque vai ver a ilustração, guardar algumas palavras que o adulto lê para ela. Para fins escolares, eu diria que é para a faixa etária da alfabetização, mas acho que serve para todo mundo. Têm até adultos que amam livro infantil”, disse.

Literatura infantil e formação

O hábito de ler, expande horizontes. Além disso, a leitura contribui com o desenvolvimento de crianças desde a primeira infância, impactando a formação pessoal e, futuramente, profissional.

“Eu acho que a importância da literatura infantil, entre outras coisas, é a formação de público leitor. Você forma o leitor, pequenininho. É muito importante ter criança vendo, cheirando, folheando e sentindo. O livro papel para criança, é fenomenal. Porque é uma coisa lúdica, folhear as páginas, faz parte da formação de uma criança como um todo. A literatura infantil ajuda a desenvolver a leitura, e toda a questão cognitiva de ter a compreensão de texto. As habilidades começam a ser desenvolvidas na literatura infantil”, encerrou.

O livro “Princesa Braveza no Reino dos Encaixotados” está disponível na Amazon. Em São José do Rio Pardo, alguns exemplares serão vendidos na Hiper Kids. O valor dos exemplares no site da Amazon é R$41,90.

Os interessados em saber mais sobre o livro, ou sobre o trabalho de Débora, podem segui-la por meio do Instagram @debora_toda_prosa.