sábado , 27 abril 2024
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Equipamentos esportivos da Semel são encontrados em academia particular em Tapiratiba

Responsável diz que material foi emprestado para atender crianças e secretário Nelson Perdigão diz que denúncia “é ação covarde”

Imagem reprodução – Academia particular montada com equipamentos da Semel

A Polícia Civil de São José do Rio Pardo apura um suposto empréstimo de equipamentos da Secretarial Municipal de Esportes e Lazer (Semel), para uma academia particular da cidade de Tapiratiba, após uma denúncia anônima, realizada por meio do número 181, dando conta que o patrimônio público havia sumido e que um diretor do órgão havia equipado uma academia com estes mesmos equipamentos, desaparecidos da Semel, no município vizinho.

Nesta semana, agentes do Setor de Investigações Gerais (SIG) realizaram diligência para investigar a denúncia e localizaram os equipamentos de ginástica artística. O material foi apreendido, mas em razão da quantidade, permaneceu no estabelecimento, para a sequência do inquérito.

Na tarde dessa sexta-feira (26), de acordo com o apurado, o SIG deu sequência à investigação dos fatos, mas a liberação do boletim de ocorrência não foi autorizada.

Segundo as informações levantadas sobre o assunto, a academia é de responsabilidade do servidor municipal, em cargo comissionado, Rodrigo Aparecido Pereira Ramos. Professor de ginástica artística ele é contratado pela Semel e, em São José do Rio Pardo, atualmente ocupa o cargo de Gestor de Esportes e Lazer, conforme consta do Portal da Transparência. De acordo com a Portaria Nº 18.749, publicada no Diário Oficial do Município, em 23 de janeiro último, ele foi designado para exercer as funções de Gestor das parcerias com o Terceiro Setor junto à Secretaria Municipal de Esportes e Lazer.

Questionamentos

A redação manteve contato com o servidor. Perguntado sobre o assunto, ele disse que “tudo já está resolvido”. Explicou que os equipamentos foram emprestados pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semel), órgão dirigido pelo secretário Nelson Perdigão.

À polícia, teria apresentado um documento, datado de outubro do ano passado, onde consta que a Semel cede os equipamentos à academia particular até março deste ano. O documento é assinado pelo secretário Perdigão.

Questionado se havia um convênio entre o município de São José do Rio Pardo e Tapiratiba, para cessão ou empréstimo dos equipamentos, disse que não havia e que o empréstimo era apenas para um período de testes e que posteriormente vai adquirir equipamentos próprios.

A redação também perguntou se a academia era um projeto social, mas de acordo com Rodrigo Ramos, as crianças de Tapiratiba pagam “um valor simbólico” pelas aulas.

Ele seguiu explicando que atende cerca de 100 crianças em Tapiratiba. Elas faziam aulas em São José, mas passou a atende-las em Tapiratiba, evitando gastos com o transporte e deslocamento.

Questão delicada

A redação fez contato também com o secretário municipal de Esportes e Lazer, Nelson Perdigão, por meio do whatsapp, na noite dessa sexta-feira (26), perguntando sobre a existência ou não de um convênio para cessão de equipamentos públicos ao município vizinho. Também foi perguntado se houve algum pagamento, uma vez que a academia é particular. A redação perguntou se os equipamentos não eram úteis no atendimento da população local.

O secretário disse que, por telefone, não poderia responder aos questionamentos, solicitando para que fosse procurado pessoalmente no Ginásio Tartarugão, onde explicaria o que de fato aconteceu. “Você fez uma série de perguntas. De pronto tenho todas elas para responder, mas lamento, por telefone não vou fazer”, disse em áudio.

“A questão é séria, é delicada. Chego a entender que é até uma ação covarde, que a pessoa faz uma denúncia anônima, sem saber o que está havendo dentro dessa modalidade de ginástica”, destacou o secretário.

Segundo ele, o caso atinge um profissional de ótima qualidade, que tem um trabalho maravilhoso na cidade e na região. “Aquela academia ele montou exatamente para atender umas crianças que frequentavam aqui em São José, que são de Caconde e Tapiratiba”.

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