Mais de 100 comerciantes foram as ruas hoje, 25, para manifestar o descontentamento com relação as restrições impostas pelo Plano SP, que foi reclassificado na sexta-feira, 22, durante uma coletiva de imprensa do Governo do Estado.
Os proprietários de bares, restaurantes, e de outros segmentos, se reuniram às 10h00 no Tartarugão, e seguiram em carreata até a Prefeitura, para falar com o prefeito Márcio Zanetti.
Paulo Olivieri, presidente da ACI, estava presente na carreata, e foi entrevistado pelo repórter Luis Fernando Benedito.
“Essa manifestação em relação aos empresários, donos de estabelecimentos alimentícios, é muito válida. Eles tomam todas as precauções para evitar a contaminação nos estabelecimentos, utilizam álcool em gel, distanciamento. Eles estão sendo penalizados desde o início da pandemia. O Plano SP precisa sim reavaliar a condição da transmissão. Houve eleição, Natal, Ano novo, e o reflexo da contaminação é nesse sentido, causada pelas pessoas que não se previnem. Sabemos que o vírus está circulando, precisa haver sim uma conscientização, mas o comércio e a economia não são culpados”, destacou.
Henrique Gasparetto, proprietário da escola de idiomas Jet, também se manifestou.
“A economia está na UTI. Precisamos criar maneiras para que o estado contribua também, para que o comércio local não venha a falência. Temos um problema muito sério, o pessoal que está aqui teve que aguentar uma barra no ano passado para sobreviver e esse ano ainda estamos na linha da morte. Ou nós conseguimos arrumar uma forma de manter a abertura do comércio, e as pessoas se conscientizarem da importância disso, ou vamos ter uma crise financeira local muito expressiva. Esse é o nosso medo”, disse o empresário.
Otávio Cabrera, proprietário da Curva do Peixe, conversou com o repórter e expressou sua preocupação.
“Estamos aqui reivindicando nosso direito de trabalhar. Está todo mundo aberto, trabalhando o dia inteiro, e nós não podemos. A culpa não é nossa. No começo ficamos seis meses fechados, e os casos aumentando. Depois abrimos um pouquinho, e fecharam de novo. No final do ano mandaram fechar nos principais dias. Depois disso os casos aumentaram e agora colocaram a culpa no comércio. Não temos culpa. Queremos abrir, trabalhar normalmente de acordo com os protocolos. O vírus existe durante o dia e a noite. Não vejo problema em trabalharmos até às 23h00, seguindo todas as medidas. Só queremos trabalhar para tratar dos nossos negócios, dos funcionários. Sem isso, não vamos conseguir sobreviver”, comentou.
O prefeito Márcio Zanetti disse que irá encaminhar as revindicações ao Governo do Estado. No entanto, em reunião com os vereadores após a carreata, afirmou que não fará nada que possa desrespeitar as medidas do Plano SP.
Nova reclassificação
Todo o estado foi colocado na fase vermelha do Plano SP, durante os finais de semana. Segundo o decreto, bares, restaurantes e lojas, deverão ficar fechados. Durante a semana, das 20h00 até as 6h00, apenas as atividades essenciais poderão funcionar, como mercados, farmácias e postos de gasolina.
No horário comercial, as regras locais de cada região permanecerão em vigor. São José do Rio Pardo está na fase laranja, junto com São João da Boa Vista e as demais cidades da região, em que o comércio pode funcionar com capacidade reduzida, de 40%.
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