terça-feira , 26 novembro 2024
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Uma das dificuldades atuais é encontrar mão de obra para o plantio e colheita de produtos na lavoura

Agricultores temem plantar e não ter para quem vender

Nei Minussi (Sindicato Rural) diz que eles estão inseguros porque o consumo de alimentos caiu muito

O presidente do Sindicato Rural de São José do Rio Pardo, Claudinei Minussi (Nei), disse esta semana ao jornal que o setor agrícola como um todo teme o desabastecimento, por conta da crise econômica provocada pela pandemia do coronavirus. Ele lembra que, embora este seja o período que em São José e região tem início o plantio de inverno da cebola, beterraba, cenoura e outros produtos alimentícios, os produtores estão receosos.

Nei explica que o consumo está caindo demais em todos os setores, com restaurantes fechados, escolas fechadas (nas quais havia grande consumo de alimentos na merenda) e empresas alimentícias atendendo quase só pelo sistema delivery. Os supermercados continuam abertos, mas as vendas caíram.

“O que está acontecendo é que tudo isto está afetando o mercado e os produtores se sentem inseguros para plantar. Até porque, se plantarem, poderão não encontrar os defensivos e adubos de que necessitam para obter boa produção, já que as lojas que vendem isso estão fechadas ou vendendo em pouca quantidade porque também não recebem muita coisa dos fornecedores”, continuou. “Com isso, esses insumos podem também ter o mesmo efeito do álcool em gel, ou seja, podem subir de preço ao produtor”.

Mão de obra

Outro fator lembrado por Nei é quanto à mão de obra na lavoura. “O Condomínio está procurando evitar que idosos sejam levados pelos ônibus rurais para a roça e, com isso, há restrições neste setor também. E, embora haja álcool em gel nos veículos que fazem esse transporte, a turma tá com medo de trabalhar e tudo está indo muito lento. É um efeito dominó porque, como eu disse anteriormente, os produtores também estão com medo de plantar e não ter para quem vender depois. Pode ocorrer desabastecimento lá na frente”.

Preço e consumo

O jornal obteve informações de que a cenoura que hoje existe na roça estava cotada a R$ 40 a caixa, preço considerado muito bom ao produtor, mas com dificuldade para obter mão de obra para colher. Também há informações de que a vagem estava bem cotada na roça, mas com o mesmo problema: faltava gente para colher e também, com a queda de vendas nos supermercados, incerteza de escoamento.

“O consumo caiu e caiu muito mesmo, tão perdendo na roça sem ter como escoar. A verdura está cara, mas essa é uma época em que ela sobe mesmo de preço por conta do clima e da oscilação entre chuva e calor. Agora, com esse vírus, tudo leva a crer que, lá na frente, vai faltar alimento no mercado”, concluiu Nei Minussi.

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