O Google divulgou no dia 25 de março, o “Digital Skills Index” (“Índice de Habilidades Digitais”), durante evento para imprensa, na sua sede em São Paulo. O Índice é inédito e resultado de uma pesquisa colaborativa realizada pela empresa e a McKinsey & Company.
O estudo é o primeiro no Brasil e nas Américas e busca compreender o nível de digitalização dos internautas conectados, abordando quais são as competências dominadas, a diferença de maturidade entre grupos específicos e o que uma melhora nas habilidades digitais da população poderia significar para a economia do país.
A apresentação se desenvolveu em três partes: o Índice de Habilidades Digitais; Oportunidades para um país mais digital; e Iniciativas para crescer digitalmente.
Digital Skills Index – Índice de Habilidades Digitais
A gerente de Marketing Insights do Google, explicou como a pesquisa surgiu. A empresa percebeu que não havia um estudo de referência sobre habilidades digitais no Brasil e nem em outros países do continente americano.
Querendo responder questões como “Quais são as competências digitais que os brasileiros mais dominam?” e “Onde estão as oportunidades de capacitação?”, a pesquisa começou em setembro de 2018.
2.477 pessoas foram entrevistadas, entre 15 a 60 anos, das classes A até D, em 12 estados e 28 cidades brasileiras. As entrevistas investigavam 5 habilidades: Acesso,Uso, Segurança, Cultura digital e Criação. Cada habilidade recebeu uma nota de 0 a 5.
De acordo com o Google, no Brasil:
70% da população está conectada, 67% possui smartphone, e o consumo de vídeo online cresceu 135%. O Brasil tem o 3º maior watch time (tempo que o usuário passa assistindo a vídeos) de Youtube do mundo e é a 4ª maior população online.
Acesso
Na habilidade Acesso o estudo investigava os conhecimentos de hardware, software e navegação na internet. A nota dessa habilidade foi de 3,5.
Uso
Já no Uso, o estudo investigava as transações, ter presença online, como perfis em redes sociais, boa navegação em qualquer site e buscar conteúdo de forma eficiente. A nota na habilidade foi 3,4.
Segurança
Noção de proteção de dados, avaliação de perigos online e distinção entre informações pessoais e compartilháveis, assim como entendimento de condutas adequadas no ambiente digital. A nota também foi de 3,4.
Cultura digital
Vocação exploratória, hábito de aprendizado por tentativa e erro, atualização constante em relação a novas tecnologias, disposição para resolver problemas e criatividade como combustível para progredir. A nota nesta habilidade foi 3,0.
Criação
Criação em diferentes mídias e apresentações a partir de programas de computador. Conhecimento de ferramentas de divulgação como SEO, entendimento avançado de analytics e programação. A nota foi a mais baixa entre todas as habilidades, apenas 1,8.
O brasileiro começa aprendendo habilidades de acesso, depois começa a desenvolver competências relacionadas a uso e segurança, a partir disso começa ter uma cultura especifíca e só então passa a criar no ambiente digital.
A digitalização tem repercussão direta sobre a renda e as oportunidades de desenvolvimento social do Brasil. A habilidade com a maior capacidade ter um impacto positivo na renda (Criação) é a mais deficitária entre os brasileiros, como mostra a pesquisa.
Impacto econômico e social
A McKinsey & Company é uma empresa de consultoria empresarial estadunidense e colaborou com a pesquisa na análise da correlação entre renda e o índice de habilidades digitais.
Paula Castilho, sócia da Digital McKinsey, divisão da McKinsey & Company, apresentou os dados sobre renda. A pesquisa mostrou que todas as competências combinadas podem ter um impacto de até R$380,00 a mais na renda mensal, equivalente a quase 40% do salário mínimo. Porém, o impacto na renda difere para cada uma das 5 competências, sendo a Criação o maior diferencial positivo.
A capacitação das habilidades digitais transformam a participação da força de trabalho, reduzem o desemprego e aumentam a produtividade, podendo adicionar US$70 bilhões ao PIB até 2025 (caso haja investimentos para isso).