Critérios vão mudar, afirmam os novos diretores; verbas obtidas por deputados são mencionadas na Câmara
É preciso critérios. Este foi o principal argumento da nova direção da Faculdade Euclides da Cunha, na apresentação do projeto de lei, aprovado pela Câmara esta semana, que estabelece novas regras para a concessão de bolsas de estudos para alunos da instituição, em 2021.
Há anos a FEUC padece com falta de alunos, estrutura e sucessivas tentativas de ampliar o número de cursos, visando garantir e melhorar sua continuidade no mercado de cursos superiores, onde enfrenta ainda a concorrência com outras instituições, sendo a oferta de cursos EAD a mais recente ameaça.
Segundo explanou a diretora acadêmica, Alessandra Zane, nos últimos anos faltaram regras para a concessão de bolsas. Assim, no ano passado, por exemplo, do total de 190 alunos matriculados, apenas 9 não tinham o benefício.
Esta quantidade de alunos com bolsas, segundo argumentos do diretor administrativo, Daniel Chiconello, inviabiliza a estabilidade financeira da autarquia. Ele diz que havendo regulamentação e novos critérios para a concessão, estima que a FEUC obterá até 40% a mais da receita atual.
Conforme o projeto, os candidatos a bolsa deverão se enquadrar em requisitos específicos estabelecidos pela faculdade. A autarquia criará uma comissão para definir quem pode e quem não pode receber o benefício, bem como o percentual de desconto a ser oferecido, para aqueles que já estão cursando e aos que estiverem ingressando na instituição.
Dentre os critérios para esta seleção está o levantamento do perfil socioeconômico do estudante. Depois virão outros como integrar os programas de estágios; ser funcionário público municipal; participar dos programas de pesquisa da faculdade; ter familiares já matriculados, entre outros.
Após a apresentação e discussões sobre a proposta, o projeto foi aprovado por unanimidade.
Verbas dos deputados
O ex-prefeito Luís Antônio Giantomassi – que também participou da sessão para falar do projeto – disse que no ano passado a Prefeitura investiu cerca de R$ 2,3 milhões de seus recursos para manter a FEUC. E que a meta para este ano é colocar R$ 1,9 milhão, já que a autarquia paga apenas 10% de suas despesas com seus próprios recursos, o restante é aportado pela Prefeitura. “Evidentemente que numa empresa, numa análise fria de resultados, ela teria que fechar, não teria outra alternativa. É difícil reverter uma situação negativa dessa. Mas não é uma empresa, é uma instituição”.
Ele destacou ainda que a FEUC tem quatro emendas parlamentares para investimentos na faculdade. “Duas do ex-deputado Silvio Torres, uma do Paulo Teixeira e outra do Luís Fernando. Uma é para construção de uma quadra, uma para implantação do laboratório de Agronomia, outra prevê um elevador e equipamentos de informática e um outro elevador e equipamentos de ar-condicionado e escritório”.
Laboratórios poderão aumentar a receita
Alessandra, Daniel e Luis Antônio Giantomassi explicaram que a ativação dos laboratórios da FEUC também possibilitará o aumento da receita da instituição. “A ideia é colocar para funcionar o laboratório para análise da água da cidade. Temos os equipamentos, inclusive algumas verbas que serão destinadas para o laboratório. A análise feita pelo laboratório da FEUC diminuirá os gastos mensais que a SAERP tem com laboratório particular e, consequentemente, aumentará a arrecadação da FEUC”, disse Giantomassi.
Sobre o laboratório para análises clínicas, Alessandra afirmou que a FEUC se estruturará ainda mais para que também possa prestar esses serviços junto à população. “Sem dúvida isso geraria uma economia ao Executivo e estamos empenhados em oferecer segurança e qualidade também nestes serviços de análises clínicas”.
Como proposta para aumentar a receita da FEUC, o vereador Henrique Torres sugeriu o oferecimento de cursos on line (Educação à Distância), inclusive como forma de ampliar as possibilidades de cursos superiores à população. Giantomassi concordou com isso e afirmou que a faculdade vem amadurecendo essa ideia justamente para se adequar à nova realidade de estudos à distância e, consequentemente, aumentar a receita.