Lavagem das mãos é um dos principais cuidados para manusear aparelhos e pacientes, informa o médico
Atualmente, as infecções de pulmões, trato urinário e corrente sanguínea adquiridas em ambiente hospitalar são a oitava principal causa de morte no país. Elas costumam acontecer porque o paciente internado em estado grave pode precisar de uma sonda urinária, um tubo na garganta para ventilação mecânica ou um cateter na veia para infusão de medicamentos. Por mais que esses equipamentos sejam necessários, eles representam um foco de contaminação se não forem tomados alguns cuidados básicos.
Segundo Dr. Eliezer, um dos principais cuidados para manusear os aparelhos, é a lavagem das mãos. “Pode acontecer nos hospitais dos profissionais não efetuarem a lavagem correta das mãos após manusear um paciente, e depois entram em contato com outros. Quem leva as bactérias para os pacientes na grande maioria das vezes, são os profissionais que estão lidando com eles. Pacientes graves, que ficam muito tempo dentro de uma UTI, começam a ficar mais suscetíveis a infecções, se tornam poli invadidos, recebem vários equipamentos invasivos que nada mais são do que portas abertas para o agente infeccioso. É raro um paciente que passa muito tempo na UTI, e não têm infecções secundárias pelo fato dele estar lá dentro”, informou.
“Mas a cada dia que passa esses riscos diminuem, porque hoje em dia pega-se muito no pé dos profissionais da UTI para tomarem o maior cuidado o possível. Existem congressos e estudos apenas para ensinar quem trabalha dentro de uma UTI a evitar esse tipo de problema”, encerrou.
Coronavírus pode afetar compreensão e comportamento
Durante sua entrevista para o “Jornal do Meio Dia”, Dr. Eliezer comentou sobre uma pesquisa, em que cientistas e pesquisadores observaram que o vírus Sars-CoV-2 pode ser capaz de infectar as células que ajudam os neurônios a se manterem vivos, causando confusão mental, ansiedade, depressão, dificuldade de raciocínio, perda de memória, falta de equilíbrio, problemas com compreensão, mudanças comportamentais e emocionais.
“A cada dia se descobre uma ação diferente do vírus no organismo humano. Os estudos vão acompanhando os casos das pessoas que sobrevivem, e quando você têm algum controle, acaba percebendo apresentações de sintomas que a pessoa não tinha antes, e eles estão relacionados ao quadro infeccioso da Covid. No entanto, pacientes que ficam internados em UTI por outras doenças, também apresentam déficit cognitivo. O coronavírus pode provocar lesões em vários órgãos do nosso corpo, e o sistema nervoso central é um deles. Temos relatos de casos até mesmo dentro da UTI, em pacientes que já estão se recuperando, mas percebemos que eles não estão se comunicando direito, apresentam perda de memória, déficits motores, entre outras coisas”, relatou.