Com aula síncrona, estudantes que estiverem em casa poderão assistir conteúdo ao vivo
As aulas presenciais da rede estadual de ensino, retornaram no dia 8 de fevereiro, segunda-feira, com até 35% dos alunos presentes em cada turma, seguindo o protocolo divulgado pelo governo estadual meses antes do início das aulas. Em contrapartida, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) iniciou, no mesmo dia, uma paralisação contra a volta das aulas presenciais na rede estadual. Segundo a própria Apeoesp, porém, a adesão foi baixa, em torno de 15%. Em São José do Rio Pardo e região, nenhum professor aderiu ao movimento.
Silvia Helena Dalbon, dirigente regional de Ensino de São João da Boa Vista, foi entrevistada pela reportagem na quarta-feira (10), e comentou detalhadamente sobre os primeiros dias de retorno das aulas presenciais nas escolas estaduais.
“O feedback tem sido positivo. Estamos tendo contato com o pessoal das escolas, e o que vem chegando até nós, por visitas a essas escolas da supervisão de ensino, é que a cada dia tem aumentado um pouco o número de estudantes presentes nas aulas presencias. Algumas (escolas) já estão com um número bem satisfatório de estudantes, outras ainda nem tanto por questões de transporte, chuvas e adequações. Mas tem sido muito tranquilo. Todas as escolas estão fazendo aferição de temperatura, os pais estão levando os estudantes, eles estão aderindo”, contou
Protocolos
Segundo Silvia, os diretores tomaram um cuidado especial para atender o Plano SP. Nesses primeiros 15 dias de aulas presenciais, em que a região estiver na fase laranja, as aulas não são obrigatórias presencialmente. “Algumas escolas puderam chegar ao percentual de 35% de alunos por sala, outras não, devido as adequações necessárias para o atendimento dos protocolos sanitários. Todos são seguidos à risca. Nossos estudantes estão sendo avisados, o pessoal das escolas está entrando em contato remotamente e orientando sobre os dias que eles terão aulas presenciais. Estamos satisfeitos com o resultado inicial”, informou.
Rodizio semanal e diário
A dirigente de ensino informou que algumas escolas optaram por fazer rodizio semanal ao invés de diário. “Assim o estudante pode passar por todos os dias de aula e por todos os professores no caso do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Para organizar isso diariamente, uma quantidade de alunos sairia perdendo no que diz respeito a carga horária das aulas. Optou-se por organizar os grupos por letras. Por exemplo, grupo A irá na primeira semana, grupo B, na segunda”, explicou.
Maioria retornou em São José
Em São José do Rio Pardo a única escola que ainda não retornou com as aulas presenciais foi a Prof. Jorge Luiz Abichabki. “O retorno dos alunos está previsto para o dia 15, segunda-feira. A instituição está passando por uma reforma que não foi terminada a tempo, eles estão finalizando as adequações para receber os alunos com a escola em ordem. As demais já estão trabalhando presencialmente”, disse Silvia.
“Os diretores estão muito engajados em fazer com que as coisas deem certo. Tudo foi bem pensado. Muitas escolas passaram até por reformas, pinturas, estão muito bonitas, dá gosto de ver”, acrescentou.
Sistema híbrido
As aulas remotas permanecem e o sistema híbrido foi adotado, uma vez que nem todos os estudantes estarão presencialmente na escola.
“Os alunos que ainda permanecerem em casa poderão acompanhar remotamente. A diferença é que terão aulas síncronas (sincronizadas): o professor vai ministrar a aula para os estudantes que estiverem de forma presencial, e essa mesma aula será transmitida ao vivo para os que estiverem em casa”, explicou Silvia.
‘Retorno deve acontecer’
Silvia deu sua opinião pessoal. Disse que é a favor de que as aulas presenciais devam acontecer como estão ocorrendo, com todo cuidado, gradativamente. “Eu acredito no poder da educação, com ela sendo realizada presencialmente podemos contribuir um pouco mais com a sociedade mediante essa pandemia, que vamos enfrentar por mais algum tempo, no sentido de orientar quanto as precauções a serem tomadas. Com todos os protocolos seguidos, o risco de contaminação é mínimo”, afirmou.
Greve dos professores
Segundo Silvia, na Diretoria Regional de Ensino nenhum professor aderiu a greve. “Fizemos um levantamento e nossos professores estão todos muito comprometidos com o atendimento aos nossos estudantes. Eles entendem que a situação é difícil, complicada, que todos precisam se proteger, mas felizmente nenhum deles aderiu ao movimento”, encerrou.