Segredos da qualidade dos queijos Benê
Leite de qualidade é o principal deles, conta o proprietário da Queijaria Benê
Um dos sucessos do último Gulosos & Curiosos foram os produtos da empresa QueijariaBenê. Para falar deles e da experiência neste setor, o proprietário da fábrica participou recentemente do programa Questão de Oportunidade, da rádio Cidade Livre FM de São José do Rio Pardo.
BenêFerreira começou explicando que os queijos preferidos do público são os de muçarela, meiacura, palitinho e nozinho, entre outros. Ele está com estes e demais produtos na Feira do Produtor todos os domingos e, dois meses atrás, participou da última edição do Gulosos& Curiosos.
Falando sobre um de seus produtos mais procurados, lembrou que o meiacura é um queijo fresco que, submetido a uma temperatura mais elevada, acaba ganhando uma consistência maior.
Indagado sobre o queijo parmesão, de origem italiana mas também muito consumido no Brasil, Benê explica que ele é diferenciado por conta da forma como é produzido pelos produtores: o leite tem que ser de boa qualidade, passando depois pelo processo normal dacoalha (cerca de 40 minutos para que sua massa fique firme) e, em seguida, a massa recebe sal (1%, podendo ser um pouco mais ou um pouco menos).
O leite
Questionado pelo apresentador Henrique Torres sobre a qualidade do leite usado neste tipo de queijo, assim como nos demais, Benê disse que a origem dele é importante. Ou seja, a ordenha tem que ser adequada e sem contaminação; a pasteurização, que vem em seguida e é feita em empresas especializadas, mata as bactérias restantes; só depois é que ele chega às mãos do produtor de queijos. E Benê tem aparelhos que detectam quaisquer anormalidades que, porventura, ainda restarem no leite.
“Um leite de boa qualidade para fazer um parmesão tem que ter o teor de acidez 16, que é ótimo, e também a densidade, ou seja, gordura. O parmesão tem que ser um queijo mais gordo para ficar com um paladar mais forte”, continuou.
Benê comentou também que procura até mesmo pagar ao produtor de leite um valor um pouco melhor para que ele priorize a produção de um leite também de mais qualidade. Explicou que há ocasiões, chamadas de “época das águas” pelos pecuaristas, em que os laticínios ou fábricas pagam menos aos produtores pelos litros de leite adquiridos na roça, mas ele, Benê, procura não seguir essa tendência para estimular seus fornecedores a continuarem com qualidade em seus produtos.
De Campestre
Benê é de Campestre (MG) e começou a lidar com queijo aos 12 anos junto com seu pai, que fazia o meia-cura. Anos depois ele foi para Poços de Caldas e, após certo tempo, veio para São José do Rio Pardo a fim de trabalhar numa fábrica de queijos. Ficou ali até 2002/2003, quando a fábrica fechou e ele decidiu continuar na atividade por conta própria. Abriu uma pequena fábrica logo em seguida e, aos poucos, foi ampliando a produção de queijos, colocando-os ao público na Feira do Produtor.
Foi no primeiro Gulosos & Curiosos, entretanto, que seus queijos passaram a ser, de fato, conhecidos do público consumidor rio-pardense. E, de lá para cá, a produção cresceu e a clientela também foi aos poucos aumentando.
16 tipos
Com a fábrica QueijariaBenê instalada em rua próxima à rodovia Lupercio Torres, ele produz hoje 16 tipos diferentes de queijo, os quaissão fornecidos para quase toda São José do Rio Pardo: mercearias, pizzarias, lanchonetes, mercadinhos etc.
Em Mococa e Casa Branca também há clientes. Uma das empresas que compra muçarela dele é a Itaiquara, que tem 9 pontos de vendas em cidades da região, incluindo São José do Rio Pardo. Benê só não fornece para supermercados porque, segundo explicou, a margem de lucro cai muito.