sábado , 2 novembro 2024
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Santa Casa investe em melhorias e ampliação da UTI

Equipe do provedor Edson Furlan administra a entidade que, há 117 anos, é uma das referências em saúde na região

(Foto: André Palla) – Em toda a estrutura da Santa Casa trabalham 340 colaboradores

Por Gilmar Ishikawa

Fundada em 31 de janeiro de 1907, a Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Pardo já sobreviveu a várias crises e emerge delas ainda mais forte, graças ao apoio da comunidade rio-pardense, a quem socorre em períodos turbulentos de pandemias e epidemias. Com uma Maternidade e UTI que se destacam pelo serviços e instalações, a entidade é uma referência. Atualmente, conta com 138 leitos, oferecendo cuidados tanto aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto aos beneficiários de planos particulares. Por trás desses números, há uma equipe incansável de 340 colaboradores, que trabalham dia e noite para manter viva a missão e o legado desta grande empresa, que ao longo dos anos contribui para o fortalecimento dos serviços de saúde na cidade e região.

Tão grande quanto a história da Santa Casa são seus números e os números de suas atividades, hoje geridas pela equipe do provedor Edson Roberto Furlan. A convite dele, a reportagem visitou as instalações da entidade nesta semana.

Aposentado da multinacional Nestlé, Furlan, hoje com 77 anos, explica que chegou à diretoria da Santa Casa no ano de 2001 e tem dado sua contribuição desde então, vivendo as fases boas e nem tão boas da entidade.

“Em 2001, comecei como tesoureiro. Assumi como provedor em 2016. Não é nada fácil. O orçamento da Santa Casa é apertado. Sempre tem alguma necessidade urgente e é preciso resolver”, comenta o provedor.

Nova UTI

A instituição vem, com o passar dos anos, se modernizando. Ampliou suas áreas administrativas e também investe na readequação de leitos, para atendimentos aos convênios particulares e do SUS. Modernizou sistemas de atendimento, prontuários, acomodações, cozinha, farmácia, maternidade, lavanderia, área de convivência dos funcionários, entre outras dependências, incluindo a futura UTI ampliada. “Nosso compromisso é entregar até agosto. São dez leitos. Estamos trabalhando, vamos concluir, porque é preciso cumprir o prazo”, observa.

A ampliação da UTI conta com recursos públicos do Orçamento Municipal, garantidos por emendas impositivas. Em 2023, foram R$ 382.800,00 destinados pelos vereadores Toco Quessada, Eduardo Ramos, Fernando Gomes, Henrique Torres, Paulão da Rádio, Rubinho Pinheiro e Thaís Nogueira.

Para este ano de 2024, explica, os vereadores Henrique e Paulão indicaram ainda R$ 95.000,00 para o projeto. Os valores são para custear materiais, sendo que a Santa Casa paga toda mão de obra da construção.

Estrutura de apoio

Furlan comenta que as atividades do dia a dia para manter a instituição em funcionamento são árduas e aparecem pouco. “Isso só é possível porque tenho uma grande equipe, que dá suporte o tempo todo, que se dedica em todas as áreas”, ressalta.

Em meio à caminhada, no abre e fecha de portas, Furlan vai mostrando as instalações onde juntou ou separou salas para montar ambulatórios, ampliar acomodações para pacientes e para a oferta de serviços. Um dos setores ampliados é da Oncologia, que recebe pacientes para consultas, medicações, atividades de recuperação.

Abre mais portas e vai mostrando almoxarifados – sempre cheios de equipamentos, insumos, medicamentos. Mostra a lavanderia – a parte de higienização e esterilização; a salinha de costura, onde são feitos ajustes e consertos em roupas de cama; a área de serralheria para reparo de macas, cadeiras; o setor de manutenção de equipamentos eletrônicos.

Tem de tudo na Santa Casa, incluindo uma grande área onde estão devidamente organizados os prontuários médicos de muitos e muitos anos. “Para isso foi necessário usar um contêiner, onde estão documentos mais antigos”, explica. Segundo Furlan, estes setores, com os trabalhos executados pelos próprios funcionários da entidade, garantem redução de custos, com eventuais contratações de mão de obra externa.

Momentos conturbados

Durante o período da pandemia de Covid-19, as Santas Casas de Misericórdia e hospitais filantrópicos em muitos lugares enfrentaram enormes desafios e tensões. Aqui não foi diferente, com a sobrecarga e demanda maior por leitos de UTI, equipamentos, pessoal médico e de enfermagem.

Além disso, houve escassez de recursos e insumos, como equipamentos de proteção individual (EPIs), respiradores e medicamentos, com seus preços exorbitantes. A entidade se adaptou aos novos protocolos e práticas, superou a pressão e as críticas, para continuar prestando serviços que a população esperava, o salvamento de vidas.

Em outubro do ano passado, a Prefeitura de São José do Rio Pardo, alegando falta de transparência na instituição, determinou a criação de um conselho gestor, para atuar nas decisões da Santa Casa. A medida, encarada como questão política, não durou muito tempo e o ato foi revogado no final do ano. “A gente sabe que não agrada todo mundo, tem os que criticam, mas existe um esforço imenso que muita gente desconhece. É muito trabalho sério aqui dentro”.

A Santa Casa em números

A estrutura da Santa Casa garante atendimento a pacientes do SUS e particulares, dentre os quais o de seu próprio convênio, fonte de grande parte da renda da instituição. No total, são 138 leitos, sendo 86 destinados ao SUS e 52 para convênios e particulares.

Para manter essa grande máquina em funcionamento, centenas de funcionários atuam dia e noite nas diversas atividades e setores. A Santa Casa possui atualmente 340 colaboradores, sendo 326 ativos e 14 afastados por motivos de doença. Os números incluem 172 colaboradores da enfermagem.

O investimento mensal com a folha de pagamentos é de R$ 994.470,00 (folha geral). Há também os encargos: R$ 83.700,00 (INSS), R$ 75.400,00 (FGTS), R$ 26.700,00 (IRRF). Atualmente vem sendo paga a folha complementar da enfermagem, com repasses do Governo Federal, que soma R$ 74.150,00, mais os encargos: R$ 8.750,00 (INSS), R$ 5.930,00 (FGTS) e R$ 6.040,00 do Imposto de Renda.

Em média, a cozinha da instituição prepara 6.500 refeições e 7.300 lanches (café da manhã, tarde, ceia), por mês. Nessa área, o consumo médio mensal de arroz é de 525 kg; feijão, 165 kg; óleo, 130 unidades; carne bovina, 380 kg; coxa e sobrecoxa, 223 kg.

Um dos maiores custos da entidade é com energia elétrica, de aproximadamente R$ 35.500,00 por mês. A expectativa é que em breve seja instalada uma usina fotovoltaica, para auxiliar na redução dos custos.

Além dos repasses pelo atendimento SUS, outra fonte de receitas da entidade são os convênios, incluindo o próprio. Conforme explicado anteriormente, no ano passado a Santa Casa contou com importante apoio de vereadores na destinação de recursos por emendas impositivas.

“Informamos ainda que recebemos, por indicação do vereador Henrique Torres, o valor de R$ 300.000,00 do deputado Barros Munhoz, para adequação da Maternidade, valor este também a ser utilizado na compra de materiais de acordo com o plano de trabalho, sendo a mão de obra por conta da Santa Casa. E através do suplente de vereador, André Luís Schiavon, fomos contemplados pelo deputado Alexandre Leite, com uma verba de R$ 402.449,00 para investimentos, que contemplam: 1 autoclave; 10 berços para recém-nascidos; 5 impressoras multifuncionais e 28 computadores”, explica a entidade. “Lembrando que recursos de emendas impositivas, bem como de verbas provenientes de deputados deverão ser utilizadas de acordo com as indicações e estas verbas são essenciais para que possamos manter a Santa Casa dentro das necessidades dela para o bom funcionamento”.

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