sexta-feira , 19 abril 2024
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Profissionais de saúde condenam a disputa política pela vacina contra Covid

Mas torcem para que ela de fato chegue logo e seja aplicada a toda população do país

Dois profissionais de saúde de São José do Rio Pardo estão com muita expectativa de que a vacina anunciada pelo governo do estado de São Paulo contra o Covid-19, a CoronaVac, ou mesmo a vacina da Pfizer que o governo federal estará importando em 2021, sejam disponibilizadas para toda a população em breve. Dr. Marcelo Galotti, infectologista, e Gisele Flausino, enfermeira, só lamentam a disputa política entre os dois governos num assunto que deveria unir as autoridades do país, mas torcem para que as vacinas cheguem logo.

Gisele Flausino, que coordena a Vigilância Epidemiológica, diz até sentir orgulho diante da possibilidade de vivenciar este momento tão sonhado, que é o surgimento de vacina contra o coronavirus. Ela explicou que é correto o governo anunciar a aplicação da vacina primeiro nos profissionais da saúde que se expõem diariamente aos perigos da doença e nos idosos acima de 75 anos, entre outros grupos de risco, torcendo para que depois ela seja aplicada a toda a população paulista e brasileira.

Já o médico Marcelo Galotti fez o seguinte comentário: “Transformar isso em um fato político não trouxe contribuição alguma para o país, mas pior foi ler nos noticiários que o ministro da saúde recuou e falou em vacina para dezembro ou início de janeiro só por disputa política”.

E continuou: “Com todas as críticas que se pode fazer ao governo de São Paulo, e eu também faço, ele montou uma equipe de 18 técnicos da mais alta qualidade. Pegou o que de melhor havia no estado de São Paulo e no Butantan para oferecer essa vacina à população, cuja eficácia, assim como as outras já divulgadas até agora, é acima dos 90%. Se fosse acima de 20% já seria um ganho em tanto”.

HIV/Aids e Sífilis

Do dia 1º ao dia 6 a Secretaria Municipal de Saúde e a Vigilância Epidemiológica promoveram a Campanha Fique Sabendo, ação que tem como objetivo orientar, conscientizar e despertar as pessoas para a necessidade de realizarem os testes de detecção de HIV/Aids, Sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Uma caminhada estava prevista para o domingo como parte da campanha, mas por conta da pandemia ela ocorreu de forma virtual.

Cerca de 190 pessoas se inscreveram então no “Desafio Virtual Fique Sabendo Rio Pardo”, que encerrou o evento no município e aconteceu no dia 6, tendo como ponto de encontro a Feira do Produtor.

Gisele Flausino diz que vários pontos de testagem foram colocados à disposição da população. Cerca de 160 testes de HIV e Sífilis foram efetuados domingo.

Marcelo Galotti lembrou que o vírus do HIV entra no organismo humano pelo sangue ou sêmen e fica muito tempo incubado, atuando mas sem manifestação clínica visível. “Ele fica escondido cerca de 7 anos no organismo”, explicou. “Esse trabalho que ele executa é, no fundo, o de destruir gradativamente a imunidade ou sistema de defesa do paciente”.

Avanços no tratamento

O infectologista foi um dos primeiros médicos na região e até no Brasil a acompanhar os casos iniciais de infectados da doença no país. Ele admite que 30 anos atrás ela era um terror, semelhante ao Covid-19 hoje, e os profissionais de medicina só conseguiam ajudar os pacientes de forma paliativa.

“Hoje, se a pessoa infectada com HIV se cuidar, tomar os remédios corretamente, ele morrerá de tudo, menos de Aids”, brinca o especialista, ao comentar os avanços ocorridos neste período. “Remédio para curar a Aids nós não temos, mas temos condições de dar ao paciente uma vida normal em todos os sentidos”.

Gisele explica que, no tocante a Aids, no início havia os chamados “grupos de risco”, formado principalmente por homossexuais, mas atualmente o que se fala é em “comportamentos de risco”. “A doença hoje acomete todas as classes sociais, atingindo pessoas que têm relações sexuais sem preservativos. No ano passado tivemos no município dois novos casos de pessoas infectadas com mais de 50 anos cada, indicando que, embora estejamos vivendo mais, estamos também nos expondo mais, o que é preocupante”, advertiu a enfermeira.

Ela diz que desde 2015 não há, em São José do Rio Pardo, nenhuma gestante portadora de HIV. Dr. Marcelo assegura que a cidade foi uma das primeiras no estado de São Paulo a introduzir o exame para detecção do HIV no Pré-Natal e destacou o empenho da então enfermeira Eliana Giantomassi, já falecida, neste e em outros procedimentos inéditos no município.

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