quinta-feira , 2 maio 2024
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Outono faz aumentar os casos de doenças respiratórias

Asma, bronquite, pneumonia, rinite e sinusite estão entre os principais problemas

Faltando um pouco mais de um mês para a chegada do inverno, as doenças respiratórias já começaram a marcar presença, especialmente devido ao início do outono, estação que também predispõe o desenvolvimento de enfermidades no aparelho respiratório. Bronquite, asma, sinusite, e a preocupante bronquiolite já mencionada em matéria publicada na edição anterior, são responsáveis pelo aumento dos quadros de doenças respiratórias.

Além dessas enfermidades citadas, existem outras que também preocupam. O infectologista Marcelo Galotti falou sobre as principais doenças, recorrentes no inverno, e explicou como cada uma delas afeta o corpo humano.

Sistema respiratório

O médico iniciou a entrevista explicando sobre o aparelho respiratório. “Temos sistemas e aparelhos no organismo que são vitais. O respiratório é um deles. Sua grande função é colocar o oxigênio dentro do organismo. Esse oxigênio garante a respiração de trilhões de células. Nós a exercemos de uma forma macroscópica, mas ela é feita de forma microscópica no corpo. É o famoso Ciclo de Krebs, onde o intestino fornece a glicose e o pulmão fornece o oxigênio. Em contrapartida, como substâncias descartáveis nesse ciclo, vem o dióxido de carbono, que o pulmão coloca para fora. A função do aparelho respiratório é garantir a respiração celular através de uma troca em que ele fornece o oxigênio e traz de volta o dióxido de carbono”, informou.

Principais doenças respiratórias

Asma, bronquite, pneumonia, rinite e sinusite, necessariamente nesta ordem, são as doenças respiratórias que mais afetam o organismo humano.

“A asma é uma inflamação no epitélio brônquico, e produz uma hipersecreção. Ela dificulta a respiração, e dá crises, porque diminui o diâmetro do brônquio, que está cheio de secreção. É praticamente uma crise alérgica”, informou Marcelo.

A bronquite crônica, se acordo com o médico, não tem diminuição do diâmetro, mas o muco, ou seja, a hipersecreção, dificulta a respiração. “A pessoa têm processos alérgicos constantes e fica com bronquite crônica”, completou.

A pneumonia, com raras exceções, geralmente é infecciosa. As três principais são por vírus, bactérias ou fungos.

“Já a rinite é uma doença de criança e adolescente, embora dê em qualquer idade. Chamamos de quadro perinasal, os sintomas são nariz escorrendo, coceira no nariz, espirros, dor de garganta e rouquidão. Ela lembra muito um resfriado, só que ele é infeccioso e ela é alérgica”, destacou.

O infectologista explicou detalhes sobre como funciona a sinusite. “Para que o peso da cabeça diminua, os ossos da face e da região frontal são ocos, e formam buracos. Cada um desses buracos tem um orifício que drena dentro do nariz. E têm um epitélio secretor que faz o famoso muco. Quando ele enche, faz uma pressão e dói. Se ele secundariamente infeccionar com uma bactéria, faz a sinusite, que é uma doença infecciosa, potencialmente grave e muito dolorosa”.

Pneumonia seca

A pneumonia é um quadro infeccioso muito intenso, que gera febre alta, tosse, expectoração e manifestações extra aparelho respiratório, como a cefaleia (dor de cabeça). De acordo com Marcelo, na medida que há um sofrimento para o paciente, ele procura o médico com esses sintomas, o que favorece o tratamento. No entanto, com a pneumonia seca, o caso é diferente.

“Antes da era do antibiótico, a pneumonia era conhecida como Mal de 7 dias. O indivíduo que sobrevivesse aos sete dias melhorava, mas a mortalidade era muito alta porque não tinha o antibiótico. Existem alguns tipos de pneumonia bacteriana e viral, que não tem essa evolução intensa. Uma delas é a seca, em que a pessoa tem uma febre menos complicada e uma tosse seca, e não têm tanto comprometimento do estado geral. Isso leva a pessoa a achar que é uma gripe ou resfriado. Por outro lado, essa pneumonia está crescendo no pulmão, e quando ela chega na parte que vai dar falta de ar, que causa dor torácica porque o pulmão está comprometido, as coisas ficam muito difíceis.  A pneumonia seca foi muito comum na Covid”, observou.

A gripe pode se transformar em uma pneumonia de duas formas- a viral, causada pela própria doença, que geralmente acontece em grávidas e cardiopatas. Segundo o médico, ela possui uma alta mortalidade.

Outra possibilidade é a pneumonia secundária. A pessoa adquire Influenza, e a imunidade do organismo cai, o que deixa portas abertas para as bactérias, que se associam e começam a apresentar os sintomas. “Isso acontece no geral com criança e idoso. Atingem também muitos doentes crônicos”, observou.

Gripe x resfriado

A gripe é chamada de Influenza porque são vírus do grupo Influenza. Já o resfriado, têm mais de 100 agentes etiológicos, sendo o rinovírus e adenovírus os mais frequentes.

“A gripe é uma doença muito intensa, de aparelho respiratório inferior e superior. Vai ter febre, falta de ar, sintomas importantes. Já o resfriado é muito parecido com a rinite, é perinasal”, informou.

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

Marcelo explicou sobre a DOP (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), conhecida por poucas pessoas, mas extremamente comum.

“É uma associação sequencial entre bronquite e enfisema. O fumante, por exemplo, têm bronquite crônica e a parte seguinte é o enfisema. A bronquite crônica ataca principalmente os brônquios, com secreção no epitélio e alteração de diâmetro. O enfisema destrói a estrutura chamada alvéolo. Essa associação é causada por poluição ou cigarro. Tem mais de 300 milhões de casos no mundo. Em média o enfisematoso vive oito anos a menos do que um correspondente da população geral. É uma doença grave que não tem cura. A situação dela no mundo é muito preocupante, e 90% dessa doença está ligada ao cigarro”, contou.

O infectologista explicou que o tratamento para essa doença é estagiado. “Têm vários estágios, ligados a gravidade. A primeira coisa para trata-la é parar com o cigarro. Além disso, é usado broncodilatador, antialérgico, anti-inflamatórios esteroides, e se tiver infecção, é necessário tratar também com antibiótico”.

É importante que a pessoa faça exercício físico para melhorar a respiração, e a alimentação precisa ser balanceada, além de fisioterapia respiratória.

Em casos extremos, o enfermo precisa andar com um cilindro de oxigênio.

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