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MIT e FLIRP, diferenciais da Semana Euclidiana

MIT e FLIRP, diferenciais da Semana Euclidiana

Opinião é do prefeito Ernani Vasconcellos, que ainda comentou ato dos aposentados

 

O prefeito Ernani Vasconcellos destacou, na entrevista concedida à Difusora e Gazeta durante o desfile de abertura da Semana Euclidiana, que este ano os diferenciais são o fato de São José do Rio Pardo ser agora considerado MIT (Município de Interesse Turístico) e também realizar a FLIRP (Feira Literária de Rio Pardo), com a presença de grandes nomes da literatura nacional.

No tocante à manifestação pacífica de servidores aposentados durante o desfile, batendo panelas em frente o palanque das autoridades em protesto contra o fim do tíquete, Ernani lembrou o seguinte: “A gente respeita a legitimidade do que estão pedindo, mas é uma decisão judicial contra a qual nada posso fazer. Se o juiz manda eu parar, eu tenho que parar, e se o juiz manda eu pagar, eu pago. Teve muitos medicamentos, por exemplo, que eu tive que pagar de um dia para o outro porque o juiz mandou. E teve funcionários também a quem tive que pagar algumas coisas atrasadas porque o juiz determinou. Decisão de juiz a gente cumpre, não discute”.

E concluiu: “O que tem que fazer é bolar alguma outra coisa, só que a gente não vê, judicialmente, alguma coisa que contemple isso. E promotor e juiz, se você fizer algum outro subterfúgio, com outro nome, eles vão entender que você está burlando a lei”.

Exposição no Museu

O professor Nicola Costa, que há 24 anos participa das Semanas Euclidianas, esteve presente na abertura da exposição no Museu. Ele afirmou ao repórter Luis Henrique Tobias que a S.E. é um evento único no Brasil por ser feito há 80 anos ininterruptamente, algo que não tem similar no país em termos de culto a um escritor e a sua principal obra literária, Os Sertões.

Disse que, descontados os equívocos que Euclides da Cunha cometeu, sua obra é de uma atualidade espantosa. “O livro dele se tornou em uma defesa do povo brasileiro. Na consciência daqueles que conhecem o livro Os Sertões, não tem como repetir aquilo (massacres em Canudos). Porque não haverá outro Euclides, mas haverá sempre o livro Os Sertões”, previu.

As atuais injustiças sociais existentes na nação fazem Nicola Costa lembrar os dois Brasis que Euclides mencionou em seu livro: um Brasil pseudocivilizado, com um verniz de civilização importada; e um Brasil que no dia a dia sofre com a fome, com a doença, com o preconceito e a injustiça. “Estamos diante de um escritor que teve a coragem de não dourar a pílula”, concluiu.

História local

A professora Maria Aparecida Granado Rodrigues, membro do Conselho Euclidiano, disse que nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) é recomendado que, antes de se estudar a história nacional, deve-se estudar a história local de cada município. “E a Semana Euclidiana faz parte da nossa história local, não podemos negar isso”, lembrou.

Ela mencionou também, em entrevista a Luis Henrique Tobias, que é graças não somente a Euclides da Cunha, mas também aos professores que se sucederam ao longo desses 80 anos e se empenharam pela Semana Euclidiana, que ela se tornou um evento duradouro e histórico para São José do Rio Pardo.

Sobre as denúncias de Euclides em Os Sertões, ela lembrou que ainda hoje existem “muitas Canudos por aí, com novas invasões, novas matanças, novas desigualdades”, o que confirma a atualidade da obra do escritor.

Objetivos alcançados

A diretora de cultura Ana Paula Lacerda disse que a 80ª Semana Euclidiana alcançou os objetivos traçados para este ano pelos organizadores. O objetivo principal, segundo ela, foi apresentar atrações (música, esportes, palestras, etc) para todos os públicos.

“A Semana Euclidiana precisa crescer e as pessoas precisam entender que ela é importante para a cultura da cidade”, argumentou. “Ela se faz presente na cidade e ela faz a diferença para a cidade”.

Por conta disso, Ana Paula roga que as pessoas ajudem os organizadores a fazerem a S.E. crescer, para que também a cidade cresça junto. Destacou o desfile de abertura, que teve um público estimado pela organização em 20 mil pessoas.

Na terça-feira, 14 de agosto, à noite, o professor Rinaldo de Fernandez, de João Pessoa, na Paraíba, conferencista oficial da S.E., fez sua palestra. Logo após aconteceu o show com a banda Gênesi, no palco principal montado na Praça da Matriz.

Na quarta-feira, 15 de agosto, ocorreu a Maratona Intelectual Euclidiana, com alunos do ciclo de estudos de São José e outras cidades. Também no dia 15, no encerramento da S.E. 2018, a professora Carmem Maschietto foi a oradora oficial (à tarde).

Alunos participaram do ciclo euclidiano e estiveram envolvidos com os eventos da S.E. 2018

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