Lutador rio-pardense de Jiu-jitsu ficou em 2º lugar em SP, na 1ª competição nacional em tempos de pandemia
Lutador profissional de Boxe, MMA e Jiu-Jitsu há 15 anos, Paulo Surian, de 35 anos, tem três títulos brasileiros em Jiu-jitsu, dois títulos sulamericanos e dois títulos mundiais; no Boxe ele conseguiu um título sulamericano e um brasileiro, além de um campeonato paulista; no MMA, obteve 18 vitórias e duas derrotas até agora. No último final de semana ele foi vice-campeão brasileiro de Jiu-jitsu em São Paulo, mas lutou com um dedão quebrado.
“Nos últimos três anos eu fui medalha de ouro, campeão brasileiro, e nesse eu ganhei as primeiras lutas. Quando cheguei na final, o meu adversário, Lucas Rocha, conseguiu fazer ponto no começo da luta e ficou amarrando o combate até o fim do tempo”, explicou.
Faltam sparings
“Tenho dois faixas pretas como eu, que treinam comigo, mas o restante é de faixas coloridas, azul, roxa, que são mais iniciantes. Se você pega um adversário como este que enfrentei em São Paulo…Ele tem dezenas de faixas pretas que treinam com ele diariamente. Eu tenho dois e eles nem treinam diariamente, pois um está machucado e o outro é mais velho e está meio parado”.
Ansiedade
“Sou um atleta muito ansioso, inclusive já tive até problema com ansiedade. Senti isso nessa competição e até as lutas que eu venci, não achei que lutei tão bem como nas competições anteriores, quando conseguia ficar mais focado. Acho que a ansiedade acabou atrapalhando um pouco”, confessou.
Mais competições
De agora até o final do ano ele deverá participar de várias competições de Jiu Jitsu: Campeonato Sulamericano em São Paulo, no dia 22 de novembro, que Paulo Surian já venceu em duas edições; no dia 27 de novembro, no Rio de Janeiro, a Copa Company, quando, numa categoria denominada Superluta, enfrentará um lutador de Manaus.
O sonho: lutar UFC
“Hoje o meu sonho é lutar UFC, mas isso depende muito de sorte, de um empresário ver o currículo, ver que a gente tem um cartel bom, apostar nisso e levar a gente para lutar lá. Depende de um bom empresário, que arrisque em você e te leve para lutar UFC”, revelou.
Documentário
Um documentário sobre a carreira de Paulo Surian começou a ser gravado no final de 2019, com intenção de ser concluído em abril deste ano. A pandemia fez as gravações serem interrompidas, mas elas retornaram em setembro. A ideia, agora, é não ter pressa para terminar esse projeto, até porque os cinemas só estão retornando às atividades presenciais neste final de outubro e o cinema é um local preferencial de exibição desse documentário.
Falta patrocínio
“Se eu tivesse patrocinadores que me ajudassem, eu não precisaria dar tanta aula por dia e poderia treinar mais para conseguir um rendimento muito melhor nas competições. Eu treino apenas 3 horas por dia, o restante do dia fico dando aula. A falta do patrocínio é o principal obstáculo. Hoje tenho só um patrocínio, que é a farmácia Hibisco, que me dá todo suplemento vitamínico. O que me falta são patrocinadores que invistam dinheiro para que eu possa treinar mais”.
Idade e lesões
“Já fiz duas cirurgias no joelho e tenho dor pra tudo quanto é lado. Enfrento atletas que são 10 ou 15 anos mais jovens que eu, então o que mais pesa na idade são as lesões, muitas lesões. Tenho que conviver com elas, treinar com elas. Nessa competição (em São Paulo, no último final de semana) eu lutei com o dedão quebrado. Quebrei na terça-feira ao treinar com um parceiro meu, o Igor, quando treinava queda e bati o dedão e quebrei. Pensei: não vou engessar porque não dará para lutar e lutei desse jeito. Assim, as lesões e a falta de patrocínio são os principais obstáculos”.