sexta-feira , 3 maio 2024
Início / Cidade / Lúpus: Doença rara e autoimune atinge mais mulheres
Raquel Costa Sousa, médica reumatologista

Lúpus: Doença rara e autoimune atinge mais mulheres

Reumatologista esclarece algumas dúvidas sobre a enfermidade

Em 10 de maio, comemora-se o Dia Mundial do Lúpus.  A data chama a atenção para o impacto que essa doença tem sobre as pessoas acometidas, destacando a necessidade de melhorar os serviços de saúde para o paciente, aumentar a pesquisa sobre suas causas e sua cura, além de diagnosticar e tratar precocemente a doença. O lúpus atinge mais de 5 milhões de pessoas.

Segundo o Ministério da Saúde, são reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas) principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

A Gazeta do Rio Pardo entrou em contato essa semana com a reumatologista Raquel Costa Sousa, formada pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,  com residência médica em Clínica Médica e em Reumatologia, também pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro, para esclarecer algumas dúvidas sobre o lúpus. Raquel trabalha como reumatologista no Ame Casa Branca desde 2012, e atende em uma clínica particular no município. 

“O Lúpus é uma doença inflamatória crônica autoimune, em que os sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva ou rapidamente. Os dois tipos principais de Lupus são: o cutâneo que afeta a pele geralmente com manchas avermelhadas principalmente em áreas expostas ao sol, e o sistêmico (Lupus Eritematoso Sistêmico – LES) que  além da pele acomete um ou mais órgãos internos”, explicou.

Segundo a profissional, o lúpus é considerado uma doença rara. Apenas no Brasil, estima-se que existam 65.000 pessoas com a enfermidade, em sua maioria mulheres.

Raquel explicou a causa. “Atinge mais as mulheres na faixa etária de 15 a 45 anos devido aos fatores hormonais relacionados ao desenvolvimento da doença”.

Fatores de Risco

De acordo com a reumatologista, a causa do LES não é conhecida, mas fatores genéticos, hormonais e ambientais estão envolvidos no desenvolvimento da doença.

“Ocorre alteração na produção de anticorpos que reagem contra o próprio organismo causando inflamação nos órgãos. Devido as características genéticas envolvidas na produção dos autoanticorpos, cada individuo com lúpus apresenta manifestações clinicas especificas”, informou.

Diagnóstico

Raquel explicou que o diagnostico é baseado nos sintomas e sinais apresentados pelo paciente e no resultado de alguns exames, como hemograma, urina, FAN (Fator Antinuclear), anticorpos, radiografias, ecocardiograma e em alguns casos, biopsia dos tecidos acometidos como pele e rins.

Principais sintomas

“Os sintomas iniciais  do LES podem ser febre, perda de peso, perda de apetite, fraqueza, mal estar e queda capilar. As manifestações clínicas mais frequentes da doença são alterações de pele com manchas avermelhadas, principalmente em rosto (lesão conhecida como asa de borboleta), orelhas, colo e braços que pioram com exposição ao sol, sensibilidade a luz solar desproporcional (fotossensibilidade), dor nas articulações(juntas) com ou sem inchaço, ulcerações (aftas) orais, alterações pulmonares, cardíacas, renais, neurológicas, psiquiátricas e hematológicas”, destacou a médica.

Segundo Raquel, as restrições no estilo de vida de uma pessoa com lúpus, podem ocorrer dependendo da atividade, do órgão acometido  e gravidade da doença. “No geral todo paciente com lúpus deve evitar exposição solar e utilizar protetor solar, manter alimentação saudável, evitar consumo de álcool e cigarro, e  manter atividade física regular”, enfatizou.

Tratamento

O Tratamento do lúpus depende da manifestação clínica de cada pessoa e deve ser individualizado. “Inclui medicações que regulam as alterações imunológicas como corticoides, antimalaricos, imunossupressores e imunobiológicos. Além de medicações gerais para controle de dor, febre e pressão arterial.  Os cuidados com proteção solar, evitar álcool e cigarro, e ter uma alimentação saudável são importantes”, disse a profissional.

O lúpus não tem cura, mas existe o controle da doença através do tratamento, podendo alcançar a remissão, e até mesmo a retirada das medicações.

Riscos

O diagnóstico precoce, uso correto de medicações e o acompanhamento regular com reumatologista auxiliam na manutenção da doença e a deixam sob controle. “Se não tratado, as manifestações graves do lúpus podem ser fatais”, encerrou.

Confira também

Supermercado Dia fechará suas lojas na região

Além de São José, grupo vai fechar unidades de Casa Branca, Mococa, São João, Tambaú …

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *