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Imagem ilustrativa (Reprodução da Internet)

Incidência de AVC aumenta em 20% durante o inverno

Pessoas com doença renal correm mais risco de AVC, alerta especialista

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como “derrame”, é a causa mais frequente de óbito na população adulta do país. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde, de 2016, apontam que, naquele ano, o SUS registrou 188,2 mil internações para o tratamento de AVC isquêmico e hemorrágico, além de 40 mil mortes causadas pela doença. Cerca de 70% das pessoas que sofrem o AVC não conseguem retornar ao trabalho, e 50% ficam dependentes de outras pessoas no cotidiano.

Com a chegada do inverno, o risco de Acidente Vascular Cerebral aumenta. Pesquisas realizadas em diferentes países apontam que em comparação com as outras estações do ano, durante o inverno, o índice de ocorrência de AVC aumenta em 20%. A Gazeta do Rio Pardo entrevistou o médico Rafael Sanches Humel para explicar sobre a doença e suas complicações.

O que é o AVC?                                            

Rafael: Existem dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico. O AVC isquêmico ocorre por uma obstrução. Temos a circulação sanguínea no cérebro, quando a artéria fica obstruída por um trombo, ou por uma placa de gordura, acaba sofrendo uma interrupção do fluxo de sangue naquela área do cérebro, que gera a morte dos neurônios, das células, o que causa o AVC.

No hemorrágico, pode haver um aneurisma nas artérias e elas acabam se rompendo. O sangramento dentro do cérebro faz com que os neurônios também morram.

Por que baixas temperaturas aumentam o risco de AVC?

Rafael: Em baixas temperaturas pode acontecer um aumento da pressão arterial dos pacientes, então durante o período de inverno, é comum que isso ocorra. Acaba aumentando o risco da artéria sofrer uma ruptura, por aneurisma por exemplo.

Quais os sintomas?

Rafael: Os sintomas dependem do local que ocorre a lesão. O mais comum, após o aumento da pressão que causa uma isquemia na região do cérebro, é o paciente apresentar dificuldade na movimentação de uma parte do corpo, tanto do braço, como da perna, dificuldade na fala, desvio de rima na boca, ou seja, a boca acaba entortando um pouco. Perda de força e formigamento de um lado do corpo também são comuns. Além disso, pode haver perda de consciência e crise convulsiva.

As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte em doentes renais crônicos. Por que o AVC é mais comum em pacientes com DRC ( Doença Renal Crônica)?  

Rafael: Em pacientes com DRC, a incidência de pressão alta e diabetes é muito elevada. Por esse motivo, nós percebemos que em pessoas que possuem doença renal, que fazem diálise, a principal causa de morte não é nem pelo problema renal em si, mas sim por doenças cardiovasculares, e acaba entrando o AVC como uma das principais causas.

Qual a forma de prevenção?

Rafael: A prevenção seria controlar os fatores de risco. Se o paciente é hipertenso, tomar a medicação adequada, controlar a pressão arterial, reduzir a ingestão de sal. Se ele tem aumento de colesterol e triglicérides, tomar as medidas cabíveis para controlar isso. Os que fumam devem interromper o tabagismo, porque isso acaba aumentando a calcificação e as placas de gordura na circulação, que também aumentam o risco de AVC, principalmente o isquêmico.

Quais os tratamentos?

Rafael: O tratamento vai de acordo com as sequelas que a pessoa apresentar. Se for um AVC mais grave, que acaba causando perda de força de um lado, geralmente necessita de internação, observação em UTI por um certo período, para controlar os fatores de risco que ocasionaram aquilo. Então o tratamento seria controlar a pressão depois que ele teve o evento. Geralmente, utilizamos medicações que diminuem a coagulação, como o AAS, que é o mais comum, e alguma estatina, como atorvastatina e sinvastatina para controlar o colesterol do paciente. Nas sequelas causadas pelo AVC, como perda de força, dificuldade na fala, geralmente com fisioterapia ou fonoaudiologia o paciente pode apresentar melhoras.

Quais as sequelas para quem sofre o AVC?

Rafael: Algumas pessoas ficam com dificuldade na fala, na deglutição. Perda de força, às vezes incontinência urinária, dependendo do local, incontinência fecal, são algumas. Tem sequelas que dificultam muito o dia a dia do paciente e a independência dele.

 

             Dr. Rafael Sanches Humel deu explicações sobre o AVC
Por Júlia Sartori

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