terça-feira , 3 dezembro 2024
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Estado enfrenta aumento de internações por Covid

Falta de vacinação infantil reflete em hospitalização de crianças

Nas últimas semanas, o estado de São Paulo tem apresentado um aumento preocupante na transmissão, que reflete principalmente nos indicadores de internações por Covid-19 em leitos de enfermaria e UTI, que nos últimos 14 dias indicaram crescimento de 156% e 97,5%, respectivamente, chegando a uma média diária de mais de 400 novas internações.

A velocidade de aumento de internações (5% ao dia para pacientes em UTI e 7% por dia para pacientes em enfermarias) e taxas de ocupação de leitos de UTI (44% no Estado de São Paulo e 59% na Região Metropolitana de São Paulo) é acentuada e começa a pressionar os sistemas de saúde público e privado.

Patrícia Magalhães Teixeira, dirigente da DRS XIV (Diretoria Regional de Saúde) de São João da Boa Vista, responsável pela saúde dos municípios da região, participou do Jornal do Meio Dia essa semana, e detalhou a situação do cenário estadual e regional, com relação a nova onda de Covid-19.

“Neste momento a Vigilância já está entrando em contato com os municípios para que haja uma comunicação diária do número de casos em cada cidade. Isso é obrigatório. O número de internações teve um aumento expressivo, principalmente no DRS I que são os municípios próximos a Grande São Paulo. Sabemos que a Covid se movimenta, começa com um número maior de casos nas grandes regiões e depois se movimenta para todo o estado. Na última sexta-feira (18) fomos chamados para uma reunião de urgência com a nossa Coordenadoria Regional de Saúde. Já estamos chegando a quase 600 casos de internações diárias de Covid em enfermaria. Em UTI temos cerca de 250 casos diários. Então a cada dez pessoas internadas, oito ocupam leito de enfermaria e dois de UTI”, destacou.

Patrícia afirmou que a situação também repercute em municípios do interior de São Paulo. No caso das cidades que fazem parte da DRS XIV, o número de internações ainda não chama tanto a atenção das autoridades como na grande São Paulo, mas os municípios devem ficar em estado de alerta.

“Hoje temos a preocupação de duas novas variantes, que preocupam na medida que as pessoas não estão se protegendo, mas também há uma necessidade de uma nova vacina por conta dessas novas variantes.  No entanto ainda não houve um movimento da Anvisa nesse sentido”, disse.

Uso de máscaras

Por enquanto, o uso das máscaras de proteção contra a Covid-19 está recomendado, ainda não voltou a ser uma obrigatoriedade. No entanto, o equipamento é de grande ajuda para contribuir com a prevenção da transmissão do vírus.  “Temos a recomendação do uso das máscaras, principalmente de pessoas que estão acometidas por uma síndrome gripal, em respeito as outras. Acredito que se o número de casos e internações continuarem aumentando, esse uso passará novamente a ser obrigatório”, mencionou.

Internações

Para Patrícia, a preocupação é que as internações aumentem de uma vez, como aconteceu em 2021, e faltem leitos de UTI. No entanto, a região está bem equipada no que diz respeito a estrutura hospitalar.

“Todas as pandemias que o mundo viveu tiveram legados positivos. O grande legado da pandemia de Covid foi a estrutura hospitalar que se manteve. Aumentamos o número de leitos de UTI na DRS XIV, em 55 leitos. Isso teve uma importância muito grande. São leitos que ficaram, que os municípios em conjunto com o Departamento Regional de Saúde trabalharam e conseguiram manter essas habilitações. Esses leitos estão mantidos para a população”, contou.

De acordo com a dirigente, há um aumento significativo na taxa de internação de crianças contaminados pela doença. “ É a população que não se vacinou, que teve uma cobertura vacinal baixa na verdade. Pacientes mais idosos com comorbidades também estão voltando a ser internados. Estamos nos debruçando junto com a Vigilância, analisando os casos, para saber se haverá necessidade de reativarmos os leitos de UTI que estão em Casa Branca”, revelou.

O hospital psiquiátrico de Casa Branca caminha para se tornar geral. Há um trabalho do DRS junto com o Centro de Ressocialização de Casa Branca, para que ele vire um hospital geral de Casa Branca, que atenda pessoas independente dos problemas de saúde. “O caminho é que possamos habilitar os leitos que hoje estão fora de um hospital geral. Queremos habilita-los como leitos de UTI. Como lá ainda não é um hospital geral, não podemos fazer isso, porque existem várias normas que precisam ser atendidas. Mas tudo está caminhando para isso acontecer. A estrutura lá está muito boa, o governo do estado investiu bastante durante a pandemia lá. Se for necessário, usaremos”, garantiu.

Subnotificações

Patrícia explicou que muitas pessoas estão optando por fazer auto teste comprado em farmácias, e a maioria não notifica a Vigilância Epidemiológica sobre os resultados positivos. “Com isso temos uma subnotificação, que está de fato acontecendo. Nesse momento estamos trabalhando mais com os pacientes internados do que com as notificações. Faço um alerta a população, que em caso de um resultado positivo de exame comprado em farmácia, que o paciente entenda a importância de fazer essa notificação. Porque políticas públicas são baseadas no que está acontecendo. Para serem tomadas iniciativas dessas políticas públicas, precisamos saber o que está acontecendo. Para ajudar a todos, inclusive a própria pessoa, ela precisa sim informar no caso de um diagnóstico positivo para a doença”, afirmou.

Neste momento, segundo a dirigente, os pacientes que estão sendo internados em São João da Boa Vista, são em sua maioria idosos e com comorbidades.

Vacinação infantil

Patrícia fez um alerta a todos os pais de crianças da região.

“É de extrema importância reforçar a vacina em crianças. Elas estão sendo infectadas e até internadas por falta de vacinas. Pedimos que os pais busquem a vacinação para seus filhos. Chega a ser cruel com as pessoas não incentivar a vacinação infantil. Têm mães que até se preocupam se a vacina irá fazer mal para a criança, o que é uma mentira. Uma desinformação que infelizmente foi espalhada. É importante conscientizar a todos para que o Brasil volte a ser uma referência em vacinação como já foi um dia”, encerrou.

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