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Juliana e Gisele Flausino fizeram um balanço do ano de 2020

Covid-19: Em 10 meses, menos de 10% dos trabalhadores da saúde foram infectados

Entre segunda e terça-feira, foram coletadas 53 amostras de exames pelo SUS

No penúltimo dia do ano, 30 de dezembro, Juliana Flausino, secretária municipal da saúde, e Gisele Flausino, coordenadora da Vigilância Epidemiológica, foram entrevistadas por Paulo Sérgio Rodrigues e Luis Fernando Benedito, no “Jornal do Meio Dia”, programa exibido diariamente desde o início da pandemia. As profissionais da saúde explanaram o cenário atual da Covid-19 em São José do Rio Pardo e fizeram um balanço do ano de 2020 relacionado ao desempenho da saúde pública.

Números

Até dia 30 de dezembro, fechamento desta edição, 1.396 pessoas foram diagnosticadas com coronavírus no ano de 2020, no município.

“No momento temos 44 pessoas com o vírus ativo. Com relação aos 44, podemos dizer que 20% são crianças. Continuamos tendo muita procura de pessoas que estão com suspeita da doença, o que é bom, porque vem de encontro com tudo o que falamos sobre procurarem atendimento no início dos sintomas, não dando chances para um agravamento do quadro”, informou Gisele.

 “De segunda-feira até terça, colhemos 53 amostras de exames para suspeitos dentro da rede SUS, que são as análises encaminhadas ao Adolf Lutz. Ele é referência nacional, principalmente do estado de São Paulo, mesmo fazendo parceria com os grupos privados, voltou a ter atraso nos resultados porque a procura aumentou. Além disso, o horário de trabalho do laboratório foi reduzido nesse final de ano. Peço para as pessoas que estão aguardando resultado, que fiquem em isolamento e sigam os protocolos para proteção e prevenção”, destacou.

Gisele contou que entre a rede particular e convênios, nesses últimos dois dias (segunda e terça), foram feitas 44 coletas de exames.

Notificações

Juliana revelou que o município tem mais de 3.860 notificações. “A pessoa é notificada quando tem a suspeita da possibilidade da doença e é testada. Esse aumento nos faz ficar em alerta, porque não é só no SUS que estamos tendo essa elevação do número de suspeitos, é na rede conveniada e particular também. Isso nos mostra que está tendo circulação do vírus”, comentou.

Internações e óbitos

Atualmente, duas pessoas estão internadas na UTI e uma na enfermaria. “Além disso, temos duas pessoas internadas fora da cidade pela rede conveniada. Ao todo, cinco rio-pardenses estão internados”, disse Juliana.

“Tivemos três óbitos essa semana, um era rio-pardense mas não estava internado aqui por causa do convênio, e as outras duas pessoas que faleceram, estavam internadas na Santa Casa, mas eram de fora da cidade. A situação está ficando tão agravada na região de São Paulo, que um dos internados era de Campinas, e só achou referência para internação aqui em São José”, revelou a secretária.

Crianças infectadas

O aumento no número de crianças com coronavírus continua. “Estamos monitorando pela Vigilância Epidemiológica. Desde segunda-feira mais sete crianças entraram como suspeitas, e duas já confirmaram como casos positivos. Se estamos tendo crianças suspeitas e positivas, é porque estão sendo expostas dentro de casa. Todas elas têm alguém com suspeita em casa, ou com a doença já confirmada. É muito raro os sintomas se iniciarem primeiro nas crianças”, explicou Gisele.

2020

Juliana começou com o balanço anual. “Meu balanço relacionado a saúde em São José do Rio Pardo nesse ano de 2020, é muito positivo diante da situação dramática que vivemos desde o primeiro caso notificado no município. Conseguimos trabalhar de uma maneira técnica, cientifica, com muito respaldo, e tendo bons resultados. São José foi um dos primeiros municípios do estado, a decretar uso obrigatório de máscara. Foi uma atitude que tomamos e nos resguardou bastante, acho que a situação estaria muito pior se não tivéssemos tomado essa atitude no começo”, relatou.

 “Também fomos uma das primeiras cidades a nos organizar com um centro de referência, já pensando que não seria um problema a curto prazo. Direcionamos o PPA Central para isso, uma equipe para avaliar os casos, dar suporte, verificar os casos que precisariam de um atendimento a nível hospitalar, e com isso deixamos os outros locais para atendimentos de outros tipos de doenças e situações. Em nenhum momento deixamos de atender alguém por não darmos conta da demanda. Todas as pessoas foram devidamente atendidas”, afirmou.

“Tivemos profissionais da saúde afastados por conta da Covid, mas o nosso número de infecção é muito baixo. Em dez meses, 52 profissionais foram infectados, e temos quase 600 trabalhadores da saúde expostos na cidade. Isso nos dá uma satisfação muito grande. De uma maneira geral, temos um retorno positivo por conta da população também”, encerrou Juliana.

Gisele disse que todos aprenderam muito este ano. “Do ponto de vista técnico, humano e sobre relacionamento, não só entre equipes, mas com a própria população, aprendemos bastante. Nosso maior desafio era passar todo o conhecimento que estávamos adquirindo com relação a pandemia, para a população. O conhecimento é algo que acredito que tenha que ser sempre dividido e somado. No começo tínhamos dúvidas e inseguranças se estávamos sendo muito restritivos e radicais para a época, mas hoje vemos que isso nos ajudou. Fizemos o nosso melhor”, comentou.

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