terça-feira , 26 novembro 2024
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Na maioria das lojas abertas ao público, os clientes têm mantido a distância recomendada pela empresa

Comerciantes mantêm otimismo controlado com a reabertura das lojas em São José do Rio Pardo

Representantes dos segmentos de carros e de dois outros setores falam sobre a experiência anterior e atual

As concessionárias e o comércio de ruas voltaram a funcionar em todo o estado de São Paulo desde 1º de junho e, para registrar o fato, Gazeta ouviu alguns representantes desses setores no município.

O setor automotivo foi um dos mais afetados, em todo o país, após o fechamento do comércio a partir da segunda quinzena de março até o final de maio. E as concessionárias, obviamente, sentiram muito isso, com as vendas despencando em representantes de todas as marcas nas cidades. Em São José do Rio Pardo isso não foi diferente.

Na Vime Veículos, por exemplo, o diretor Carlos Milton Buffoni Filho (Mito) confirmou que o primeiro mês de fechamento foi difícil, tanto para os funcionários, quanto para os clientes. “As vendas online só começaram a acontecer 20 dias após, lentamente, depois que funcionários e clientes aprenderam a usar o sistema. Mesmo assim, as vendas nesse período caíram 80 por cento e o que ajudou foi que o setor de peças e a oficina continuaram abertos e venderam bem”.



Carlos Milton (Mito): “O que ajudou foi que o setor de peças e a oficina venderam bem” ( foto de arquivo de rede social)

Mito disse que chegou a dar férias para todos os funcionários e depois chamou alguns de volta, para o aprendizado online. Houve algumas demissões não apenas em São José, como também em Guaxupé e Poços de Caldas, onde a empresa também tem concessionárias. Aí, no início de maio, o governo mineiro autorizou a reabertura e, mesmo assim, as vendas só começaram a melhorar uma semana após.

Sobre essa primeira semana de reabertura em São José do Rio Pardo, Mito considerou que o resultado foi bom, mas acha que ainda demorará para voltar ao que era antes da pandemia, mesmo havendo uma demanda reprimida. “A gente espera que, aos poucos, as coisas possam ir voltando ao normal”, confirmou. “Acho que houve um excesso (da parte do governo) para com as concessionárias, pois elas não têm aglomeração de pessoas. De qualquer forma, a gente procura agendar as visitas dos clientes interessados e, se vierem sem máscara, a gente as fornece. Temos álcool em gel, fazemos higienização a cada meia hora em locais onde há mais contatos físicos e assim vamos tocando”.

Lojas no centro

O jornal ouviu também os gerentes de duas lojas na região central da cidade e as entrevistas ocorreram no terceiro dia após a reabertura (3 de junho). Izael Tiago Ribeiro da Silva, da Evolução, e Noemi Aparecida do Amaral Jacinto, do Varejão das Fábricas, relataram experiências distintas acerca do período em que as duas empresas estiveram de portas fechadas e atendendo apenas online: na Evolução houve a demissão de 5 funcionários, enquanto no Varejão o quadro foi mantido. Ambos, porém, mostraram-se otimistas acerca da reabertura, embora com opiniões diferentes em alguns aspectos.

Indagado sobre os três primeiros dias de reabertura, Izael afirmou: “Foi muito bom devido à expectativa do frio, estamos com bastante coleção outono inverno, acredito que a venda vai dar uma boa melhorada. Mas as pessoas estão se prevenindo totalmente, vindo com máscara, usando álcool em gel”.

“A loja está mantendo a distância dos clientes nas filas dos caixas e nós estamos nos prevenindo. Importante a prevenção para poder a economia continuar. Nesses primeiros 3 dias de reabertura as pessoas estão bem conscientes, não estão vindo famílias, mas uma pessoa por família, deixando pai e mãe em casa. A população está bem conscientizada. E lembrando que não podem ser usados os provadores”, observou.

Ele explicou que a loja rio-pardense tem 1.200 metros quadrados e, por isso, a orientação é aceitar um cliente a cada 10 metros quadrados. “A gente está colocando no máximo 30 clientes dentro da loja”, confirmou, dizendo também que, quando a loja estava fechada, houve vendas somente externas (online e delivery), “em um número até bacana”.

Izael admitiu que a pandemia afetou bastante a loja nos meses passados. “A perda foi um pouco considerável e acredito que demore de 3 a 4 meses para recuperarmos. Infelizmente tivemos que cortar 5 funcionários porque a paralisação prejudicou e não houve como manter o quadro inteiro”, encerrou.


Izael Tiago, da Evolução: “Acredito que demore 3 a 4 meses para recuperarmos (as vendas)”

Consumidores mais cuidadosos

Noemi Aparecida acha que os moradores ainda estão com um pouco de receio de ir às lojas para comprar, chegando mesmo a considerar que houve mais movimento com a porta fechada do que nos primeiros dias de reabertura. Observou, porém, que os compradores “estão mais cuidadosos agora, o que é bom, mas o movimento não está ruim, não. A gente tem que agradecer os nossos clientes porque o mês de maio foi bom para nós em vendas aqui, vendas online. E, com o pagamento chegando, acho que ficará melhor ainda e junho será bom também, se Deus quiser”.


Noemi Aparecida, do Varejão: “Marketing online salvou a empresa de demitir funcionários”

“A gente não deixa ninguém entrar na loja sem a máscara e colocamos dois avisos na entrada sobre isso. Estamos sempre com uma vendedora na porta da loja e também álcool em gel. Temos o distanciamento, que a gente pede ao cliente manter, além de entrarem cinco clientes por vez, já que a loja é ampla. E também não estamos deixando provar roupa aqui dentro. Desinfetamos a maquininha toda vez que ela é usada. Acho que o comércio em si tem que ser um grande cooperador e conscientizador para que essa pandemia não aumente na cidade”

Noemi diz que a empresa não precisou fazer cortes em seu quadro de funcionários durante o período de isolamento social. “Optamos por afastar alguns que estavam no grupo de risco, mas a gente continuou batalhando aqui dentro, fazendo vendas online e nossos clientes colaboraram com a gente. Investimos muito no marketing online e, assim, conseguimos, graças a Deus, passar por esse período em que a loja estava fechada sem cortar ninguém. Ao contrário, estamos com ideia de contratar mais uma funcionária se as vendas continuarem como estavam. Agradeço muito a minha equipe, que foi cem por cento e a gente trabalhou demais online. Foi bem estressante porque era uma coisa nova para nós”, concluiu.

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