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Dr. Eliezer Gusmão

Com 10 casos, letalidade de julho é alta, se comparada a junho, mas internações caem

Retorno do futebol foi um dos destaques da entrevista concedida por Eliezer Gusmão

São José fechou a sexta-feira (16) com 104 casos novos de Covid-19 confirmados. Na semana retrasada, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura, foram 93 – entre segunda-feira (5) e quinta-feira (8). No entanto, durante o feriado de 9 de julho, não houve publicação do boletim. Desde o dia 1º de julho até sexta-feira (16), o município registrou 10 óbitos em decorrência da doença. Até o fechamento da edição, 8 pessoas estavam internadas na Santa Casa, sendo 3 em UTI, o que leva a Unidade de Terapia Intensiva a 30% de ocupação dos leitos, com apresentação de uma melhora significativa com relação ao início da semana, em que chegou a atingir 80% de internações na segunda-feira (12).

O médico e diretor técnico da Santa Casa, Eliezer Gusmão, fez um balanço semanal sobre o cenário da pandemia na cidade, observando que a ocupação hospitalar tem apresentado índices satisfatórios, e destacou que durante essa semana, o hospital ficou sem pacientes rio-pardenses na UTI durante dois dias, o que não ocorria há um longo tempo.

“Este fato é o que já estávamos prevendo, os números estavam estáveis com tendência de queda. E isso tem refletido dentro do próprio hospital, as internações têm caído, assim como o número de casos. Depois de meses com números altos, eles têm diminuído”, avaliou.

Óbitos

Eliezer comentou sobre os 10 óbitos por Covid neste mês de julho, um caso a mais do que em junho, quando foram registradas 9 mortes. “Tivemos pacientes que internaram já em estado grave durante esse período e acabaram falecendo. Mas alguns já estavam há 20 ou 30 dias internados. Não foram apenas casos recentes, a maioria teve um intervalo de tempo grande entre internação e óbito. Ainda tem aparecido pessoas com casos graves, mas isso diminuiu”, disse.

O diretor técnico observou que a enfermaria está com menos da metade dos leitos ocupados e com casos mais leves. “Alguns pacientes já estão melhores e irão receber alta”.

Essa semana, foi noticiado que as mortes por Covid em São Paulo caíram em 46%. Para Eliezer, a redução dos números se deve a mais de um fator. “Esse número não reflete apenas a vacinação, temos que levar em consideração a imunidade natural das pessoas que entraram em contato com o vírus, aqueles que não desenvolveram a doença ou que tiveram ela muito leve e foram adquirindo anticorpos. Isso se une a vacinação de maneira que aumentou muito o número na coletividade de pessoas que já estão com anticorpos contra o vírus, o que faz com que ele encontre uma barreira natural e comece a cair o número de casos. Essa conquista deve-se sim a vacinação, mas não somente a ela”, pontuou.

Calendário vacinal

O médico comentou sobre o calendário vacinal ter sido adiantado.  “Ter adiantado a primeira dose das vacinas, foi uma boa decisão. Apesar de só a primeira dose ser mais fraca, ela vem para reforçar. O ideal é imunizar mais da metade da população do país pelo menos com a primeira dose, isso já causará uma queda no número de casos”, comentou.

Reinfecção

O Governador João Dória foi às redes sociais essa semana, informar que está novamente contaminado por Covid, entretanto, disse que os sintomas são leves, e relacionou isso ao fato de já ter se vacinado com as duas doses da CoronaVac. O médico comentou sobre a reinfecção.

“É difícil afirmar, primeiro porque é raro, a reinfecção é meio contestada. Não sabemos se o primeiro teste que ele fez era um falso positivo, ou se agora é, isso é algo difícil de ser avaliado de longe, mas é uma coisa rara a pessoa pegar a Covid duas vezes.  Temos visto que 30% dos testes, podem dar resultado falso, tanto para positivo quanto para negativo. É preciso esperar um tempo para avaliar melhor essa reinfecção, os estudos ainda são recentes”, destacou.

Profissionais da saúde

Durante a entrevista, o médico foi questionado sobre o impacto com relação a São José do Rio Pardo ser uma das cidades da região onde há um baixo índice de contaminação por Covid entre profissionais da saúde. “O impacto é que os profissionais continuam trabalhando e dando uma assistência melhor. De fato comparando com a média de profissionais da saúde infectados no Brasil, tivemos poucos casos na cidade. Se a maioria pegasse a doença, seria um impacto negativo muito grande no atendimento à população. Tanto é que no ano passado, abriram vagas na área da saúde justamente com a intenção de não deixar o serviço parar. Por sorte tivemos poucos profissionais que pegaram a doença, em comparação com o que poderia ter sido”. 

Ele defende o retorno do futebol

Eliezer Gusmão, que integra o Vasco FC, também falou acerca da não flexibilização para liberação do futebol no município, o que tem sido bastante questionado por parte de esportistas do município. O assunto também foi alvo de discussão na Câmara, onde ganhou apoio dos vereadores Paulo Sérgio Rodrigues, Henrique Torres, Rubinho Pinheiro, Eduardo Ramos, Rafael Kocian, Gabriel Navega, Fernando Gomes, Moraci Bálico e Toco Quessada.

“Não consigo ver problema em relação a liberar o futebol, é um espaço aberto, ao ar livre, já tem trabalhos da UEFA, CBF, feitos por especialistas, que comprovam que a chance de contaminação dentro do campo de futebol é mínima, desprezível”, comentou médico.

“Os jogadores podem se contaminar no vestiário, dentro do avião, em casas, baladas, mas lá dentro do campo não. As academias, que são locais fechados, estão com suas práticas liberadas, claro que seguindo todos os protocolos. Sabemos que está tendo vôlei, futebol de salão, handebol. Acho que já passou da hora de liberar. Mas devemos respeitar a decisão das autoridades, porém, acredito que deva sim ser liberado”, finalizou.

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