Dados são do Tribunal de Contas, com base em informações do próprio legislativo
Os dados são do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que faz um levantamento sobre a manutenção e o custeio das 644 Câmaras Municipais (exceto da Capital), distribuídas no Estado de São Paulo. Segundo as informações divulgadas nesta semana, os legislativos custam, em média, R$ 85,96 por cidadão paulista. Ao longo dos últimos 12 meses, os valores destinados para o exercício do mandato de 6.908 Vereadores nas Casas Legislativas alcançaram a cifra de R$ 2.944.304.782,45.
Com plenários que vão de nove a 34 cadeiras, as Casas Legislativas paulistas abrigam 6.908 Vereadores que representam uma população estimada em 34.252.760 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021.
Os dados integram levantamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) com base em gastos realizados pelo Poder Legislativo nas cidades do interior e do litoral do Estado paulista, e realizados entre os meses de maio de 2021 e abril deste ano.
Os números, colhidos pelo Sistema de Auditoria Eletrônica do TCE, foram atualizados na última quarta-feira (20) e estão disponíveis para consulta na plataforma ‘Mapa das Câmaras’ no site do TCE-SP. A ferramenta oferece, ainda, a busca e a visualização segmentada por município, e permite que os dados sejam baixados na forma de planilhas.
Custo Legislativo
No cenário atualizado pelo TCESP, o ‘custo-legislativo’ no primeiro quadrimestre do ano – de R$ 85,96 per capita –, apresenta uma tendência de alta.
No exercício consolidado de 2021, com gastos registrados entre janeiro e dezembro, o valor empregado por habitante registrou uma média de R$ 83,32. No período foi gasto um montante de R$ 2.854.098.693,62.
Em 2020, ano em que a pandemia do coronavírus se disseminou, o ‘custo-legislativo’ foi de R$ 85,81 por habitante no território paulista. Um total de R$ 2.914.568.862,42 foi destinado pelos municípios para o funcionamento das Câmaras Municipais.
Arrecadação
De acordo com o levantamento, um total de 16 Câmaras Municipais gasta a mais do que a arrecadação do município valores oriundos de recolhimento de impostos (IPTU, IRRF, ISSQN e ITBI) e da cobrança de taxas, Contribuição de Melhoria e Contribuição de Iluminação Pública (CIP/COSIP).
O município de Flora Rica lidera o ranking com um gasto legislativo de R$ 964.638,40, representando 228,55% da arrecadação municipal, o que gera uma diferença entre custo e receita de R$ 542.562,72.
Nossa região
Ainda de acordo com os dados do TCE-SP, consultados na quinta-feira (21), comparativamente às demais cidades da região, incluindo a mais populosa que é São João da Boa Vista e a que mais vereadores tem (15 no total), São José do Rio Pardo tem a Câmara Municipal mais onerosa em termos de gastos.
Os dados, segundo o TCE, são obtidos a partir das informações contábeis enviadas pelas câmaras municipais ao Sistema Audesp. Segundo os dados, os custos legislativos para as cidades em 2021, com números consolidados foram:
CIDADE | POPULAÇÃO | VEREADORES | TOTAL |
São João B Vista | 92.315 | 15 | R$ 2.296.252,69 |
Aguaí | 36.981 | 13 | R$ 2.114.335,23 |
Águas da Prata | 8.262 | 09 | R$ 972.322,21 |
Caconde | 19.031 | 09 | R$ 1.002.196,41 |
Casa Branca | 30.655 | 11 | R$ 1.996.899,76 |
Mococa | 69.072 | 15 | R$ 2.670.711,92 |
São J Rio Pardo | 55.298 | 13 | R$ 3.810.504,47 |
Tapiratiba | 12.940 | 09 | R$ 957.781,57 |
Itobi | 7.862 | 09 | R$ 951.241,69 |
Vargem G Sul | 43.368 | 13 | R$ 1.850.592,72 |
S C Palmeiras | 35.102 | 11 | R$ 1.167.877,85 |
Tambaú | 23.255 | 11 | R$ 1.214.388,49 |
Divinolândia | 11.027 | 09 | R$ 818.654,24 |
E S Pinhal | 44.607 | 09 | R$ 1.481.685,19 |
S A Jardim | 5.926 | 09 | R$ 938.900,58 |
Fonte: TCE-SP
Por períodos de quadrimestres acumulados – que neste caso comparou de maio de 2021 a abril de 2022, o gasto total da Câmara de São João foi de R$ 2.369,755,12. Neste mesmo período, o legislativo rio-pardense teve um custo acumulado de R$ 3.857.005,06.
Explicando
Consultada sobre o assunto, a Câmara de São José do Rio Pardo, por meio de nota, comentou que embora o TCE mostre um valor de custeio maior que as demais, o Legislativo rio-pardense mantém um gasto abaixo da média percapita. Segue a nota explicativa, na íntegra:
A assessoria da Câmara Municipal informa que o relatório produzido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo demonstra dados que vão ao encontro das medidas adotadas pela Câmara Municipal de São José do Rio Pardo.
O custo médio apontado pelo relatório é de R$ 85,96 por cidadão paulista. Em São José do Rio Pardo esse custo é de R$ 69,75 por habitante, portanto cerca de 20% menor que a média estadual e dentro da faixa mais baixa de custeio estabelecida pelo próprio TCE, a saber R$ 70,59.
Desde o início do biênio 2021-2022, a presidência da Casa tem adotado medidas que visam reduzir o custeio, tais como revisão de contratos, redução de horas extras, racionalização de serviços, extinção de cargos e investimentos em medidas sustentáveis, como a instalação de uma usina de energia solar, que somente de março a julho representou economia de R$ 10 mil aos cofres públicos e que em 20 anos deve representar mais de R$ 1,5 milhão.
Por fim, destacamos que em 2021 a Câmara Municipal utilizou como despesas 3,37% do orçamento municipal, respeitando integralmente o artigo 29-A da Constituição Federal, que prevê utilização de até 7% do orçamento em municípios com até 100 mil habitantes, ou seja, menos da metade do que poderia utilizar com despesas, o que demonstra zelo e respeito ao dinheiro público.