Vacinação dos profissionais da Educação garante retomada das atividades nas escolas paulistas
O Governador João Doria e o Secretário da Educação, Rossieli Soares, anunciaram na quarta-feira (16) um novo plano para a retomada das aulas presenciais da Educação Básica no segundo semestre, a partir de 2 de agosto de 2021.
Pela nova proposta, para calcular a porcentagem de alunos permitidos será levada em consideração a capacidade total de acolhimento das escolas e não mais o total de matrículas. O distanciamento mínimo entre as pessoas passa a ser de 1 metro e não mais de 1,5 metro. Como foi facultado a que cada escola elabore o seu próprio plano de retorno, levando em consideração a realidade da comunidade escolar, a volta às aulas presenciais não será obrigatória para os estudantes.
Mas, em razão da antecipação do plano de vacinas para profissionais que atuam na Educação, a expectativa é de um retorno maciço, sem intercorrência, conforme comentou nesta semana, a diretora regional de Ensino, professora Silvia Helena Dalbon Barbosa, em entrevista à Gazeta do Rio Pardo e Rádio Difusora, na última quinta-feira.
“É uma esperança para todos nós, com mais segurança e com mais confiança de que as coisas vão acontecer”, destacou, observando que a vacinação dos profissionais da Educação, antecipada de 21 de julho para este mês, permitiu a elaboração do plano de retomada.
“A gente acredita que, lá no segundo semestre, todos estaremos imunizados”, observou, comentando também que escola não é apenas aprendizagem cognitiva mas também “aprendizagem e desenvolvimento socioemocional, que está deixando de acontecer e que tem causado um prejuízo enorme para nossas crianças e nossos jovens”.
Segundo a dirigente de ensino, na nossa região não houve casos de escolas que pararam as atividades por conta de contaminações por Covid-19. “Nós tivemos um caso no município de São Sebastião da Grama, na escola da Fazenda Cachoeira, mas o fato foi com as aulas no município. A escola é compartilhada, um período funciona o município e um período funciona o Estado. Antes do feriado, a escola ficou com restrição enquanto eram tomados os cuidados”, explicou.
Silvia Helena fez um balanço acerca do atual período de funcionamento das escolas, no formato híbrido. “Tem sido bom. O foco é atender, de uma maneira prioritária, aqueles alunos que têm maior dificuldade, tanto de acesso à forma remota, quanto a dificuldade de aprendizagem. Muitos pais ainda não se sentem seguros de que seus filhos retornem presencialmente à escola, isto é compreensível. O ganho no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos que já estão frequentando presencialmente pode ser notado semana a semana”, avalia.
Tempo integral
A dirigente regional contou que algumas escolas estaduais de São José estão se preparando para a possibilidade de se tornarem Escolas em Tempo Integral – projeto do Governo do Estado que vem sendo implantado gradativamente nos municípios. Por aqui, já faz parte a EE “Stela Couvert Ribeiro”.
“O que temos até o momento são as escolas fazendo a movimentação e o engajamento da comunidade. Agora que o programa Ensino Integral está se tornando de entendimento maior, as pessoas percebem o ganho que o estudante tem com esse programa. Não é apenas mais tempo na escola, é mais tempo com qualidade. Temos as escolas de anos iniciais Natal Merli, Jorge Luiz, Tarquinio Cobra, Candido Rodrigues e Euclides da Cunha”, comentou.
De acordo com Silva Dalbon, o anúncio sobre qual escola receberá o projeto será feito pela própria Secretaria Estadual da Educação, após realizados os levantamentos e respondidas os requisitos exigidos.
Outra observação é que as medidas adotadas pela Secretaria da Educação junto às unidades têm por objetivo reforçar as atividades e a recuperação de aprendizagem.
Mesmo com o sistema ainda híbrido e as turmas reduzidas, Silva explicou que haverá férias escolares, de 16 a 31 de julho. “O período de férias não foi alterado, foi alterado o período de recesso, adiantado em abril”.
Vagas para professores
Dentre os projetos em andamento e outros a serem iniciados, está o projeto de implantação de aulas de Inglês para as séries iniciais, o que foi anunciado na semana passada pelo Governo do Estado.
“Um grande avanço, dada a necessidade de formação em uma segunda língua para que as pessoas possam ter uma chance maior de contratação, emprego. A proposta da Seduc (Secretaria Estadual da Educação) é implementar esse programa a partir do primeiro ano do ensino fundamental”.
Com a proposta, o mercado a Educação passa a necessitar de professores de Inglês, assim, dará andamento à contratação de pelo menos 18 mil profissionais em todo o Estado.
“Vamos iniciar um projeto piloto, com abertura de 1200 vagas para professores de aulas de Inglês nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Professor interessado vai fazer um curso de formação para trabalhar com a metodologia selecionada para o programa”, informou, explicando que desde já, os interessados em participar devem se inscrever no site EFAP – Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do Estado de São Paulo, que pode ser acessado no endereço http://escoladeformacao.sp.gov.br. As inscrições vão até o dia 25 de junho.
Confiança
Silvia aproveitou para agradecer aos profissionais da Educação, às famílias que auxiliam os filhos no processo da aprendizagem, e pelo esforço de todos que, de algum modo, contribuem para que o ensino seja levado adiante neste período pandêmico. “E pedir para que tenhamos confiança e de mãos dadas nesse retorno, para que a gente possa corrigir toda essa falha que ficou o mais breve possível. Vamos ter muitas novidades no ano que vem, como o Novo Ensino Médio, que precisa do engajamento de todos. Então temos muito trabalho sendo feito”, disse.
“Meu agradecimento público também à Secretaria da Educação e ao governador. Independentemente das questões políticas, nós temos que ser muito gratos pela vacina. A rede estadual de São Paulo vacinada com tanta antecedência, buscando um retorno mais seguro, mostra o quanto a gente acredita mesmo que a Educação seja essencial”, finalizou.