Doença do carrapato matou três pessoas que estiveram em uma fazenda na região de Campinas e quarto caso é investigado
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo está em alerta para as ações de prevenção e monitoramento dos casos de febre maculosa, após serem registrados três óbitos e uma suspeita, em pessoas que estiveram em uma festa na Fazenda Santa Margarida, região de Campinas. O evento aconteceu no dia 27 de maio e desde então, algumas pessoas que estiveram no local apresentarem febre e dores no corpo e cabeça ou manchas avermelhadas pelo corpo.
As primeiras vítimas foram a dentista Mariana Giordano, de 36 anos, e o namorado dela, o empresário e piloto de Fórmula C-300, Douglas Costa, de 42 anos. Também foi registrada a morte da professora universitária, Evelyn Santos, de 28 anos, e a adolescente Erissa Nicole Santana, de 16 anos, que morreu na terça (13) e também esteve na fazenda. Ela permaneceu internada desde o dia 9, mas os exames ainda estão em análise no Instituto Adolfo Lutz.
Conforme a Secretaria Estadual da Saúde, dos 12 casos confirmados da doença neste ano, três foram de pessoas que estiveram nos eventos realizados no local. Desta forma, é importante que todos que frequentaram a Fazenda fiquem atentos aos sintomas e comuniquem ao serviço médico. Essas informações são fundamentais para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença.
Doença do carrapato
A febre maculosa também conhecida como doença do carrapato, é uma infecção febril de gravidade variável, com elevada taxa de letalidade. Causada por uma bactéria do gênero Rickettsia é transmitida pela picada do carrapato. Entre junho e novembro, a infestação ambiental por ninfas de carrapato estrela é alta (o ciclo de vida do carrapato inclui as seguintes fases: ovo – larva – ninfa e adulto).
O período de incubação da Febre Maculosa é de 2 a 14 dias. Portanto, é importante considerar exposições ocorridas nos últimos 15 dias antecedentes ao início de sintomas.
“Ao se aventurar em regiões de mata e cachoeira, é importante estar ciente que estamos no período de reprodução do carrapato estrela, ocorrendo o risco de transmissão da Febre Maculosa através de sua picada. Caso em até 15 dias após este deslocamento, você apresente sintomas deve procurar atendimento médico o mais rápido possível”, afirma Tatiana Lang, Diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo.
Embora a Febre Maculosa seja grave e com alta letalidade, é possível reduzir significativamente o risco de contrair a doença. Verificar com frequência se há algum carrapato preso ao seu corpo, usar roupas claras com manga longa, calça comprida e calçado fechado são algumas medidas efetivas para a proteção contra o carrapato transmissor.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, em 2022, foram registrados 63 casos, com 44 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 87 casos e 48 óbitos.
Paciente com suspeita teve exames enviados ao IAL
Um paciente de São José do Rio Pardo, deu entrada no Pronto Socorro apresentando dor de cabeça, febre e calafrios. Morador da zona rural e com histórico de picada de carrapato nos dias anteriores, o homem foi submetido a exames.
Segundo as informações, ele foi submetido a tratamento, mas não permaneceu internado, optando por deixar a unidade.
As amostras de exames foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, unidade referência para esse tipo de análise.
Informações recebidas na tarde de ontem dão conta que o paciente evoluiu bem ao tratamento, não havendo ainda o resultado dos exames.