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São José tem mais de 800 hectares de soja plantada

De acordo com a Casa da Agricultura, plantio já está superando a cebola

A soja, principal produto do agronegócio brasileiro, já está tomando conta também do mercado regional. A cada ano, o plantio do produto tem crescido e ganhado destaque no município. Quem confirma o fato é o chefe da Casa da Agricultura de São José do Rio Pardo, Bruno Junqueira Dias. Ele e o zootecnista Rodrigo Vieira de Moraes falaram nesta semana sobre o assunto, em uma entrevista ao Jornal do Meio Dia, da Rádio Difusora.

“Em termos de área plantada, a soja já tem o dobro da plantação de cebola em São José do Rio Pardo. A cebola está diminuindo no município e a soja está expandindo cada vez mais”, conformou Bruno.

“A soja é uma cultura de baixo risco, tem um custo de plantio mais baixo, planta-se em uma época diferente da cebola, além das questões comerciais. Estamos em uma época de preços muitos bons e firmes para a soja”, completou.

Segundo Bruno, existem vários tipos de plantio de soja, com variedades propícias para inúmeras regiões, inclusive para São José do Rio Pardo.

“A soja é uma planta da região sul, muito cultivada antigamente só nas regiões mais temperadas, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Hoje já temos variedades mais adaptáveis, que são plantadas no Centro- Oeste, para todos os lados, inclusive para nossa região Sudeste”, disse.

Segundo o chefe da Casa da Agricultura, as sojas produzidas no país, são resistentes a doenças, além de ser uma cultura que está indo muito bem na região.

Segundo Rodrigo Moraes, o que ajudou na expansão do produto pela região foram os problemas nas lavouras de milho, com os frequentes casos de cigarrinha. “Começou a aumentar muito o custo da condução da lavoura e como a soja era uma lavoura nova, não tem doença aqui pela região”, disse.

Cultivo de verão

A soja é uma cultura de verão, de época chuvosa. Segundo Rodrigo, durante essa estação, plantava-se muito o milho, e após isso, a cebola. O fato da soja ter o ciclo um pouco mais curto que o milho, faz com que ela agora seja preferencialmente plantada, dessa forma desocupa a terra um pouco mais cedo, abrindo uma janela maior de tempo para a cebola.

“Nós estimamos essa última safra por volta de 800 hectares. Aqui no município o plantio está diverso. Têm lavouras grandes e pequenas, em vários pontos do município. A região daqui que se planta mais soja, é a de Casa Branca”, disse Rodrigo.

Soja no cenário brasileiro

A soja tem uma importância muito grande no cenário nacional econômico, e para isso foi criado pelo Ministério da Agricultura um vazio sanitário da soja. “Ele estabelece que o Brasil inteiro vai plantar e colher na mesma época. Esse plantio é autorizado a cada ano. Por exemplo, na safra passada, a época de plantio foi do dia 15 de setembro ao dia 30 de dezembro. Ninguém podia começar a plantar antes e nem depois dessas datas. Concentra-se o plantio nacional de soja nessa época, com o intuito de não ter culturas em todos os estágios e correr o risco de proliferar doenças de uma lavoura para outra, é uma questão técnica”, explicou Bruno.

“Por outro lado, também respeitamos por ordem do Ministério da Agricultura, um vazio sanitário, onde do dia 15 de junho ao dia 15 de setembro, não pode ter planta viva em nenhum lugar do território nacional, da cultura da soja. Além de ter a época do plantio e da colheita, você é obrigado a eliminar plantas que sobrevivam na área, justamente pensando na questão sanitária”, completou.

A soja tem algumas doenças específicas, mas segundo o zootecnista, são fáceis de serem controladas. “Existe uma doença chamada ferrugem asiática, que dá na soja. É uma doença fúngica, que todo esse trabalho do Ministério da Agricultura é para não disseminar, pra tentar conter, porque se vier mesmo, ela devasta toda a lavoura a nível regional. O vazio é para não deixar essa doença chegar até nós”, explicou.

As doenças dependem muito das condições climáticas. Em algumas ocasiões, elas vem com climas mais chuvosos, em outras, mais secos. “São doenças que o produtor precisa estar atento, mas elas não chegam ao ponto de inviabilizar”, disse Bruno.

“A cultura de soja demanda algumas pulverizações para atingir alguns níveis produtivos, mas em comparação com a cebola, é bem menor”, comentou.

 A soja é um cereal de exportação, e o preço recebido pelo produtor é em dólar. O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo.

“Uma curiosidade sobre a soja, é que o Brasil tem déficit de armazenamento. Aqueles locais de armazenamento recebem milho e soja. Ela vai para o silo, ser trabalhada, e o milho fica do lado de fora. Ficam esperando ela sair, para o milho entrar para ser trabalhado, por conta do valor agregado da soja ser mais elevado”, informou Rodrigo.

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