terça-feira , 26 novembro 2024
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Maria Eduarda Andreoli, uma das coordenadoras do grupo

Artesãos rio-pardenses se reorganizam para conquistar espaço

O grupo ‘Artesãos em Ação’ foca na economia criativa para a geração de renda

O artesanato é uma maneira de divulgação das cidades turísticas. Os souvenirs são os mais procurados, mas a atividade vai além e pode ser também uma maneira de movimentar a economia. De olho nesse mercado, há cerca de um ano foi criado em São José o grupo “Artesãos em Ação”, com o objetivo de valorizar o artesanato local, que possui grande diversidade de produtos.

“Tudo começou com a ideia de três adolescentes da cidade. Elas estavam com artesanatos encaixotados e não tinham um local específico para demonstrar esses produtos”, explica Maria Eduarda Andreoli, uma das coordenadoras do grupo, durante entrevista ao Jornal do Meio Dia, da Rádio Difusora, quando falou sobre o trabalho realizado pelo artesãos rio-pardenses.

Segundo ela, as adolescentes colocaram uma toalha na praça e começar a expor ali os seus artesanatos. A partir daí conheceram outras pessoas que também faziam artesanatos e o grupo foi crescendo. “Inicialmente o grupo fazia apenas exposição de artesanatos, agora temos uma feira, o que é muito legal para nós. O grupo vai completar um ano, é muito recente, foi criado em meados de outubro do ano passado, mas já tem bastante visibilidade”, comentou.

Atualmente o grupo Artesãos em Ação tem 62 participantes e segue arregimentando participantes, podendo chegar a 100, ainda esse ano.

Diversidade

Maria Eduarda observa que o grupo busca diversidade, tanto dos produtos vendidos, quanto de seus criadores. “Tentamos procurar artesãos de todos os tipos para diversificar nossa feira. Temos crochê, macramé, temos até plantações de flores que o pessoal leva para expor, pinturas, vasos, miçangas, até doces conseguimos colocar no grupo”, conta a coordenadora.

Ela destaca que há critérios e regras a serem seguidas para que novas pessoas possam aderir ao grupo. Uma comissão é responsável por avaliar os trabalhos.

“Nós também temos uma limitação de produtos, caso alguém lá faça algo que algum membro do grupo já faz, como miçanga, por exemplo, não aceitamos mais porque já temos. Se o produto da pessoa ainda não tiver sido preenchido por cinco membros, ela já tem um ponto positivo para conseguir participar. Caso a gente veja que realmente é tudo feito manualmente, que são criações diferentes do que já temos na feira, é um critério muito bom. Além disso temos uma conversa com a pessoa, e verificamos os itens que ela usa para construir o artesanato”, explicou.

“Aceitamos alimentação artesanal, mas precisam ser coisas bem específicas, das quais sabemos que a pessoa realmente tem o horário dela para a fabricação, e que tenha uma estrutura pequena, o que já mostra que é algo artesanal”, comenta.

Segundo Maria Eduarda, até o momento o grupo ainda não trabalha com vestuário: “queremos algo artesanal, e sabemos que roupa é algo complicado fazer manualmente, até por conta da tecnologia que temos hoje, e tem como a pessoa fabricar usando o computador. Por isso tomamos cuidado antes de aceitar qualquer tipo de vestuário. Mas temos costura criativa, o que entra de certa forma em vestuário. Temos também uma artesã que faz roupinha para animais”, ressalta.

Geração de renda

A adesão ao grupo é gratuita. O Artesãos em Ação foi feito para pessoas de baixa renda que querem expor seus produtos, e por este motivo, não existem taxas. “Quando precisamos de algum material para ser inserido na feira, normalmente fazemos sorteios, rifas, doações, tudo por esses meios. Tentamos deixar nossos artesãos apenas preocupados com a estrutura e a fabricação de seus produtos”, disse.

“Algumas pessoas conseguem conciliar um trabalho formal com a venda de artesanatos, e também temos as pessoas que vivem apenas disso. Por isso, sempre batemos muito na tecla pedindo para que as pessoas colaborem com o artesanato. Pedimos para os munícipes irem até a feira, para que comprem os produtos, ou dêem artesanato de presente para alguém, porque com isso, você está ajudando uma família a se alimentar”, destacou a coordenadora.

Onde comprar

A Feira de Artesanatos ocorre aos domingos, das 9h00 às 17h00 nas dependências do Ginásio Tartarugão, junto com a programação de eventos aos finais de semana.

A partir dessa semana, o grupo traz uma novidade – as exposições e vendas dos artesanatos começarão a acontecer também às quintas-feiras, no Mercado Municipal, junto com a Feira dos Produtores Rurais. 

“Ficaremos dentro do Mercado Municipal. Provavelmente muitos artesãos vão levar os produtos para fabricar ali mesmo no local, então, para quem tiver interesse em saber como funciona e como são fabricadas algumas coisas, é só aparecer lá no Mercado Municipal, as quintas-feiras”, convidou Maria.

Ela diz que a exposição de plantas e miçangaria tem crescido muito, assim como o crochê. “Vendemos bolsas incríveis desse material, além de outros produtos. O que mais temos no momento é a costura criativa, em que os artesãos fazem coisas diferentes usando a costura”, completou.

Semana Euclidiana

Segundo ela, os artesãos estão preparando produtos para serem exibidos e vendidos durante a Semana Euclidiana, evento que atrai um grande público para o município. “Estamos buscando referências na cidade, especialmente nos pontos turísticos de São José e temos criado arte com os materiais que já temos. Alguns artesãos estão criando arte em caneca, em vaso, quadros, chaveiros, temos feito essa linha de lembrancinhas para as pessoas levarem daqui da cidade após a Semana Euclidiana”.

Enquanto se mobiliza e se organiza, o grupo pretende, em breve, promover oficinas de criação de artesanatos para ensinar pessoas interessadas. No entanto, ainda não há uma data para que o projeto seja colocado em prática.

Para saber mais sobre o grupo Artesãos em Ação, acesse o Instagram @artesão_riopardo e envie uma mensagem para sanar qualquer dúvida.

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