terça-feira , 26 novembro 2024
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Cães e gatos têm indicações diferenciadas quanto a ganhos e tosas

‘Cães menores vivem mais’, diz o veterinário Mário Ruy

Profissional fala sobre cuidados com os pets, critérios a serem levados em consideração antes da adoção, e outros assuntos

No dia 14 de março foi comemorado o Dia Nacional dos Animais. A Difusora convidou o veterinário Mário Ruy Vieiro da Silveira para participar do ‘Jornal do Meio Dia’. Ele falou sobre os cuidados com os pets, as doenças de pele nos animais e enfermidades que podem ser transmitidas a seres humanos, entre outros temas. Mário começou a entrevista explicando os aspectos que devem ser levados em consideração antes da uma adoção de um animal.

“Quando vamos pegar um animal para cuidar, temos que ter consciência do espaço que ele vai ficar, do porte que irá atingir quando crescer, da raça, da pelagem, da função dele na convivência- temos animais de guarda, de companhia, de pastoreio. É importante que a família tenha um suporte financeiro para as despesas, como alimentação, medicação e higiene. Todo esse cuidado antes de adquirir o animal, é muito importante”, destacou.

“Muitas vezes quando se adota o animal, nem sempre a gente faz o cálculo futuro do que poderá ocorrer. Temos que saber também que os animais tem uma vida biológica, então em certo momento ele poderá enfrentar algum problema, e deverá ser levado a uma clínica veterinária para tratar a saúde dele”, completou.

Vacinas e vermífugo

Segundo o veterinário, quando os pets são filhotes, devem receber 3 doses de vacina, e a cada 30 dias essas doses devem ser administradas, totalizando 3 meses. “A cada quatro meses é bom dar vermífugo para o animal”, explicou.

As vacinas mais comuns para os cães, são: V8, V10 e V12 – protegem contra diversas doenças, principalmente cinomose,  parvovirose, coronavirose, leptospirose, hepatite infecciosa, adenovirose  e parainfluenza – gripe canina, raiva canina, leishmaniose e giárdia.

Os gatos devem ser vacinados entre os 50 e 60 dias de vida com a vacina quádrupla (também chamada de V4). Ela protege contra rinotraqueite, calicivirose, panleucopenia e clamidiose. A segunda dose deve ser aplicada 30 dias após a primeira.

Banho em cães


“Para animais alérgicos, a presença de apenas uma pulga já é o suficiente para desenvolverem uma dermatite”, diz Mário Ruy

De acordo com Mário Ruy, o ideal é dar banho em cães a cada 15 dias. “Caso contrário, pode ser feito o banho a seco, com uma mistura de vinagre e álcool, após uma boa escovação”, informou.

“Não é recomendado utilizar sabão em pedra porque contém soda e outras substâncias que podem causar uma dermatite alérgica. Existem alguns produtos que contém carrapaticida e fungicida, e é preciso muito cuidado na hora de fazer a solução para o banho, porque pode acabar intoxicando. Os banhos precisam ter horários próprios, quando o sol está mais ameno, de manhã cedo ou a noite, caso contrário o sol faz com que a pele absorva o produto, e também pode gerar uma intoxicação”, alertou.

Segundo o veterinário, os melhores produtos para banhar os pets, são os neutros, os mesmos utilizados para crianças, ou shampoos medicamentosos para uso veterinário.

Doenças de pele

Mário citou algumas doenças de pele que acometem animais de estimação e que podem ser transmitidas para os humanos. “São as dermatomicoses, que são causadas por fungos ou leveduras, e também as esporotricoses. A sarna demodécia e a sarcóptica também são transmitidas para as pessoas”, comentou.

“Temos também as pulgas e carrapatos que transmitem doenças. Mais de 60% das doenças de pele dos animais, podem ser transmitidas aos humanos”, afirmou Mário.

Para gatos e cães alérgicos, a presença de apenas uma pulga já é o suficiente para desenvolverem uma dermatite. O veterinário explicou que quando o animal é picado por uma pulga, são formadas pústulas de pus. “Ele começa a se coçar, e a aquilo se espalha pelo corpo todo”.

“Existem medicações específicas tanto para os gatos, como para os cães, que são eficientes e prolongam o tratamento contra pulgas por até cinco meses”, completou.

Pelagem

Dr. Mário explicou sobre a troca da pelagem dos animais. “A maioria deles trocam de pelo durante a virada de estações. Na troca de dentição, que se dá entre 4 e 7 meses de idade, e algumas fêmeas, durante a amamentação, também trocam essa pelagem por desgaste, falta de aminoácidos e vitaminas”, destacou.

O veterinário falou sobre a importância da pelagem nas orelhas dos pets. “O pelo serve como uma barreira para o ouvido. Não é bom retirá-lo, a não ser que o animal tenha uma otite que esteja sendo tratada, nesse caso pode cortar um pouco do pelo para fazer uma higiene externa, durante o período que o veterinário indicar”.

Tosa

“Algumas raças de cães não podem ser tosadas, pois a pelagem não cresce novamente. Husky Siberiano, Chow-Chow, Samoieda e Lula da Pomerânia, por exemplo. A tosa radical não pode ser feita, eles devem ser podados apenas com tesoura, porque eles têm uma pelagem dupla. Em algumas raças de gato, a tosa é praticamente proibida com máquina. Já atendi gato Persa que foi tosado e desenvolveu uma encefalite, ele teve um transtorno emocional, e acabou morrendo”, contou.

Limpeza nos dentes

Quando os animais ficam mais velhos, é importante que seja feita uma limpeza nos dentes para retirar o tártaro e higienizar. “Isso só pode ser feito com um veterinário, até porque precisa de anestesia”, alertou Mário.

Longevidade dos cães

Segundo o veterinário, cães maiores vivem menos, entre 10 ou 12 anos, depende da raça e dos cuidados. “Os menores vivem mais, até 15, 16 anos, alguns até mais que isso. Quando eles chegam na velhice, muitos ficam surdos, outros têm problema de visão, eles perdem as habilidades que possuem quando eram mais jovens”, encerrou.

 

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