Volta à fase vermelha nos dias de festa foi uma decisão ‘coerente e prudente’

Opinião é de Juliana Flausino, secretária de saúde, e Gisele Flausino, da Vigilância Epidemiológica

O governo do estado de São Paulo anunciou essa semana um novo decreto referente a uma medida preventiva contra o coronavírus. Para tentar evitar aglomerações nas datas festivas, com base no Plano SP, nos dias 25,26 e 27 de dezembro, e 1,2 e 3 de janeiro, todas as cidades do estado deverão retornar para a fase vermelha do programa. Além de tentar coibir aglomerações para evitar que mais pessoas sejam contaminadas pelo vírus, a ação teve como ponto de partida o aumento exorbitante de casos e internações na capital paulista e em municípios do estado.

 “Recebemos a notícia do decreto estadual com uma certa apreensão. Estamos acompanhando no município uma mudança de cenário como já tínhamos conversado, passamos de um período de tranquilidade para um de insegurança. Estamos dependendo muito do comportamento da população nesse final de ano para podermos trabalhar com tranquilidade ou não em janeiro. Esse pronunciamento e essas novas medidas, ao nosso ver, são coerentes e prudentes. Nesse período, 25, 26 e 27 de dezembro, e no dia 1, 2 e 3 de janeiro, sabemos que é um momento em que as pessoas se aglomeram. Essa orientação da fase vermelha, acaba vindo de encontro com o que pensávamos mesmo, que as coisas deveriam dar uma parada nesses dias, para podermos ter um controle sem um reflexo negativo muito grande para o mês de janeiro”, declarou Juliana Flausino, secretária municipal de saúde, em entrevista à rádio Difusora.

“Estamos muito preocupados com nosso mês de janeiro. No município ainda estamos controlando, mas não vemos isso na cidade de São Paulo. Temos regiões que mesmo sem essa reclassificação estadual, já voltariam para o vermelho devido a situação em que se encontram”, acrescentou a responsável pela Vigilância Epidemiológica, Gisele Flausino. “É algo que já vem aumentando, e é uma corrente, começa na capital, e vem para o interior. Hoje temos mais de 50 casos ativos na cidade, e sabemos que outros municípios da região já chegaram a ter mais de 100 casos confirmados por dia”, prosseguiu.

Fase vermelha

O governo determinou a fase vermelho nos dias de festa, em janeiro, nenhuma região poderá passar para a fase verde. Juliana comentou o assunto.

“Ele está mudando a estratégia de reclassificação, está indo de acordo com o que acontece e é observado. Em cima da expectativa de que não teremos uma melhora passando o período de festas, o governo vai manter algumas regiões no amarelo, e outras voltarão ao vermelho, as que têm indicadores que apontam uma piora. Após essa reclassificação, ele terá mais 14 dias para analisar a reação das regiões, e fazer ou não uma flexibilização”, concluiu Juliana.

Quase tudo fechado nos dias de festa

Entre 25 e 27 de dezembro e 1 e 3 de janeiro, somente atividades essenciais poderão funcionar. Nestes seis dias específicos, o atendimento presencial está proibido em shoppings, lojas, concessionárias, escritórios, bares, restaurantes, academias, salões de beleza e estabelecimentos de eventos culturais. Farmácias, mercados, padarias, postos de combustíveis, lavanderias e serviços de hotelaria estão liberados.