Aulas presenciais voltarão em 2021, garante a secretária de educação Kátia Alencar, mas não este ano
As matrículas e rematrículas de alunos nas escolas municipais começaram no dia 3 de novembro e serão aceitas até o dia 30. Para rematrículas, os responsáveis precisam retirar no Centro de Saúde, na Sala de Vacina, uma declaração de que os filhos estão com todas as vacinas em ordem. Essa decisão é decorrente do baixo índice de vacinas aplicadas este ano nas crianças. Recomenda-se que as mães levem as carteirinhas e os próprios filhos, para colocarem em dia as vacinas faltantes.
“Iremos aceitar, sim, a rematrícula de cada criança, porém precisamos dessa declaração, razão pela qual é importante que as vacinas estejam em dia. E a rematrícula é presencial, a mãe tem entrar em contato com a escola porque algumas escolas escalonaram horários e dias para isso. As escolas atendem das 7 horas ao meio-dia, como a Prefeitura, mas é preciso levar essa declaração de vacina”, explicou Kátia Alencar, secretária municipal de educação, em entrevista a Luis Fernando, no Jornal do Meio Dia da Difusora.
Para matrículas de alunos novos, há mais requisitos: certidão de nascimento da criança, CPF (se ela já tiver), comprovante de residência para obter vaga em escola ou creche mais próxima, cartão do SUS, cartão do Bolsa Família (para quem tiver). Quem não fizer matrícula até o dia 30 ficará numa lista de espera.
Aulas voltam em 2021
“A gente tem que colocar na nossa cabeça que teremos que voltar (com as aulas presenciais). Conseguimos adiar até dezembro, mas o retorno, eu acredito, vai existir. Aí iremos trabalhar com os 35% (do total de alunos por classe) por dia, escalonar os alunos, se não sair a vacina, pois a gente acha que não irá sair. Isso a gente já está trabalhando com os professores e funcionários. Teremos algumas formações, na semana que vem e na outra, com a Secretaria Municipal da Saúde para eles nos orientarem sobre como tirar a máscara, o jaleco, a higienização, como orientar as crianças etc. Não haverá como adiar mais esse retorno, o máximo que poderá ocorrer é adiar algumas semanas do início tradicional do ano letivo, que é no final de janeiro ou começo de fevereiro”, admitiu.
Kátia informa que, na conversa com os professores e gestores de creches e de escolas municipais, a ideia é reiniciar 2021 com atividades destinadas às crianças maiores e postergar um pouco as que envolvem bebês de 0 a 3 anos. Ela reconheceu, porém, que o retorno das atividades presenciais nas creches, no próximo ano, é algo preocupa muito o setor e explicou a razão.
“É porque envolve o grupo de risco em relação a contágio. Quando se entrega um bebê a uma ADI (Auxiliar de Desenvolvimento Infantil), há um contato dela com a mãe e com a criança. É um contato muito próximo, sem distanciamento. Mas talvez possamos fazer plantão, como fazemos nas férias, em que só a mãe que realmente não tem onde deixar sua criança possa ter um lugar para isso. De 1.500 crianças, umas 30 ou 40 é que precisam disso e aí talvez possamos distribuir pelas 9 creches que temos para dar esse atendimento com segurança”.
Sem retorno este ano
Kátia lembrou que a decisão, tomada há um mês, pelo não retorno de aulas presenciais nas escolas municipais não foi tomada somente por ela ou pelo prefeito, e sim por todos os integrantes do Comitê de Gerenciamento do Covid em São José do Rio Pardo. Lembrou ainda que, naquele encontro, havia também representantes de escolas estaduais e particulares, e a decisão, na época, foi unânime.
A secretária argumentou que faltam poucas semanas para o fim do ano letivo e, na opinião dela, não vale a pena arriscar um retorno, já que o Covid, que retornou com força na Europa, pode também ter uma segunda onda também aqui no Brasil. “Então aqui em São José do Rio Pardo e em toda a região de São João da Boa Vista foi decidido que ficariam online essas aulas, até mesmo pela pesquisa feita com os pais e que demonstrou que quase 80% deles acham que esse retorno não seria saudável”, continuou.
Ela explicou que os 20% restantes dos pais, ou pouco mais que isso, ficaram em dúvida quanto ao retorno ou não das aulas presenciais, sem se posicionarem propriamente pela volta às salas de aula. “Houve uma porcentagem que queria sim (o retorno), mas o restante ficou em dúvida e não reclamou. Até porque as atividades remotas estão sendo muito bem desenvolvidas no nosso município e a gente está fazendo uma busca ativa dos alunos que não estão participando. De 19 de outubro até agora tivemos avaliações diagnósticas, com três alunos por dia seguindo todos os protocolos. Os professores fizeram as avaliações e a gente já tem até um feedback bacana”, garantiu.
Alunos foram afetados
“Uma professora disse que, de uma sala com 20 alunos, 16 deles foram e ela percebeu um avanço no aprendizado e o objetivo foi atingido. Percebeu também que o aspecto socioemocional dos alunos estava sim abalado, eles queriam ver os amiguinhos, mas como foram fracionadas essas avaliações, escalonadas, eles não tinham esse contato. Eles sentem sim falta das escolas, mas assim que chegaram nas salas de aula, viram que elas estavam diferentes. Mesmo que a gente retorne em janeiro ou fevereiro, vai ser uma escola diferente. Enquanto não sair a vacina, a gente vai ter que seguir todos os protocolos”.
Kátia comentou ainda que os professores perceberam que as crianças que tiveram o acompanhamento dos pais, apresentaram um bom resultado. “Eu acredito que o resultado não vai ser tão ruim quanto a gente esperava, porque teve a parceria da família. A família que esteve presente todo o momento, com as atividades remotas, irá colher os frutos”.
Os professores ficaram de fazer um relatório final das avaliações sobre cada aluno da rede municipal de ensino. No dia 16 de dezembro serão encerradas as atividades remotas, com a ideia de não repetir alunos de ano porque o objetivo é trabalhar o ciclo 2020/2021.