O bombeiro falou também sobre afogamentos e ocorrências de incêndios nas últimas semanas em toda a região
Na quarta-feira, dia 7 de outubro, o sargento do Corpo de Bombeiros de São José do Rio Pardo, Paulo César Colombo, foi convidado para participar do programa “Jornal do Meio Dia” da rádio Difusora FM. Ele foi entrevistado pelo repórter Luis Fernando Benedito, e abordou alguns assuntos relacionados a área de atuação dos bombeiros, como afogamentos, incêndios e acidentes em geral. Paulo trabalha no Corpo de Bombeiros há 8 anos. Serviu três anos em Campinas, um em São Paulo, e está há quatro anos trabalhando no município. Atualmente ele reside em Itobi.
Afogamentos
“Orientamos sempre as pessoas a procurarem saber o local em que vão se banhar. Se é represa ou cachoeira, descobrir se já teve afogamento no local, se tem acesso rápido para viatura ou qualquer outro órgão especializado, é preciso ter conhecimento sobre o que vão fazer. Álcool e comida pesada não dão certo com água. É necessário ter sempre as pessoas a vista, monitorar as crianças, nunca se afastar das margens. Tem partes muito profundas em represas, e na cachoeira existe a possibilidade da pessoa escorregar em uma pedra, cair, não tem como saber se tem um buraco no fundo. Antes de irmos nos banhar e nos refrescar, é de extrema importância ter esse conhecimento para evitar acidentes”, alertou o sargento.
Paulo aconselhou que se alguém presenciar uma pessoa se afogando, e não souber nadar, não deve pular na água para tentar ajudar, porque serão duas vítimas. “Se tiver alguma corda por perto, é preciso lança-la para a pessoa, ou um galho comprido, algo que flutue. Mas se você não sabe nadar, nunca tente salvar a pessoa. Mesmo que a pessoa saiba, se ela não se sentir segura e não souber uma técnica para retirar a pessoa da água, não deve se arriscar, porque quem está se afogando fica desesperado e acaba agarrando, puxando a outra pessoa para baixo”, disse.
Suicídio
Na tarde de domingo, dia 4, uma mulher de Mococa veio até São José do Rio Pardo e se jogou da Ponte Euclides da Cunha, cometendo suicídio. Paulo falou detalhadamente sobre o ocorrido. “Recebemos o telefonema que uma mulher tinha saltado da ponte. De imediato já iniciamos a operação para fazer o resgate da vítima, nos deslocamos rapidamente para o local, fizemos contato com as pessoas que estavam lá perto, que indicaram o local onde ela estava quando se jogou. Iniciamos as buscas com as técnicas que aprendemos no curso de bombeiros. Só que como a água é muito turva, a correnteza é forte, local é profundo, demoramos uma hora e meia para encontrá-la. Foi um local complicado, uma ocorrência de risco para todos nós, precisamos isolar o local pois tinham várias pessoas, foi uma operação delicada”, contou.
“Infelizmente ela estava sem vida, mas conseguimos encontrá-la. Pela profundidade e correnteza, ela foi encontrada rápido. Geralmente no rio demora muito para conseguir achar. O bombeiro que localizou a vítima foi o André Valverde, ele não tem o curso de mergulhador mas é excelente no que faz. Ele desceu, visualizou a roupa dela, voltou para a superfície, mergulhou de novo, conseguiu amarrar a corda no braço dela e a puxamos para cima”, relatou.
Segundo o sargento, em locais mais profundos, são utilizados equipamentos respiratórios. “Temos na base, só que a utilização desse equipamento é especifica para pessoas que realizam um curso de mergulho. Tem um curso na escola de bombeiros que é específico para isso. Só bombeiros que fizeram estão habilitados a utilizar o equipamento. No dia da ocorrência nossa equipe não tinha mergulhador, mas fizemos os três tempos, que estamos habilitados a fazer pela escola, e conseguimos encontrar o corpo”. De acordo com Paulo, um mergulhador de outra cidade teria que vir atender a ocorrência, mas eles não tinham tempo o suficiente para isso.
Corpo de Bombeiros atende 5 municípios
“Com nosso efetivo conseguimos atender as ocorrências. Mas atendemos cinco municípios, não é só aqui em Rio Pardo. Atendemos em Itobi, Divinolândia, Tapiratiba e Caconde. É uma área muito extensa, às vezes não conseguimos chegar na hora, principalmente nos incêndios. Às vezes as pessoas falam que o bombeiro não foi até o local. Não é que não vamos, é que atendemos esses cinco municípios”, explicou.
Segundo Paulo, a região toda estava queimando semanas atrás, a equipe recebeu vários chamados. “As pessoas precisam ter um pouco de paciência nesse quesito. Inclusive apoiamos o incêndio de Águas da Prata e São João da Boa Vista, que foi muito grande”, afirmou.
Incêndios
“Ainda recebemos chamados da região sobre incêndios, eles continuam ocorrendo. Tentamos dar o primeiro atendimento a todos os casos mais graves, priorizamos residências e animais, são os primeiros atendimentos que podemos fazer. Tem locais de difícil acesso, matas fechadas, montanhosas. Orientamos as pessoas que moram próximas desses locais, monitoramos, acionamos a Defesa Civil, caminhão pipa das cidades vizinhas para apoiar. Procuramos monitorar e analisar os principais locais de risco e damos prioridade”, informou.
O bombeiro disse que a equipe resgata animais durante incêndios, mas muitas pessoas estão envolvidas com a causa, resgatam e levam para veterinários, ou parentes para ajudarem a cuidar.
“Infelizmente uma grande área de São José foi queimada, e fomos chamados para vários incêndios na região próxima, apagamos, e no mesmo dia pegou fogo de novo, é uma situação muito complicada”.
Acidentes de trânsito
Paulo relatou que o Corpo de Bombeiros trabalha em conjunto com duas viaturas do Samu quando necessário, uma delas têm um médico que auxilia nas ocorrências mais graves. “Dependendo da localidade do acidente e da gravidade,todos nós ( Policia Rodoviária, Corpo de Bombeiros, Samu e Renovias) somos envolvidos”, explicou.
Contato
“Nosso telefone principal é 193. Como a PM atualmente está direcionada em Piracicaba, pode ser que a ligação caia na sede de lá, mas atualmente estão caindo no Corpo de Bombeiros local”, relatou.