Informação é de Juliana Flausino, secretária municipal de saúde, que fala também sobre aumento dos casos, testagem e denúncias
A secretária municipal da saúde, Juliana Flausino, entrevistada na rádio Difusora na sexta-feira, dia 10 de julho, confirmou que São José do Rio Pardo e região continuam na fase laranja do Plano São Paulo de combate ao coronavírus e que o protocolo do Ministério da Saúde mudou: pacientes sintomáticos leves também serão tratados com medicamentos, o que só ocorria anteriormente com pacientes hospitalizados.
Situação controlada
“Estamos com um controle da situação, e fazendo de tudo para ampliar a capacidade de atendimento. Então todas as possibilidades para conseguirmos controlar esses casos estão sendo feitas. Continuamos aguardando o restante dos equipamentos para poder ampliar o número de leitos na UTI, que já vai ser um ponto positivo”, contou. “Mas não são só os dados de São José do Rio Pardo que estarão impactando nesses números, temos cidades maiores que acabaram recebendo pacientes de outras regiões que estavam no vermelho e hoje passarão para o laranja justamente por isso. Organizaram suas referências, fizeram pactuações, melhorou a capacidade de atendimento e acabaram conseguindo uma mudança na classificação”.
Mudança de Protocolo
“Agora temos o ‘Protocolo de Manejo Precoce’. Hoje, os sintomáticos são tratados com o medicamento somente quando internados. Com o protocolo do Ministério da Saúde, que dá a possibilidade do manejo precoce, vamos começar a tratar os sintomáticos leves. Estamos aguardando a chegada da medicação, e muito em breve vamos começar a fazer esse tratamento a nível de PPA Central e Pronto Socorro”, explicou
Fase laranja
Segundo Juliana, as cidades da região têm um número baixo de leitos, e pelas características dos municípios, a região continuou no laranja. “Os números de Mogi Guaçu podem ter prejudicado um pouco, estão bem significativos. Eles estão com 25 internações, 11 pessoas na UTI, quinta-feira tiveram dois óbitos, e isso estará sendo avaliado de uma maneira coletiva na região”, explicou. “Como continuamos na fase laranja, temos o comércio liberado, escritórios, imobiliárias e concessionárias. Enquanto não tivermos uma melhora na capacidade de atendimento a nível hospitalar, iremos manter fechados o que já estava. O município de Mococa fez um plano para poder fazer a flexibilização com outros estabelecimentos fora do que estava previsto no laranja, e o decreto caiu, tiveram que voltar atrás, o mesmo aconteceu com São João da Boa Vista. Temos que ter muita prudência, ir com calma, sabemos que isso realmente está impactando na vida de todo mundo, mas temos um decreto e orientação a seguir”.
Recuperados e infectados
“Levando em consideração o número de recuperados, porque nós trabalhamos com números acumulados, desde o primeiro caso, entendemos que temos 49 doentes hoje, no município, que podem transmitir a doença, o resto está curado. A transmissão do covid não é linear, é exponencial. Temos uma taxa de transmissão que, para cada um, vamos ter mais três contaminados, que vão passar para mais pessoas. Eu considero que nossos números estão dentro do esperado. Nossa taxa de contaminação está abaixo do que acontece em outras regiões. Estamos conseguindo controlar com o apoio de todos. O mais importante para nós é evitar o agravamento. Um rapaz que está na UTI foi internado na quinta-feira, dia 9 de julho, e é jovem, isso nos preocupa. Dos quatro internados, um é de fora da cidade, os outros três são do município e estão estabilizados”, contou.
Ampliação de testagem
“Tivemos a ampliação da testagem, então teremos mais pessoas aguardando o resultado mesmo, porque da mesma forma que esse teste foi ampliado, estamos direcionando para pessoas que estão no isolamento há 14 dias. Mesmo que ele seja indicado a partir do 8º dia, a nível regional percebemos que ele tem dado falso negativo. Então estaremos utilizando no fim do isolamento. Temos também o PCR, que tem as condições que é indicado, que fazemos entre o terceiro e quinto dia, e está demorando cerca de cinco dias para sair o resultado”, informou Juliana.
Denúncias
“Diariamente recebemos denúncias. A nível de saúde trabalhamos com orientação, e quando necessário passamos para o setor de fiscalização, que é ele quem vai multar e fechar o estabelecimento se necessário. Temos muitas denúncias de festas dentro das casas. Do muro para dentro da residência, é pouco o que podemos fazer. Temos que contar com a consciência de cada um, esse momento não é para festa. Temos denúncias de festas com 50 pessoas, partidas de futebol, e fica complicado a atuação nesse sentido. Só conseguiremos ter um bom controle da doença com uma mudança de comportamento individual. Cada um tem que ser responsável por si, e tomar cuidado com as pessoas que amamos”, frisou.