Lamento é da presidente da ONG Unir, que há 20 anos se dedica aos animais
A ONG Unir ( União Protetora dos Animais Rio-pardenses) , foi fundada há 20 anos em São José do Rio Pardo, por Sônia Galera. A instituição se dedica ativamente aos animais de rua, para combater o abandono e maus tratos, além de colaborar com proprietários que não possuem condições financeiras para sustentar seus animais da maneira correta.
“A Sônia precisou sair da Unir porque teve um problema de saúde, e eu entrei em 2015, assumindo a presidência”, diz a atual presidente que não quis se identificar. “Ela teve a ideia de fundar a ONG pela questão do abandono, e porque a prefeitura não se responsabilizava pelos animais de rua. Ela sentiu a necessidade de alguém fazer algo por eles, para mudar o destino dos animais”.
Voluntários
“No total temos sete pessoas que trabalham pela Unir. Participam ativamente, cada uma com sua função. Cada uma tem seu emprego por fora, mas são voluntárias da Ong”, informa.
Trabalho
“A prioridade da Unir é a castração. Infelizmente não conseguimos recolher os animais, só quando temos um lar temporário, ou quando os deixamos em nossas casas. Pegamos as fêmeas de rua, dos bairros, castramos e depois devolvemos. Começamos a fazer feirinhas de adoção com filhotes, e as vezes temos adultos também”, afirma a presidente. “Os animais que conseguimos resgatar, cuidamos, tratamos e encaminhamos para adoção. O canil da prefeitura nunca tem vaga, sempre está lotado. Então deixamos eles nos lares temporários. Quando a pessoa assume o animal temporariamente para ele não ficar na rua, damos toda a assistência necessária, aí depois quando ele estiver apto, encaminhamos para a adoção”.
Castração
Para castrar os animais, a ONG paga pelo programa “Cão Ciente”, da prefeitura. “Tem um valor mais acessível, porque castração gratuita não existe aqui em São José. Fazemos eventos e rifas para custear essas castrações”, destaca.
“Desde que iniciamos o trabalho de castração, percebemos que diminuiu muito o número de ninhadas na rua. Todas as fêmeas que doamos na feirinha são castradas, os machos não conseguimos castrar por conta do valor, então damos prioridade para as fêmeas, que criam. O importante para nós é reduzir o número de animais de rua na cidade com a castração e com a adoção”, explica.
“Peço que as pessoas que possuem fêmeas, não deixem elas entrarem no cio, castrem. Pela questão da saúde, e também pelos filhotes que as vezes são abandonados, por uma gravidez indesejada pela parte dos donos”.
Falta de interesse
“As pessoas que ajudam os animais são sempre as mesmas. Quando aparece um animal para adoção na nossa página no Facebook as pessoas curtem, compartilham, mas a maioria não se prontifica em adotar ou em ajudar. As doações que recebemos são poucas, e as vezes acabamos ficando sobrecarregados”, desabafa. “Não temos ajuda de nenhuma empresa com doações. Já tentamos ir atrás, mas as pessoas não se interessam pela causa animal na cidade. Falta um pouco disso”.
Posse responsável
“Trabalhamos com posse responsável. Então fazemos uma entrevista com o interessado em adotar o animal, para saber se ele tem condições e se vai cuidar. Poucas pessoas querem realmente cuidar. Então com a entrevista acaba diminuindo o número de interessados. Muita gente quer momentaneamente e depois abandona porque cresceu, ou porque o bichinho não era aquilo que a pessoa esperava”, comenta.
Feirinha
A partir das 9h00 deste sábado, dia 19, a Feirinha de Adoção organizada pela Unir acontece na Praça do Mercado, durante a Feira da Terra. Os animais ficarão disponíveis no máximo até as 13h00.
“Os cães ficam no cercadinho, e alguns em guia, já estão vermifugados. Gatos nós não levamos para a feirinha porque pode ser estressante para eles, por conta dos cachorros também. Mas temos gatos para adoção, é só a pessoa entrar em contato pela página do Facebook”, sugere.
“A última feirinha foi bem fraca, de quatro cães que levamos, apenas um foi adotado. Mas cada feirinha é uma surpresa, não dá pra prever como vai ser”.
Divulgação
“Temos 5 mil pessoas curtindo a página, se cada uma se comprometesse a doar R$1,00 faria toda a diferença. Não acho que o problema seja falta de divulgação, mas sim a falta de participação da sociedade”, afirma a presidente da Ong.
Doações
“As rações são muito importantes para nós, porque além de cuidarmos dos animais abandonados, também ajudamos as pessoas carentes, que tem os animais, mas que não tem condições de ficar comprando ração. Aceitamos ração, remédios, vermífugos, vacinas, apadrinhamento de castração, casinha, bebedouro, comedouro, tudo é bem-vindo”.
Aos interessados em conhecer o trabalho da Unir, na feirinha serão dadas as explicações. Para tirar dúvidas, fazer doações, ou adotar um animal, os interessados podem mandar mensagem na página do facebook, intitulada “Unir Ong”.
“Deixamos caixinhas para doações em alguns estabelecimentos da cidade. No pet shop Grife Pet, Drogaria do Osmar, Padaria Raddi, Elvis Cosméticos e Clóvis Lanches”.
Evento
No dia 2 de novembro, a Ong promoverá a tradicional “Festa da pizza”. As pessoas podem comprar um tíquete no valor de R$25,00 e podem retirar no dia 2 a pizza no buffet Muradi. Toda a renda é revertida para o cuidado com os pets.