terça-feira , 26 novembro 2024
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Turismo como alternativa à empregabilidade

Turismo como alternativa à empregabilidade

Fabrício Cobra é entrevistado na 88+FM e dá dicas para incrementar o setor

 

O ex-secretário estadual de turismo Fabrício Cobra foi o entrevistado de Henrique Torres no programa Questão de Oportunidade da rádio 88+FM de São José. O assunto, claro, foi o potencial turístico do país e da cidade/região, com Fabrício dando dicas importantes sobre como incrementar isso. Foi na gestão dele como secretário estadual que São José foi reconhecida como MIT – Município de Interesse Turístico.

Fabrício Cobra começou a entrevista lembrando que sua mãe, a advogada Zulaiê Cobra, é rio-pardense de nascimento, o que lhe traz muito orgulho e satisfação até hoje. Lembrou, em seguida, que setores importantes da economia nacional como a indústria e o agronegócio estão com empregabilidade estacionada por conta dos avanços tecnológicos que vêm substituindo a mão de obra humana, não podendo se esperar muita coisa deles. O turismo interno, porém, na opinião dele, tem potencial imenso nesse sentido, mas ainda inexplorado por conta de custos elevados de viagens, por exemplo.

“Alguém chega para mim e fala: Viajei para o Caribe. Eu lhe pergunto por que não foi para o nosso Nordeste e ele responde que é mais caro ir para o Nordeste do que ir para o Caribe”, exemplificou, mostrando que algo precisa ser feito para inverter isso e tornar o turismo nacional atraente e competitivo.

 

Aéreas e Embratur

Mencionou que há projetos parados na Câmara Federal que, se aprovados, permitiriam que as três maiores empresas aéreas brasileiras abrissem mais seu capital e outras companhias aéreas poderiam se instalar no país, aumentando a concorrência e diminuindo os custos das passagens.

Citou a Embratur, que hoje é uma autarquia; há um projeto não aprovado que a transformaria em agência de promoção efetiva do turismo no exterior, algo que hoje ela não pode fazer por limitação legal.

“O México, por exemplo, pulou de 4 milhões de estrangeiros para 40 milhões em 20 anos porque houve um investimento efetivo para conseguir um resultado melhor. Eles eliminaram o visto do norte-americano, o que facilitou a entrada de pessoas dos Estados Unidos, e investiram na segurança. São dois bilhões que entram na economia mexicana por conta do turismo”, comentou. “No mesmo período o Brasil pulou de 4 milhões para 5 milhões e pouco, um crescimento muito pequeno em turismo”.

 

Bons exemplos

Voltando a falar de cidades, Brotas e Olímpia, ambas no estado de São Paulo, foram mencionadas como bons exemplos de transformação que gerou aumento de turistas. “Olímpia está indo para 20 mil leitos, sendo uma cidade de 40 mil habitantes, mas que tem parques temáticos. Brotas investiu nos esportes radicais. São José poderia fortalecer mais a marca Euclides da Cunha e criar uma nova geração, que gosta mais de rotas ciclísticas, por exemplo. A gastronomia também poderia ser mais fortalecida aqui porque as questões artesanal e orgânica estão muito forte ultimamente. O turismo do café é outra alternativa, com as pessoas visitando fazendas produtoras. Enfim, dá para criar um roteiro”, sugeriu.

Fabrício defendeu a regionalização turística, com municípios se unindo para um fim comum, mesmo mantendo suas particularidades. “Tambaú, por exemplo, tem hoje o turismo religioso por conta do padre Donizetti. Seria bom se o turista também viesse para Casa Branca, depois para São José, depois para Caconde e assim por diante, vendo em cada cidade algo diferente. Mas para isso as cidades precisam se preparar, trabalhando em marcas ou em circuitos ou ideias, para que possam cada vez mais atrair pessoas”.

Lembrou o ex-secretário estadual que a cidade de São Paulo recebe 2,5 milhões de estrangeiros por ano, por conta de negócios. Mas nos momentos de lazer, eles poderiam vir para o interior para visitar as fazendas produtores de café ou de queijo, as produções artesanais de cachaça e assim por diante.

 

Carreira

Com 42 anos atualmente, Fabrício, que é advogado mas também estudou economia, diz que seu primeiro emprego foi como estagiário em um banco, passando em seguida para outras empresas na área financeira. Após formar-se em Direito, trabalhou em direito econômico e direito empresarial. Em 2007 montou seu escritório de advocacia junto com outros profissionais da área.

Como a mãe dele, Zulaiê Cobra, foi deputada federal e atuou na reforma do Judiciário na época de Fernando Henrique Cardoso, ele acabou também enveredando para a política. Em 2013/14 o então governador Geraldo Alckmin o convidou para a Casa Civil como assessor, cuidando de decretos, projetos de lei, atos oficiais. Em 2015, já no segundo mandato de Alckmin, Fabrício virou secretário adjunto da Casa Civil, passando a atuar na recepção de pessoas que iam reivindicar melhorias para sua cidade ou região. Em 2017 o governador o convidou para ser o secretário estadual de turismo, função que ele exerceu até recentemente.

“Essa função me mostrou a necessidade da economia estar aquecida, mas setores como o agronegócio passam por dificuldades em gerar novos empregos. O turismo pode oxigenar isso”, reiterou. Fabrício admite que o brasileiro está frustrado e cansado da política, mas acha que não outra forma de mudar a situação no país senão por ela.

 

Mensagem

Convidado a deixar uma mensagem final aos empreendedores, Fabrício disse que o poder público tem papel importante nisso, mas não como hoje, atuando como dificultador burocrático, e sim como facilitador do empreendedorismo brasileiro.

“O desafio do Brasil é soltar os entraves, deixar o país mais leve, ter regras claras e transparentes. Temos que ter esperança de que uma nova geração possa estar vindo, fazer um trabalho diferenciado que possa facilitar a vida do pequeno empreendedor, do pequeno comércio, aquele que realmente luta e gera empregos neste país”.

Fabrício Cobra (à esquerda) defendeu a regionalização do turismo no interior

 

Pequenos negócios podem bater recorde de empregos em 2018

Sondagem do Sebrae sinaliza a geração 500 mil novos postos de trabalho, principalmente na cadeia da Construção Civil

Os pequenos negócios continuarão a sustentar a geração de empregos no país e devem encerrar o ano com mais de 500 mil novas vagas formais, impulsionadas principalmente pelas atividades que compõem a cadeia da Construção Civil. Essa é a perspectiva apontada pelo Sebrae, a partir da Sondagem Conjuntural, realizada trimestralmente pela instituição, e da análise dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), nos seis primeiros meses deste ano.

As cinco edições da Sondagem Conjuntural, feita trimestralmente pelo Sebrae, mostram que os donos de pequenos negócios que atuam na Construção Civil têm sido os mais otimistas em relação ao futuro da economia brasileira. São também os que mais pretendem gerar empregos no país este ano. O percentual de donos de negócios, que pretendem ampliar seus quadros de funcionários vem se elevando gradativamente, saindo de 16% (junho/2017) até atingir 36% (março/2018). Mesmo tendo registrado uma queda na Sondagem de junho/2018 (situando-se em 24%), como provável reflexo da greve dos caminhoneiros, o segmento, ainda assim, apresentou um resultado acima do observado em outros setores (Comércio, Indústria e Serviços).

O mais importante, segundo a diretora técnica e presidente em exercício do Sebrae, Heloisa Menezes, é que essa intenção indicada pelos donos de pequenos negócios tem sido verificada na prática, nos dados do Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com análises do Sebrae, os pequenos negócios da Construção Civil estão entre os que mais geraram empregos no primeiro semestre de 2018, ficando atrás somente dos que atuam no setor de Serviços e na Agropecuária. E ao se detalhar o setor de Serviços, percebe-se também que as atividades que têm alavancado a geração de vagas neste setor são aquelas ligadas à cadeia da Construção Civil, como a incorporação, a comercialização e a administração de imóveis, por exemplo.

“Os pequenos negócios têm sido os principais geradores de empregos no país e é muito bom constatar que os empresários que atuam no setor da Construção Civil têm dado uma valiosa contribuição para isso, pois sinaliza também uma recuperação da economia brasileira como um todo”, avalia Heloisa Menezes. “Com as mudanças das regras de financiamento imobiliário, anunciadas recentemente pelo governo, que elevou o limite de valores dos imóveis que podem ser adquiridos com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a tendência de fortalecimento do setor é ainda maior”, complementa a diretora do Sebrae.

 

 

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