Problema do Educandário repercute na Câmara
Para Folharini, é mais barato a Prefeitura continuar pagando a entidade que montar algo próprio
O problema do Educandário São José no município, que comunicou à Prefeitura que “manterá o atendimento das crianças em regime de abrigo institucional apenas e tão somente até 60 dias” (texto entre aspas consta de documento oficial), repercutiu na Câmara. Os vereadores tiveram uma reunião em separado com representantes do Educandário antes da sessão ordinária da última terça-feira, quando foram inteirados da suspensão do setor Abrigo após o prazo de 60 dias, e teriam entre eles outra reunião no dia seguinte, para tratar do assunto. Uma madre do Educandário expôs os motivos da suspensão do atendimento e pediu apoio dos vereadores para que a entidade receba as verbas governamentais a que tem direito.
Falando sobre o assunto, o vereador José Fernando Folharini disse que os vereadores foram surpreendidos com o problema, ainda que todos estivessem cientes das dificuldades financeiras pelas quais as entidades filantrópicas passam no país. Lembrou que ao final de 2017 a Prefeitura enviou projeto à Câmara prevendo os repasses a serem feitos em 2018 às instituições assistenciais do município e, nele, o Educandário teve um corte de 50%: de R$ 200 mil, o subsídio municipal passaria para R$ 100 mil/ano. A alegação usada pela administração foi que o Educandário deixou de atender adolescentes com idade até 18 anos.
“Estas instituições prestam um favor para a municipalidade, para a administração. É obrigação da administração ter creche, orfanato e tudo isso. Parece que há uma dificuldade de entender que é muito mais em conta, muito mais barato para a municipalidade, repassar as verbas para estas instituições. E isso não vem acontecendo e hoje (6 de março), para minha triste surpresa, eles estão simplesmente fechando as portas para atendimento porque têm um gasto anual em torno de mais de 500 mil reais e o município passa 100 mil reais. E neste ano não receberam nada ainda”, afirmou o vereador.
Folharini disse, por fim, que em uma reunião marcada para o dia seguinte, 7 de março, seria sugerido que cada vereador contate um deputado e a ele solicite apoio junto ao governo (estadual ou federal) no sentido de conseguir verbas para a manutenção do Educandário. “O problema é que isso não é rápido, a gente sabe da dificuldade que é liberar as coisas. E a situação do Educandário não é para daqui 60 dias, é para o ano passado. É complicado não apenas para o Educandário, mas para os funcionários que dependem desse salário e complicado também para a administração. Onde vão colocar essas crianças, inclusive a de 13 anos, que já estaria fora do limite etário dela? As outras creches já estão superlotadas, abarrotadas. É uma situação dificílima e a gente não consegue rapidamente, a menos que o Ministério Público entre nessa discussão e ocorra uma determinação legal e rápida”, concluiu.