Sem recursos, PEVI vai deixar gestão da unidade que serve para acolher pacientes em tratamento de câncer
Após divulgar que encerrará o contrato com a Prefeitura para a manutenção da Casa Esperança, a partir de 31 de dezembro deste ano, a presidente da Organização Social PEVI, Terezinha Presti da Silva, anunciou nesta semana que vai deixar também a Casa de Apoio São José, em Barretos – local destinado ao acolhimento para pacientes oncológicos que fazem tratamento no hospital daquela cidade.
Em entrevista à Rádio Difusora na terça-feira (23), ela explicou que há seis anos a PEVI é responsável pela Casa de Apoio e que por meio de convênio, a Prefeitura repassa à PEVI R$ 6 mil (seis mil reais) mensais para custeio e manutenção da unidade, recursos que segundo disse, não cobrem os custos.
Além disso, Terezinha comentou que o descontentamento de algumas pessoas com o serviço da Casa de Barretos também foi motivo que levou à decisão pelo fim da parceria com o município.
“Agradar o público é muito difícil. Estava indo muito bem e começaram reclamações da moça que toma conta. Foi um calhamaço de reclamações na Prefeitura. Não posso rescindir o contrato antes de terminar, se não já parava agora”, afirmou.
Em fevereiro termina o contrato entre o município e a PEVI e a entidade já definiu que não mais vai se responsabilizar pela Casa de Apoio em Barretos.
“Você dá meio copo de água para uma pessoa, ela não agradece o meio copo. Ela reclama que falta meio copo”, comparou a presidente do PEVI, observando que sua participação nestas causas é de forma voluntária. “Gosto de fazer isso. Só que, para a pessoa reclamar, não. Então deixa outra pessoa pegar. De repente vai fazer melhor que eu”, completou.
A presidente considera que o valor ideal, atualmente, para garantir a manutenção da unidade em Barretos seria R$ 10 mil (dez mil reais) mensais.
Até o fim do ano na Casa Esperança
Conforme publicado em Gazeta, na edição anterior, a PEVI deixará, no final deste ano, a administração da Casa Esperança – unidade que acolhe moradores em situação de rua.
Atualmente a Prefeitura repassa ao projeto cerca de R$ 23 mil mensais para custeio e manutenção das ações. Entretanto, a presidente observa que a demanda é alta, os preços subiram e há custos com funcionários. Ela considera que o ideal seria um repasse na ordem de R$ 32 mil mensais, para que o serviço prestado mantenha uma qualidade mínima.
“O dinheiro não dá. O contrato é até 31 de dezembro. A gente poderia renovar. Achei por bem não renovar porque, para fazer uma coisa mais ou menos, eu não consigo”, explicou Terezinha Presti.
“Se eu diminuir funcionários vai faltar atendimento decente. A conta da água veio R$ 600,00. Pedi Tarifa Social, está R$ 320,00. A conta da luz é quase R$ 500,00. O aluguel é quase R$ 2 mil. É muito difícil”, afirmou, lembrando que são dez funcionários na Casa Esperança.
“Agora vou ter que pagar 13º, vai ser um sacrifício. Depois, dispensar todo mundo”, comentou, observando que os recursos para estas obrigações também serão difíceis.
Ainda de acordo com a presidente da PEVI, no início havia recursos das ações contra a Covid-19, o que auxiliou na manutenção das atividades da Casa Esperança, apesar das dificuldades. “Mas agora, para o ano que vem, o aumento que me propuseram é bem ínfimo”, concluiu.
Com o fim das parcerias para a Casa Esperança e a Casa Apoio São José, a PEVI se voltará exclusivamente às ações para recuperação de usuários de álcool e outras drogas, atividades que a tornaram conhecida em toda a região.