‘Psicólogos na Educação’ ajudam professores a trabalharem o emocional na pandemia
Na semana retrasada, o Governo autorizou a retomada das aulas presenciais a partir de segunda-feira (12), data em que o Estado retornou para a fase vermelha do Plano SP. As escolas estaduais reabriram na segunda e na terça-feira (13) para orientação de pais e alunos, e algumas retornaram com o ensino presencial na quarta-feira (14). No entanto, as escolas de São José do Rio Pardo e de outros municípios vizinhos, deverão reabrir para atividades na segunda-feira (19).
Silvia Helena Dalbon, dirigente regional de ensino da Diretoria Regional de Ensino de São João da Boa Vista, esclareceu algumas dúvidas sobre a retomada das aulas presencias na rede estadual de ensino, comentou sobre a adesão das aulas remotas, e abordou outros temas referentes a educação na pandemia, durante uma entrevista para a Rádio Difusora, que foi ao ar na terça-feira (13).
Retorno
Na região, dos 15 municípios jurisdicionados à Diretoria de Ensino de São João da Boa Vista, com Silvia, apenas três permanecerão com as aulas remotas até o final do mês de abril para a nova avaliação, são elas: Casa Branca, Mococa e Tambaú. “Nas demais cidades, algumas já retornaram com as aulas presenciais, e outros municípios estão se preparando para reabrir as escolas na segunda-feira (19)”, contou a dirigente.
“Cada município fez um estudo junto com seus departamentos de saúde para analisar a condição de um retorno das aulas presenciais. Eles nos passam os panoramas e decisão de cada um”.
Controle de frequência
Durante a entrevista, Silvia foi questionada sobre a adesão dos alunos às aulas remotas e explicou que o controle de frequência é feito de duas maneiras diferentes. “A partir das aulas remotas que acontecem de forma síncrona, ou seja, não é presencial, mas no horário que o aluno deveria estar na escola, o professor está online com a classe dele, ministrando a aula. Os alunos podem interagir, o professor faz a chamada, e os estudantes tiram suas dúvidas como se fosse uma aula presencial. Além disso, através do Centro de Mídias da Secretaria da Educação, existe também um controle de frequência. Após cada aula, o aluno tem que fazer uma tarefa. Ele realiza a tarefa e o sistema já registra a frequência dele. Com isso, existe um controle de frequência em cada escola, que parte da chamada de cada professor, além do Sistema Centro de Mídias. Quando acessamos ele, aparece o nome de cada aluno, a quantidade de dias que ele acessou e a quantidade de tarefas que ele preencheu. É um controle bastante eficiente”, garantiu.
Fase vermelha
Todas as determinações do Plano SP devem ser seguidas em cada fase. Com o estado na fase de controle, chamada de vermelha, as escolas poderão atender 30% dos alunos em sala de aula por dia, seguindo um sistema de rodízio.
“Com essa quantidade de alunos, a escola realiza uma busca ativa e entra em contato com os pais, já que nessa fase não é obrigatório que os alunos retornem presencialmente. Nessa busca a escola faz um levantamento de quantos alunos têm a intenção de retornar e adequa a quantidade de estudantes que irão voltar presencialmente, em grupos que permanecerão juntos e serão sempre os mesmos. Isso está sendo feito para que não exista uma rotatividade que possa provocar eventualmente uma contaminação trocando um aluno de um grupo para outro”, informou.
Segundo Silvia, as recomendações sanitárias continuam as mesmas. Os alunos deverão lavar as mãos, utilizar máscara e levar uma reserva para realizar a troca, além do uso de álcool em gel. “Antes da fase emergencial, quando os alunos ainda estavam frequentando as escolas, eles respeitavam todas as normas de higiene. É até bonito ver como eles se adequam a novas situações com mais facilidade do que nós, adultos”. Silvia relatou que os estudantes estavam agindo com organização e determinação para seguir os protocolos sanitários. “O período que tivemos de aula presencial foi muito tranquilo”, completou.
Feedback positivo
A dirigente de ensino revelou que a devolutiva dos professores e pais de alunos foi positiva com relação ao retorno das aulas presenciais antes do Estado entrar na fase emergencial. “Apesar das restrições tudo funcionou bem. Inclusive alguns professores de São José, dos anos iniciais, 2º ao 5º ano, vieram falar comigo para tentarmos continuar com o atendimento presencial das crianças menores, eles sentiram que estava indo tudo bem, conforme o planejado. Infelizmente por conta de toda a situação da pandemia não teve como continuar”, lamentou.
Casos de contágio em escola pública
Em São José do Rio Pardo, no ensino estadual, de acordo com a dirigente nenhuma escola precisou ser fechada por casos de Covid-19. “Em uma escola de São João da Boa Vista teve uma quantidade de funcionários que tiveram a Covid, mas não pegaram dentro da unidade escolar. Suspendemos as aulas presenciais das turmas desses professores, mas não foi preciso fechar a escola”, destacou.
Psicólogos nas escolas
“A preocupação com o emocional de todos durante essa pandemia é muito grande. O Governo do Estado de São Paulo implementou um programa chamado ‘Psicólogos na Educação’, que já está em andamento e os psicólogos já estão atendendo dentro das escolas. As sessões são agendadas pelo diretor e aprovadas pelo supervisor de ensino. A devolutiva desse trabalho tem sido muito positiva. As escolas estão sendo auxiliadas por esses profissionais inclusive em reuniões de pais”, informou.
Silvia explicou que as escolas possuem o ‘Plano de Melhoria da Convivência Escolar’. Através da gestão do programa, são encaixadas ações trabalhadas por profissionais da psicologia.
Chips
No último mês de março, o Estado iniciou um programa para distribuir 500 mil chips de telefone celular para estudantes mais vulneráveis matriculados na rede estadual. A ação visa atender alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio das escolas regulares. Para isso, devem manifestar interesse junto às suas unidades escolares ou fazer uma inscrição no site da Secretaria Escolar Digital (SED) no endereço: sed.educacao.sp.gov.br.
“Muito tem sido feito pelo Governo do Estado de São Paulo e pelos municípios. Tudo tem sido muito pensado para atender a todos. Para os alunos que têm uma situação financeira menos privilegiada, estão sendo oferecidos os chips”, comentou a dirigente.
Prejuízo
Para Silvia, a dimensão do prejuízo causado na área da educação pela pandemia, só poderá ser avaliada após a normalização das aulas presenciais. “Quando pudermos ter todos os alunos presencialmente, iremos saber. Enquanto isso, estamos trabalhando, os professores estão sendo incansáveis, eles têm se reinventado. Demos um salto gigantesco com relação a tecnologia a favor da educação”, completou.
Vacinação dos profissionais da educação
“Foi feito um estudo pelo governo estadual sobre a faixa etária da população docente em geral. Mais de 40% dos docentes como um todo, tem mais de 47 anos. Essa primeira fase vai atender essa faixa etária. Com isso, quase metade dos professores receberão a vacina. A segunda fase do grupo de vacinação já está sendo pensada, mas inicialmente, quando os professores da primeira fase terminarem de receber a vacinação, será feito um balanço de quantos realmente foram vacinados, para que o estado faça o estudo da segunda fase com maior propriedade”, explicou a dirigente de ensino.
Além dos professores, o Estado está vacinando todos os profissionais da educação que tem contato constante e direto com os alunos, e isso terá continuidade. “Lembrando que mesmo com a vacinação, o protocolo da saúde continuará a ser seguido”, encerrou.