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Marcelo Galotti, médico infectologista

Covid-19: mortes e casos começam a diminuir

Apesar das boas notícias, o médico Marcelo Galotti diz que ainda não é hora de festejar

Com o aumento da aplicação de doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o mundo, a informação global é de que ocorreu uma diminuição de 15% dos casos da doença, e de 7% nas mortes. Segundo levantamento publicado no jornal Poder 360, a média de mortes por Covid-19 no Brasil caiu 35,7% de 10 de junho a 10 de julho, período em que foi realizada a Copa América. Os casos positivos da doença recuaram 24,6% durante o período. Para falar sobre o cenário geral da pandemia no Brasil e no mundo, o médico infectologista Marcelo Galotti, concedeu uma entrevista à Rádio Difusora e Gazeta do Rio Pardo na quarta-feira (14). Marcelo comentou também sobre a eficácia da vacina Janssen, e sobre os testes da ButanVac.

O médico começou falando sobre a diminuição de mortes e casos da doença no mundo. “O problema dessa boa notícia é que ela não é homogênea. Na América do Norte, Europa e Sudeste Asiático isso é uma verdade. Na África e no Ocidente do Pacifico há um aumento, e na América do Sul a situação está estabilizada. Realmente existe um contexto mundial de diminuição de casos. Ninguém festeja muito porque a variante Delta faz com que todos mesmo diante de boas notícias fiquem com o pé atrás”, declarou.

“No Brasil temos mais de 19 milhões de casos notificados, 536 mil mortes, com um média móvel de 1.200 indivíduos com mais ou menos 40 mil casos por dia.  Essas médias mostram uma redução de 15%, isso é sugestivo de que realmente está acontecendo uma diminuição. Desde o final de junho essas duas médias estão caindo sem em nenhum único dia acontecer aumento, todos os dias elas têm diminuído. Nos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal, só dois apresentam um aumento de casos. Seis estão estabilizados e 18 com o número de casos caindo. A notícia é realmente boa nesse sentido”, comentou.

Para Marcelo, essa queda pode ter duas explicações: “ou ela é flutuante, abaixa e depois sobe, o que já aconteceu antes, ou ela é uma queda sustentada, que seria pela vacina. Mas ainda não devemos festejar”, alertou.

Vacinação

No mundo já são mais de 3,4 bilhões de doses da vacina aplicadas. No entanto, segundo o infectologista, é uma distribuição não homogênea, pois 33% dessas doses estão nas mãos da China e dos Estados Unidos. “Além disso, 80% está na mão de países ricos. É uma distribuição que traz problemas. Mas sem dúvidas a vacina está funcionando, e quem tem vacina, quem vacinou e cuidou disso, está colhendo os frutos”, completou.

Marcelo frisou que o intervalo entre as vacinas contra a Influenza e a Covid, deve respeitar o período de 14 dias, já que uma pode interferir na imunidade da outra.  Já as pessoas que contraíram coronavírus, devem esperar 28 dias a partir do primeiro sintoma, ou a partir do resultado do exame PCR para poder tomar a vacina contra a doença.

Gestantes

Respondendo dúvidas de leitores e ouvintes da rádio, o infectologista informou que todas as gestantes devem se vacinar, e que são prioridade. No entanto, não podem utilizar vacinas com o vírus ativo, como a AstraZeneca e a Janssen. “Elas devem ser vacinadas com a CoronaVac ou a Pfizer. Quanto as gestantes que se vacinaram antes de descobrir a gravidez, com uma das duas vacinas de vírus vivo, devem esperar o parto, e tomar a segunda dose 45 dias após o nascimento do bebê”, explicou.

2º dose

“É de extrema importância que as pessoas tomem a segunda dose da vacina, principalmente agora com a circulação da variante Delta. Porque até agora, ela é a primeira variante que tem um escape a vacina, e em relação a apenas a primeira dose, a chance de escape é muito grande”, orientou.  

Janssen

O médico explicou que a vacina da Janssen é produzida da mesma maneira que a AstraZeneca, onde o vírus da Covid é introduzido em um outro vírus, geneticamente programado para não reproduzir, não causando doença no hospedeiro. Com isso, ela desencadeia um mecanismo imunológico. “A vacina tem 66% de eficácia geral e 80% contra internação e forma grave. É uma vacina barata, e tem a vantagem de ser uma dose só. Ela rende muito. Para acamados, usuários de drogas, que são pessoas que geralmente não retornam para a segunda dose, ela é fantástica. Os efeitos colaterais são muito semelhantes as outras, pouco intensos e graves. A trombose acontece em uma pessoa para cada 400 mil, e a alergia grave, uma para cada 2 milhões. Pelo o que ela traz de proteção e felicidade, esses dados são pouco importantes. E essa vacina age bem contra as variantes”, disse.

ButanVac

A ButanVac, imunizante contra a Covid-19 desenvolvido pelo Instituto Butantan, tem a programação semelhante as vacinas Janssen e AstraZeneca. “Ela é veiculada a um vírus causador de doença em aves. Para nós brasileiros, ela é uma grande esperança”.

“Já tem 4 milhões de doses feitas pelo Butantan. Eles fizeram a fase 1 dos testes, que é em animais e laboratórios, e pediram licença para a Anvisa para fazer a fase 2 e 3, e já obtiveram a licença. Na segunda fase vão vacinar 400 pessoas, em que irão avaliar efeitos colaterais graves e resposta imunológica. Se passar dessa fase, vão para a fase 3, em que vacinarão 5 mil pessoas. Com isso, a vacina estará encerrada dentro de 4 meses. O que é muito bom para o Brasil”, concluiu.

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