terça-feira , 26 novembro 2024
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Plantação de cebola

Cidade teve queda de 50% na produção de cebola

Doenças fúngicas como o bolor branco têm afetado as plantações

Há anos, São José do Rio Pardo se manteve como uma das principais cidades dedicadas a produção de cebola, levando em consideração a quantidade de área plantada. Atualmente, o município perdeu boa parte de suas plantações, e os grandes produtores migraram para outras cidades, e até mesmo para outros estados, como o de Minas Gerais, por exemplo, em busca de solos férteis e de melhores condições para o plantio desse tipo de cultura.

Airton Feltran, ex-agricultor rio-pardense e atualmente comerciante, concedeu uma breve entrevista para a rádio Difusora essa semana. Ele falou sobre a situação da produção de cebola no município, e dos motivos que causaram a diminuição da área plantada, além de comentar o preço da saca.

“Um dos maiores problemas hoje na cebola em São José do Rio Pardo é a presença de uma doença, que causa um bolor branco, que já afetou parte de nossas terras. A doença destrói plantações de cebola e alho”, declarou.

Luís Roberto de Oliveira, engenheiro agrônomo, explicou detalhadamente sobre o problema ao jornal.

Doença fúngica

“Temos doenças causadas por dois fungos, o bolor branco e a raiz rosada. Eles atacam a cultura da cebola, são fungos de solo, então o controle deles é mais difícil do que os de folha. É possível controlar os de folha com fungicida, não é tão agressivo para a natureza, tem produtos comerciais de uso fácil. Quanto aos de solo, é complicado, porque as pessoas plantam cebola repetidamente na mesma área, todos os anos. Então o contágio fica naquele solo. O controle seria fazer uma rotação de cultura. Se for plantado outra coisa, como milho, gramínea, em dois ou três anos, diminui essa infestação”, disse o profissional.

Luís aconselhou aos produtores que façam uma boa adubação, e informou que a matéria orgânica ajuda a prevenir a situação. “Esse fungo existe no solo, só que como o produtor vai usando repetidamente, e não faz adubação orgânica, não faz conservação de solo, os inimigos naturais do fungo vão diminuindo e ele vai se aproveitando da cultura que está ali plantada. Teve uma época em São José do Rio Pardo, que plantavam três tipos de cebolas diferentes, era uma semeadura direta, então ficava com aproximadamente de 8 a 10 meses com cebola na terra. Isso acaba disseminando o problema”, advertiu.

“Muitos produtores tiveram problema com raiz rosada e bolor branco, e depois de dois a três anos voltaram a plantar e produziu normalmente”, contou.

Produção

Os fatores que mais provocaram a queda da produção de cebola no município, foi a mecanização e a procura por terras mais favoráveis. “Os produtores foram para a região do Triângulo Mineiro e para outras regiões do planalto, onde a cebola sai mais cedo, com um custo menor de produção”, disse o engenheiro.

Segundo Airton Feltran, em comparação ao passado, a queda no plantio de cebola em São José do Rio Pardo ultrapassou 50%. “Muitos ex-produtores de cebola partiram para bovinocultura, principalmente com relação a gados de corte”, disse o comerciante.

No entanto, de acordo com ele, a cebola de São José do Rio Pardo atualmente é uma das melhores do Brasil no quesito qualidade. “Antigamente era considerada uma das piores, as pessoas falavam que não prestava. Hoje a nossa é a melhor, completou”.

Airton explicou que hoje em dia, a mão de obra humana, só é utilizada para o corte de cebola, todo o restante do processo é feito por maquinário agrícola.

Mercado

O comerciante disse que a falta de chuva e a presença de queimadas criminosas preocupam muito os agricultores. “As queimadas e estiagem trouxeram prejuízos incalculáveis para a agricultura. Está muito difícil, e os produtores que têm propriedade em beira de estrada precisam tomar cuidado”, alertou Airton.

Segundo Airton, os produtores de cebola estão tendo um prejuízo de R$15,00 por saca (cada saca, possui 60 kg)

“Os produtores estão levando prejuízo hoje em dia. O preço da saca está custando de R$22,00 a R$25,00 a saca, o custo real é estimado de R$40,00 a R$50,00”, disse.

As pessoas que colhem cebola recebem R$7,00 por saco.

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