Gazeta Do Rio Pardo Informação com Credibilidade p/ São José do Rio Pardo
De acordo com o presidente da instituição, arrecadações diminuíram e há filas de espera por uma vaga
Acolhendo atualmente 90 idosos, muitos dos quais portadores de necessidades especiais, o Asilo Lar de Jesus mantém suas atividades em meio à pandemia, procurando assistir aos internos e adotando medidas que possibilitem a qualidade dos serviços. No ano passado um incêndio de grandes proporções atingiu a instituição que sobrevive aos dias difíceis sem registrar nenhum caso de Covid-19. O presidente, Rubens Luz Cunha, falou sobre a situação em entrevista nesta sexta-feira.
Por conta do momento de restrições, a tradicional quermesse, evento que garante bom volume de arrecadação para várias atividades do asilo, não pode ser realizada.
“O mundo todo foi arrebatado pela pandemia. Exatamente quando chegou em São José do Rio Pardo, a gente estava realizando a quermesse do ano passado. Fizemos uma semana e tivemos que encerrar. Não pudemos fazer em 2021, por conta das medidas de isolamento. O asilo não está podendo receber visitas, para evitar aglomeração. Temos a quermesse como uma fonte importante de renda. Estamos fazendo eventos esporádicos dentro do que for possível”.
Uma das alternativas neste período foi adotar o sistema drive-thru. Assim, no próximo dia 8 de maio, acontecerá uma venda de cassoulet, para a qual o presidente convidou a população a participar e ajudar. “Vai ser feito dentro de todas as medidas necessárias de segurança do que a pandemia está nos exigindo”.
Rubens falou também sobre outras formas de manter as ações do asilo.
“A principal fonte de renda são os cartões de benefícios dos internos que ali residem, dentro dos limites legais que a gente pode usar destes valores para o custeio deles. É menos do que as necessidades de uma pessoa”.
No ano passado, o asilo recebeu recurso do Governo Federal para adequação de instalações, o que garantiu a construção de um quarto específico para atender internos com Covid-19, o que não foi necessário. “Graças a Deus não tivemos”, disse o presidente, informando que as entidades que acolhem idosos foram as primeiras contempladas com a vacina.
Em tempos de Covid-19
No asilo Lar de Jesus não foi registrado nenhum caso de Covid-19. “Entre os internos, não. Tivemos um caso isolado de uma funcionária que estava em licença maternidade. Curou-se antes de retornar ao trabalho”, comentou o presidente da instituição.
Em tempos de pandemia, muitas atividades tiveram de ser alteradas. Além da não realização da quermesse e dos passeios, as visitas estão proibidas, mas nem por isso os idosos deixam de manter contato com a família.
“Estamos disponibilizando estas visitas através de videoconferência. Tem sido uma medida bastante eficaz, inclusive para o bem-estar emocional deles, mas está sendo contornável. É o que está sendo possível, agora. A pandemia nos trouxe como desafio tornar o ambiente agradável para eles. A principal missão do asilo é deixar de ser um asilo e ser um lar. Dentro do possível a gente está trazendo um pouco de alegria e de atividades para preencher o dia”.
Com área de 8.560 m², sendo mais de 6 mil m² de construção, o asilo restringiu também os serviços de manutenção e obras, para evitar circulação de fornecedores e operários que pudessem trazer contaminação aos internos. “Estamos fazendo o mínimo possível, dentro do limite da segurança da saúde deles”, disse, informando que há projetos a serem executados futuramente, como a construção de chalés e de um Centro Dia para atendimento a idosos.
Aumento na procura
Atualmente o asilo trabalha com o limite de 90 internos, mas a procura pelo espaço tem aumentado, e o presidente afirma que não há como acolher os interessados.
“A gente não tem condições de oferecer mais vagas. A população está envelhecendo. Tem aumentado muito a procura pelo asilo. A pessoa interessada tem que preencher uma ficha e aguardar oportunidade de vaga. Havendo a vaga, a assistente social, a psicóloga e a enfermeira procuram o idoso, fazem um perfil dele e veem se tem capacidade de adaptação ao ambiente”.
Incêndio traumatizante
No dia 10 de maio do ano passado, em plena pandemia, o asilo Lar de Jesus enfrentou uma situação bem crítica, com o incêndio no quarto 10, no qual 6 pessoas perderam a vida.
O fogo foi provocado por um cigarro, quando um interno – com problemas psiquiátricos – resolveu fumar escondido sob o edredom. O presidente falou sobre o assunto, em tom de comoção.
“Foi a pior experiência da minha vida. Abalou minha saúde e de várias pessoas que trabalham lá dentro. Foi uma situação muito traumatizante para todos nós. Foi uma fatalidade. Naquela ocasião, estava muito frio. Os internos estavam cobertos com edredom de material sintético. O incêndio foi tão violento e tão rápido que estourou piso, encanamentos, fiação. Foi uma tragédia terrível”, contou.
Ele comentou ainda que o apoio da sociedade foi muito importante para a superação dos desafios que se seguiram.
“Tivemos um acolhimento da sociedade maravilhoso. Recebemos doações de outras cidades da região. A gente reformou o quarto em questão de vinte dias. Em junho este quarto estava totalmente renovado. Graças ao apoio da sociedade a quem deixou meu agradecimento por tudo o que fizeram”.
Precisando de doações
A instituição continua contando com o apoio da sociedade para manter suas atividades. Interessados em fazer doações podem aderir à campanha do cassoulet, que ocorre no próximo dia 8 de maio, pelo sistema drive-thru. E também podem deixar doações de alimentos na portaria do asilo.
Segundo o presidente, no momento há urgência para obtenção de açúcar cristal, açúcar refinado, farinha de trigo, óleo vegetal, leite e feijão.
Há ainda a possibilidade de doação por meio de conta no Banco do Brasil, Agência 0066-3, Conta Corrente 748-X. Outras informações podem ser obtidas junto ao asilo, pelo telefone (19) 3608-5229.
