Um Projeto de Lei da deputada Maria do Rosário (PT-RS) ganha adesão, devagar e discreta, dos partidos de centro-esquerda, e preocupa os militares. O PL 5010/24 está na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, e visa entregar a gestão dos colégios militares ao Ministério da Educação (MEC). Há um padrinho neste caso, o ex-ministro e futuro candidato a deputado federal José Dirceu, que há muitos anos fala em aproximar parte dos militares ao projeto de Estado da doutrina petista – o que, hoje, é impossível, pelo cenário sócio-político. Pelo texto, as escolas de ensinos fundamental e médio terão novas diretrizes, totalmente civis. E as de formação dos militares, como Escola de Comando do Estado Maior, a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e o famoso ITA teriam seus currículos adaptados pelo MEC. Sondado por parlamenares, o Ministério da Defesa prefere que o PL fique em “banho-maria” (sem trocadilhos, claro).
Operação tabajara
A decisão do Governo do Paraguai de investigar a suposta espionagem da ABIN contra diretores de Itaipu revela, segundo diplomatas, que explicações do chanceler Mauro Vieira não convenceram. Em março, o Brasil abandonou o chanceler paraguaio nas eleições para a OEA. Existe ainda briga velada na Inteligência sobre a tutela da operação tabajara: se começou no Governo Bolsonaro ou já na Era Lula da Silva III.
Marquetagem
Políticos da bancada do Rio de Janeiro suspeitam das 10 digitais do Secom do Planalto, Sidônio Palmeira, nas críticas de Wolney Wolff, Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, ao Governo de Cláudio Castro sobre os riscos de enchentes e desabamentos na serra fluminense com as chuvas. O Governo fez o dever de casa. Aliados de Castro lembram que é hora de união, não de ataques com viés eleitoreiro.
Plano eleitoral
A despeito dos números avassaladores contra Lula da Silva III – nunca antes na História desse País o presidente teve uma rejeição de 60% – há no Palácio um otimismo de veteranos, do ponto de vista eleitoral. Um ministro vaticina: “Nos nossos Governos funciona assim: 1º ano, trabalhamos com recall da vitória; 2º ano, passamos patrol nas estradas; 3º ano, jogamos graxa de asfalto; e no 4º, começa a asfaltar de verdade”.
Turma do quepe
No último domingo, encontraram-se, por acaso, num restaurante grã-fino de Brasília, o ministro da Defesa, José Múcio, o senador Hamilton Mourão (Rep-RS) e o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR). A conversa foi amistosa. Mourão justificou com a agenda corrida em Brasília a ausência no ato de Bolsonaro na Av. Paulista. Uma curiosidade, Jucá está muito próximo da indústria armamentista, do Brasil e do exterior.
Área de (in)Segurança
Uma jornalista que trabalha no Senado sofreu tentativa de sequestro no fim da tarde de domingo, a apenas 1 km do Palácio da Alvorada – residência oficial do presidente Lula – e já dentro do perímetro de Segurança Nacional. Ela pedalava ao crepúsculo quando foi abordada e agarrada por um bandido disfarçado de motoboy. Com rápida manobra e aos gritos de socorro, conseguiu se livrar das mãos do criminoso, que fugiu.