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Santa Casa realiza a primeira cirurgia ortopédica guiada por robô

Colocação de próteses no quadril é comum na instituição, mas pela primeira vez foi realizada com sistema robótico

FOTO Divulgação: No centro da foto, Dr. Antonio Vaz, acompanhado de Gustavo Colani Barbosa e Bruno Missura, em dia de cirurgia inédita com o uso de robô, na Santa Casa

Na última quinta-feira (30), o médico ortopedista e cirurgião Dr. Antonio Vaz, assinalou mais uma página importante na história da Santa Casa de São José do Rio Pardo. Auxiliado por Gustavo Colani Barbosa e pelo instrumentador Bruno Missura, ele coordenou a primeira cirurgia com o uso de tecnologia robótica, realizada na centenária instituição. O trabalho contou ainda com apoio de um operador dos equipamentos e um técnico de informática.

“Foi realizada uma cirurgia de substituição do quadril (artroplastia de quadril), pelo sistema Velys Hip Navigation”, explicou o cirurgião, comemorando o resultado, instantes após o procedimento. Ele destaca que a novidade tecnológica é apenas um dos elementos novos nesse tipo de atividade, lembrando que o procedimento com a metodologia convencional é algo comum nas cirurgias de próteses realizadas na Santa Casa.

“A equipe ortopédica da Santa Casa é referência para cirurgias em alta complexidade há muitos anos. E já foram realizadas mais de 3 mil artroplastias de quadris e joelhos, com alto grau de satisfação”, explica o médico.

Eficiência

O paciente submetido ao procedimento estava acometido de uma necrose vascular, que levou ao desgaste da cabeça do fêmur. “A pessoa tem dor, limitação de movimentos, sem melhoras com medicamento. Foi tentado de tudo, sem melhoras e aí partimos para a substituição do quadril”, explicou, observando que o procedimento é adotado quando não há outras possibilidades.

O paciente operado na quinta-feira (30), recebeu alta na sexta-feira (dia 1º), se locomovendo com ajuda de um andador. Agora vai passar por fisioterapia, até a plena reabilitação. A expectativa é de que em três ou quatro semanas esteja andando sem precisar do apoio.

De acordo com o Dr. Antonio Vaz, a tecnologia é aliada da medicina no procedimento, permitindo uma série de vantagens em relação ao sistema convencional. “Melhora a implantação dos componentes protéticos, a durabilidade deles, facilita a mensuração do comprimento dos membros inferiores e minimiza as complicações”, afirma.

O sistema guiado, conforme ressalta, permite um planejamento minucioso antes da cirurgia e assegura mais assertividade diminuindo os riscos de comprometimento dos materiais empregados e eventuais solturas ou luxações.

O procedimento guiado roboticamente, segundo ele, permitiu à equipe executar todo o planejamento e ainda uma avaliação positiva sobre o trabalho que já realiza. “Ficamos satisfeitos de sabermos que temos feito convencionalmente uma cirurgia muito próxima da eficiência total”.

Pioneirismo na região

De acordo com o médico, a aplicação da técnica na ortopedia ainda está começando, de modo que ainda não está disponível para procedimentos cirúrgicos em todas as áreas do corpo. Quadril, joelho e reconstrução de ligamentos são, por enquanto, as principais aplicações ortopédicas. Ele diz ainda que a realização de cirurgias para coluna com o emprego do sistema robótico ainda está em evolução.

“A diversidade de uma fratura, por exemplo, é muito grande. E a inteligência artificial ainda não conseguiu substituir o médico, o ser humano”, avalia o médico, observando também que a utilização do sistema em cirurgias urológicas já acontece em larga escala.

O médico destacou que a aplicação do procedimento tecnológico tem sido novidade inclusive nos grandes centros, sendo São José do Rio Pardo uma das pequenas cidades pioneiras no assunto.

“São Paulo tem feito essa cirurgia. Começou-se agora em Ribeirão Preto. Temos a vontade de sempre planejar e trazer o melhor para os nossos pacientes. Apesar de não sermos populacionalmente uma das maiores cidades, aqui na região e Sul de Minas essa é a primeira cirurgia feita com esse procedimento. Estamos saindo na frente”.

Outro pioneirismo da equipe foi em 1994, quando trouxe para a cidade o uso de vídeo para cirurgias de joelho (artroscopia). “Na época todo mundo fazia cirurgias convencionais, fazendo o corte, a abertura, do joelho, técnica que hoje não se aplica mais”, explica.

Conforme completou, o emprego da nova tecnologia ainda não tem custeio pelo SUS. “Acho que o paciente do SUS não está sendo desprivilegiado, não tendo o equipamento. A cirurgia convencional, com a experiência que nós temos, sem a ajuda do robô ela é muito bem aceita”.

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