Paciente de 73 anos de idade foi diagnosticado com a doença em Vargem Grande do Sul
Alerta na região. O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Central/CIEVS) do Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” (CVE), órgão da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, confirmou no último dia 23, um caso de febre amarela silvestre, em humano, na cidade de Vargem Grande do Sul.
As ações de investigação do caso, realizada em conjunto entre as Áreas Técnicas do CVE e Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de São João da Boa Vista e do município de Vargem Grande do Sul, foram desencadeadas após o recebimento do resultado positivo encaminhado pelo Centro de Virologia do Instituto Adolfo Lutz detectado em um paciente.
A doença viral é transmitida pela picada de mosquitos infectados e não há transmissão direta de pessoa para pessoa, os sintomas mais comuns são febre, dores musculares, dor de cabeça, perda de apetite, náusea ou vômito.
Em casos graves, os sintomas podem evoluir para icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e até mesmo choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Não vacinado
O homem que recebeu diagnóstico positivo de febre amarela, tem 73 anos de idade e mora na zona rural do município de Vargem Grande do Sul.
Segundo as informações, ele começou a apresentar sintomas no dia 22 de dezembro, como febre, dor abdominal, mal-estar geral e colúria (coloração escura da urina). No dia 24 de dezembro, relatou ausência de apetite e aumento do volume abdominal.
O idoso foi atendido nos dias 25 e 26 de dezembro em uma Unidade de Pronto Atendimento de Vargem Grande do Sul e, com piora do quadro clínico, recebeu internação no dia 27, com icterícia e confusão mental.
Ainda segundo apurado, o paciente não era vacinado contra a doença. E após passar por tratamento, atualmente se recupera, apresentando bom quadro de saúde.
Não se sabe precisar, contudo, havia vários anos, esta região não registrava casos da doença.
Aumento de casos
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, desde os anos 2000, São Paulo tem sido um dos centros de expansão e circulação da doença. Entre 2016 e 2019, foram confirmados 648 casos humanos no Estado, com 230 mortes. Além disso, registraram-se ainda 850 casos em macacos ou grupos de macacos
Técnicos e equipes de Vigilância em Saúde estão atuando na busca ativa de epizootias e coleta e identificação de vetores silvestres envolvidos na cadeia de transmissão da febre amarela que, na sua forma grave, tem índice de 50% de mortalidade.
Vacinação
A única forma de prevenção à doença é a vacina. Ela é disponibilizada nas unidades de saúde dos municípios, por meio do SUS.
Atualmente a vacina contra febre amarela deve ser administrada em pessoas a partir de 9 meses de idade, de acordo com os esquemas vacinais descritos a seguir:
Menores de 5 anos
-9 meses – Primeira dose (0,5 ml)
-4 anos – Segunda dose (0,5 ml)
-A partir de 5 anos: Dose única (0,5 ml)
Demais situações
-Caso a pessoa tenha recebido apenas uma dose da vacina febre amarela antes de completar 5 anos de idade, deverá receber uma dose adicional, independentemente da idade;
-Pessoas com 60 anos ou mais de idade poderão ser vacinadas, em especial para os residentes ou viajantes para as localidades com evidência de circulação do vírus da febre amarela;
-Viajantes internacionais: a vacinação é recomendada segundo a situação epidemiológica de risco do país de destino e/ou pela exigência de comprovação da vacinação contra a febre amarela (certificado internacional de vacinação) para entrada em alguns países, devendo ser administrada com pelo menos 10 dias de antecedência. Os viajantes internacionais que receberam a dose fracionada da vacina febre amarela (atenuada) deverão ser vacinados com a dose plena (0,5 ml), pelo menos 10 dias antes da viagem.
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo recomenda que os municípios do Estado implementem ações imediatas de vacinação das pessoas a partir de 9 meses de idade não vacinadas, com o objetivo de alcançar coberturas vacinais de no mínimo 95%.