Representante da Ong fala sobre importância do programa, para controle dos cães de rua
Há mais de 20 anos, a Ong Unir (União Protetora dos Animais Rio-Pardenses) é referência da causa animal na cidade, cuidando de animais de rua e resgatando os que passam por situações de maus tratos, além de colaborar com proprietários que não possuem condições financeiras para sustentar os pets de uma forma saudável.
“A Unir têm um trabalho voltado para os animais de rua. Nossa prioridade aqui na cidade é diminuir o número dos que vivem nas ruas, assim como os abandonos. Nosso objetivo é mudar a vida desses animais, dar uma família a eles. A Unir conta com cinco voluntários”, disse Alessandra Freire Paolielo, da Ong Unir, durante uma entrevista ao jornal.
Castração
Segundo a presidente, o foco do trabalho realizado pela Ong, é a castração. “Nós arrecadamos dinheiro para castrar as cadelas de rua para não entrarem no cio e não aumentar a taxa de natalidade”, explicou. A Unir também faz um trabalho de conscientização e resgate contra os maus tratos. Alessandra revelou que os voluntários recebem muitos pedidos de ajuda, e acatam as solicitações. Eles vão até o local da ocorrência para checar se realmente há violência contra o animal.
Desde 2015, a Prefeitura de São José do Rio Pardo oferecia o programa Cão Ciente, em que ela subsidiava a cirurgia de castração, e os materiais necessários, denominados “kit”, eram distribuídos e divididos entre os veterinários conveniados ao programa. Os proprietários dos animais pagavam um valor abaixo do estipulado em cirurgias particulares, com a contribuição do programa.
Alessandra mencionou o problema que a Ong e as pessoas interessadas em castrar seus pets, estão enfrentando com a gestão municipal. “Recentemente aconteceu uma fatalidade, eles não avisaram a nós e nem a população. Fazemos castração por esse programa desde 2015, e foi anunciado há pouco tempo que o Cão Ciente parou, porque irão inserir uma castração gratuita. Mas desde fevereiro não tem mais o Cão Ciente e nem a castração gratuita. Só no mês de abril já temos 16 cães para serem castrados, mas o kit castração não chegou. Não sabemos como iremos prosseguir. Não dá para esperar, são cadelas de rua que já entraram no cio, provavelmente já cruzaram, e se não forem castradas com urgência, todas elas irão procriar. São 16 cachorras esperando, fora as outras pessoas que estão esperando guia para a castração e não conseguem pegar. Se todas elas criarem, será em média 10 filhotes por cachorra”, comentou.
A Prefeitura divulgou uma nota essa semana, afirmando que realizará 300 castrações gratuitas, e que os kits veterinários estão sendo comprados. “Os materiais não chegaram, e têm pessoas esperando desde fevereiro para castrar seus animais. Precisamos do Cão Ciente, é uma questão de necessidade. A Prefeitura precisa agilizar isso, comprar esses kits com urgência porque os animais não podem esperar mais”, ressaltou.
“Se a Prefeitura for oferecer mesmo a cirurgia gratuita, ficará mais fácil para castrarmos os machos também. Mas no momento, a prioridade é para as fêmeas, que procriam. Pela nossa experiência, as 300 castrações serão insuficientes. As grandes cidades têm programas eficientes de castração, gostaríamos de saber se a Prefeitura tem algo parecido. Acho que essa atitude foi precipitada, ninguém comunicou a Ong e nem mesmo a população. Quando abrirem o cadastro para as pessoas, terá uma procura alta”, disse a presidente.
Unir busca parceria
Alessandra mencionou que a Ong sempre esteve disposta a fazer uma parceria com a Prefeitura. “Sozinhos ficamos sobrecarregados, antigamente tínhamos acesso ao poder público. Estamos abertos a esse contato com eles, mas ainda não fomos chamados”, destacou.
Pandemia
Com a pandemia, a Unir não está mais organizando feirinha de adoção, como fazia antigamente. “Estamos fazendo campanha pelas redes sociais, continuamos divulgando os animais que temos disponíveis para a adoção. Todos os interessados passam por uma entrevista antes. Sempre tem um animal precisando de um lar”, contou.
“Nós sobrevivemos de doações. Aceitamos ração, doação financeira mensal, que chamamos de apadrinhamento. O dinheiro é destinado para a compra de medicamentos, produtos de limpeza e ração. Nas redes sociais fornecemos o número da nossa conta”, completou.
Vaquinha
Quando a Unir resgata um animal em situação de urgência, que precisa passar por algum tipo de cirurgia e realizar exames, é criada uma vaquinha virtual. “Com a arrecadação mensal não conseguimos bancar esses procedimentos. Fazemos eventos, vendemos rifas e doces para ajudar nesse tipo de arrecadação”, informou.
Lar temporário
“Infelizmente recebemos muitos pedidos de ajuda para resgatar alguns animais, mas não temos condições de ajudar todos, escolhemos os casos mais urgentes. Quando resgatamos os animais que foram maltratados, eles ficam em lar temporário, e muitas vezes acabam ficando meses, porque não temos onde deixá-los pois o canil, por exemplo, está lotado. Com esses que ficam meses nas casas temporárias, não conseguimos resgatar outros animais que precisam de ajuda”, lamenta.
Os interessados em realizar uma adoção responsável, ou que queiram se voluntariar para fazer doações, devem entrar em contato pelo Facebook ou Instagram, procurando pelo nome “Ong Unir”.