terça-feira , 26 novembro 2024
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O fisioterapeuta Mateus Mello participou do Jornal do Meio Dia, da rádio Difusora FM

Movimentação diária é crucial para não atrofiar musculatura, alerta fisioterapeuta

Segundo Mateus Mello, procura pela fisioterapia diminuiu em 90% com as medidas restritivas de trabalho

No dia 9 de abril o fisioterapeuta Mateus Mello participou do Jornal do Meio Dia, da rádio Difusora FM, e falou sobre a importância da fisioterapia na vida das pessoas. Ele comentou sobre a fisioterapia ortopédica, respiratória e neurológica, que são indispensáveis em alguns casos. Contou também sobre como está mantendo seu trabalho durante a quarentena.

Fundamental para o cotidiano

“Temos mais de 650 músculos, que são responsáveis pela geração de energia articular. É a musculatura que nos permite ficar em pé, realizar os movimentos e consequentemente as atividades cotidianas: trabalhar, acordar de manhã, manter a higiene. Então tendo essa musculatura preparada para essas funções, conseguimos diminuir muito o índice de lesão. A fisioterapia vem trabalhar na parte preventiva, inicialmente, fazendo com que essa musculatura esteja preparada para algumas atividades”.

“Cito o exemplo do atleta, que desenvolve sua musculatura para poder realizar sua atividade física, então trabalhamos na prevenção e é comum termos lesões na musculatura. Seja ela um torcicolo, de uma noite mal dormida, até patologias mais graves, como estiramento, desvio postural, e precisamos tratar essas patologia”, explicou.  

Envelhecimento

“Quando falamos dessa malha muscular, com o envelhecimento, vamos perdendo as células musculares. E existe a necessidade de trabalharmos elas, diminuindo essas perdas. Principalmente nessa hora de coronavírus, que a população está em casa, e as atividades não estão sendo realizadas, os movimentos também não. Nossa intervenção ocorre para tentar diminuir o impacto na musculatura, que essa falta de atividade física vai acabar proporcionando”, observou.

“Vejo muitos idosos agora em suas residências, não podendo sair, nem para ir ao mercado, que conta como movimento, faz parte da atividade física para eles. Nosso cérebro é muito inteligente, se sinalizarmos para ele que precisamos de células musculares, ele vai dar, mas se ele perceber que você não está usando, vai pegar de volta. Precisamos, enquanto fisioterapeutas, sinalizar o sistema nervoso da necessidade de manter aquelas fibras musculares ali, para que haja força. Ou então teremos um processo degenerativo, vamos perder essa força muscular. Principalmente com idosos isso é muito importante, ou pode acarretar em lesões mais graves”.

Procura

Segundo Mateus, diminuiu bastante a procura por fisioterapia. “Depois dessas últimas medidas de não poder trabalhar, abrir as clínicas e tudo mais, estou com 10% dos pacientes. 90% que iam na clínica, pararam. Quando tivemos que fechar as clínicas, realizamos uma avaliação individual de cada paciente, vendo o quão maléfico seria ele parar de fazer uma atividade física, ou fisioterapia presencial”, contou.

“Tem alguns pacientes que já estavam no final da reabilitação, que quebraram a perna, por exemplo. Esses, nós afastamos. Avisamos que quando tudo normalizar, nós retomaremos. São pacientes que já estavam bem, que estavam só finalizando. Outros pacientes, necessitam da fisioterapia, que são os mais idosos, acamados, pacientes que estamos fazendo atendimento a domicílio. Tenho pacientes que, por uma gripe, ou às vezes por outro motivo, ficam uma semana sem fazer a fisioterapia, e depois eu fico quase 15 dias para colocar esse paciente em pé novamente”.

“O déficit muscular e a importância da atividade física para parte circulatória e tudo mais, é muito grande, até para a parte mental. Estamos tentando realizar algumas sessões por meio de plataforma de vídeos. Com isso estamos conseguindo retardar muitas outras patologias que podem vir. Não sabemos até quando durará esse cenário, só temos algumas estimativas, mas no geral, afastamos os pacientes com menos risco, porém sempre monitorando e orientando. E quanto aos acamados, que necessitam de fisioterapia, estamos visitando”, relatou.

Áreas

“A fisioterapia atua em todas as áreas da saúde. Quando falamos de idosos, é difícil categorizar em apenas uma área. Eles tem problemas neurológicos, ortopédicos, mentais. Geralmente quando a família nos procura, estão atrás de tudo. A fisioterapia vai atuar em todas as áreas. Podemos destacar o trabalho que os fisioterapeutas estão fazendo nas UTI´s, por exemplo. O fisioterapeuta é o maior responsável pela manutenção dos aparelhos respiratórios, por exemplo. Fazem a mudança de decúbito, porque os pacientes costumam desenvolver ulceras por ficarem na mesma posição”, explicou.

“Todo paciente que permanecer acamado por um tempo, deve ter indicação para fisioterapia. O movimento é o segredo da coisa. Se não nos movimentarmos, vamos ter encurtamentos, que irão nos impossibilitar. Por mais que o paciente esteja acamado, ele pode, na maioria das vezes, sentar um pouquinho. Se ele não consegue fazer isso sozinho, cabe a nós senta-lo”.

Fisioterapia respiratória

“Para respirar, temos a musculatura inspiratória e expiratória. Os pacientes com doenças crônicas, como asma, bronquite, tem um déficit de força nessa musculatura. A caixa torácica não consegue expandir de maneira necessária para entrar o oxigênio ou tirar o oxigênio. Além de tudo, as trocas gasosas, em região alveolar, estão acometidas. Nós, como fisioterapeutas, temos que trabalhar em cima dessa musculatura e lembrar que a parte respiratória e cardíaca estão juntas”.

“Temos que traçar uma meta para que esse paciente tenha uma vida mais próxima do normal, realize suas atividades sem sentir falta de ar, que ele consiga andar, caminhar, correr, realizar as atividades que ele gosta. Nós trabalhamos em cima dessa musculatura e depois em uma parte mais dinâmica. Trabalhamos em cima de uma vida mais aeróbica. Para que ele consiga recuperar tudo o que perdeu”, contou.

Durabilidade das sessões

“O tempo que o paciente precisa realizar as sessões de fisioterapia é muito relativo. Tenho pacientes que atendo três vezes por semana. Pessoas com algum grau de acometimento funcional, que estão em situações mais graves, que não conseguem andar sozinhos e tudo mais, temos que trabalhar com esses pacientes, até que consigam. E depois temos que adapta-los ao que não vão mais conseguir fazer. Antes de tudo temos que avaliar o que podemos ou não fazer com aquele paciente. Temos que ter todo o cuidado necessário”.

Pacientes neurológicos

“Quanto aos pacientes que sofreram AVC, ou que possuem algum problema neurológico, temos que avalia-los antes. Saber o que eles podem ou não fazer. Precisamos tentar fazer progredi-lo, para deixa-lo o mais funcional o possível. Se conseguirmos pegar esse paciente, na fase flácida, com flacidez muscular, vamos conseguir diminuir muito o impacto da rigidez muscular posteriormente. Por isso é muito importante avaliar antes, cada caso é diferente. Temos que avaliar o que podemos ganhar, e o que podemos deixar de perder. O que vier é lucro”, informou Mateus.

Exercícios com carga

“Em uma fase de reabilitação, no início, procuramos evitar. Depende muito. Pacientes com 60 anos, até um pouco mais, as vezes passamos alguns exercícios, e para eles aquilo está fácil. Se colocarmos um peso de 1kg e ele continuar fazendo corretamente, podemos começar a pensar em aumentar, em indicar a ida até uma academia, realizar outras atividades. O pilates, por exemplo, que tem um pouco mais de carga e trabalha outras posturas. Mas depende de como esse paciente está. No começo não colocamos peso, ele precisa realizar os exercícios com a gravidade, que por si só já dificulta na situação em que a pessoa se encontra, e conforme for ganhando um pouco de massa muscular e funcionalidade, podemos ir acrescentando 1kg, uma caneleira, mas a partir disso entra em outra fase”.

Impaciência

“Às vezes o paciente chega, e com três sessões já quer ter o problema resolvido. Por isso você precisa ter uma conversa franca com a pessoa.  Temos dois problemas interessantes. Um é o paciente chegar, fazer duas, três sessões, e falar que não melhorou. Aí explicamos para ele sobre o problema, que analisamos os exames, e temos essa conversa. O outro caso, é que às vezes com três, quatro sessões, pode haver uma melhora. Que é o que normalmente acontece. Com isso às vezes ele para de ir, ou ele já quer adiantar o processo, correr, andar, fala que já está melhor. Mas não é assim que funciona. Às vezes a pessoa teima, faz mais do que pode naquele momento, e acaba prejudicando o processo de melhora”, encerrou.

Atendimento

Para mais informações sobre o trabalho realizado por Mateus Mello, o contato é pelo número (19) 98124-3730. Ele atende na Rua Curupaitti, 758, próximo a Casa Limpa.

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