terça-feira , 26 novembro 2024
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João Luís Cunha, ex-prefeito

João Luís Cunha diz que estará apto às eleições de 2024

Ex-prefeito comentou os atrasos da obra do esgoto, idealizada para ser concluída em um prazo de dois anos

Após quase dez anos de início das obras de Tratamento de Esgoto em São José do Rio Pardo, a construção ainda não foi concluída, e os munícipes cobram diariamente a resolução do problema. Inicialmente, o prazo para a entrega da obra era de dois anos. O ex-prefeito e atualmente consultor jurídico do Sebrae, João Luís Cunha, participou do “Jornal do Meio Dia”, da rádio Difusora, e relembrou as ações referentes ao processo para aquisição de recursos da ETE, que tiveram início ainda em seu mandato.

“Foi uma luta enorme. Na época que conseguimos os recursos (R$34 milhões), não era possível que isso acontecesse sem que a Prefeitura desse uma contrapartida financeira para que essa verba viesse para a cidade. Nos municípios de nosso porte, não havia destinação de recursos específicos para o tratamento de esgoto. Fizemos várias viagens, amarrações políticas para podermos chegar na realização desse sonho. Em termos de volume unitário, foi o maior em recursos já recebidos pela cidade até hoje, para a realização de uma obra em São José do Rio Pardo. Depois da ajuda de muitas pessoas, inclusive do Dom Orani, conseguimos os recursos para a obra”, contou.

 “O problema, é que ela precisaria ser realizada em um período de dois anos, porque o dinheiro era apenas o suficiente para fazer a obra. Não tinha a possibilidade de pagar aditivos, diferenças além daquilo. Iniciamos a obra, começou muito bem, foi feita a licitação, e foi assumida por uma empresa importante. Quando deixei o mandato, a obra foi paralisada, e a empresa e a prefeitura resolveram rescindir o contrato. Com isso, iniciou o período de demora para a retomada dessas obras que até hoje não se concluíram. O tempo passou, a quantidade de dinheiro foi ficando menor por conta da inflação, os preços foram subindo. Muitas das coisas que são aplicadas nas estações de tratamento, são importadas, e o dólar disparou. Isso fez com que o dinheiro que era contado para fazer a estação, fosse ficando insuficiente. Prefeitos que vieram posteriormente, investiram o dinheiro que foi conseguido, mas para concluir a obra, será necessário algum investimento da Prefeitura, porque infelizmente houve uma demora que atrapalhou a obra, e acabou criando um déficit na questão financeira”, constatou.

De acordo com João Luís, quando ele foi apresentar o projeto do tratamento de esgoto, o mesmo já estava pronto, pois havia sido desenvolvido na gestão anterior à sua.  “Mas ele tinha algumas falhas que foram discutidas com o Ministério das Cidades, que forneceu o recurso na época. O combinado era que ao longo da obra, fossem sendo feitos ajustes, faltavam alguns detalhes. Como não tínhamos condições jurídicas ou econômicas de fazer outro projeto, aproveitamos o que já estava feito, e fomos fazendo algumas adaptações. Isso já havia sido visto e ajustado, de maneira que a obra pudesse ser finalizada com o recurso mesmo sendo preciso um tempo adicional, mas o problema é que esse tempo não se cumpriu”, disse.

Saerp

O ex-prefeito falou durante a entrevista sobre a Saerp, que foi criada durante sua gestão, e tem sido alvo frequente de reclamações por parte dos munícipes. “A Saerp foi necessária em função do recebimento da verba do esgoto. Se não tivéssemos uma autarquia, não poderíamos receber a verba. Na época a água na cidade era extremamente deficitária, fizemos vários investimentos e foi feito um ajuste de valores. Deveria ter um cronograma de investimento para melhorar não só a qualidade da água, mas também encanamentos, o que não foi feito”, afirmou.

Para o ex-prefeito, a Saerp precisa ter um planejamento para que o superávit financeiro seja aplicado nas estações de tratamento de água e esgoto. “Temos que reduzir as perdas, a quantidade de água que é tratada e entra em nosso reservatório, até chegar na casa das pessoas, mais da metade hoje se perde no caminho, cerca de 60%, o que é um absurdo. A cada litro, que é produzido de água na cidade, que tem custo alto, mais da metade vai para terra antes de chegar na casa das pessoas. Com o superávit, a Saerp deveria estar investindo o dinheiro em novas redes de água, para que as perdas sejam reduzidas”, observou.

“É preciso que a Saerp crie um planejamento de investimento para renovação das estações de tratamento, criação de reservatórios, de novas adutoras, e substituição de encanamentos antigos que estão totalmente superados em condições que não permitem mais uma distribuição de água adequada. O sistema já é antigo, tem mais de 100 anos em alguns lugares, se não houver investimento, não vai melhorar, dessa forma cada vez mais água será perdida, e a Prefeitura terá que cobrar mais das pessoas por uma água que nem sempre tem uma qualidade desejável”, comentou.

João Luís afirmou que estará apto para participar das eleições municipais em 2024. Mas afirmou que sua única preocupação agora, é colaborar com o município. Concluir o tratamento de esgoto, para ele, deve ser prioridade neste momento, para que empresas de fora que tiverem interesse em se instalar na cidade, possam vir para São José do Rio Pardo. “ Precisamos ter condições adequadas para receber essas empresas, melhorar vias públicas, resolver o problema da água. Temos muitos desafios de Infraestrutura para serem resolvidos”, declarou.

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