Objetivo do Festival é conectar pessoas por meio da música
No dia 8 de janeiro, quarta-feira, ás 19h30, o Centro Cultural Ítalo Brasileiro receberá o Ilumina Festival, concerto que conta com a participação de músicos renomados e jovens talentosos de toda a América Latina.
O Ilumina Festival, foi idealizado pela violista norte americana Jennifer Stumm, que após participar como solista e professora em diversos concertos e festivais pelo Brasil, identificou inúmeros talentos, e percebeu a necessidade de um festival que proporcionasse uma experiência única para jovens em fase de profissionalização, que agregasse valor, crescimento pessoal, profissional e oportunidades diferentes dos festivais já existentes.
Desde 2015 o festival acontece anualmente sempre no início do mês de janeiro, período de férias dos estudantes.
O festival beneficia 24 jovens artistas de toda a América Latina e traz ao Brasil 12 importantes solistas internacionais. Juntos apresentam concertos gratuitos no interior e na capital paulista.
Ambiente
Trabalhando e convivendo lado a lado por dez dias em um ambiente paradisíaco em uma fazenda de café orgânico no interior de São Paulo, proporcionam oportunidades e contatos para ampliar as perspectivas de artistas de uma nova geração, além de oferecer aos solistas um espaço revigorante e inspirador. Os músicos têm liberdade para explorar novas ideias e compartilhar – se engajando intensamente com a natureza, com o próximo, e com uma busca comum pela excelência, tanto na música quanto na vida. Um dia típico no Ilumina começa com uma sessão de trabalho descontraído, onde um grupo liderado por um solista determina, em conjunto, qual a necessidade deles.
Jennifer
Jennifer Stumm, diretora artística, violista e idealizadora do festival, concedeu uma entrevista à Gazeta do Rio Pardo para falar sobre o Ilumina.
“É uma experiência totalmente imersiva, onde artistas tem uma oportunidade para trabalhar juntos, lado a lado com músicos com muito talento. Para mim é muito importante, ele cria oportunidades para jovens que tem talento, mas que muitas vezes não tem condições financeiras para se dedicar a música. O ilumina é um ambiente muito especial, com uma energia incrível. Para nós é um prazer, uma honra trabalhar com esses jovens”, declara.
“Nasci em Atlanta, nos Estado Unidos. Comecei a estudar violino com oito anos, sempre amei música. Estudei na Juilliard School , em Nova Iorque. Comecei minha carreira com 22 anos, ganhei alguns prêmios internacionais, em concertos em outros países, mas para mim música é muito mais do que prêmios. A música tem o poder para conectar pessoas”, afirma. “Me mudei para a Europa, e agora eu moro em Viena. Sou professora do conservatório em Viena. Toco em concertos do mundo inteiro, mas ter uma visão social sempre foi muito importante para mim”, relata Jennifer.
“O Ilumina oferece workshops, oportunidades para as pessoas no mundo da música. É uma experiência de como conectar pessoas. Eu invisto muito tempo no Festival, ele é uma grande parte da minha vida. No futuro quero expandir o projeto. Agora o Ilumina é muito mais do que só um festival. Temos projetos em outros países, como Bolívia, Colômbia, concertos em São Paulo. Agora temos muitas oportunidades e parcerias com outras escolas, para fazer outros projetos parecidos com nosso festival”, encerra.
Nathan
Nathan Amaral, 24 anos, é um dos jovens músicos do festival, nasceu na comunidade da Mangueira, no Rio de Janeiro.
“Comecei aos 12 anos estudar música, um pouco tarde, mas com o apoio de muitas pessoas. Depois de um tempo me mudei para São Paulo, para estudar na Academia do Exército, e fiz a prova para entrar no Festival. Conheci o Festival Ilumina em 2016 porque outros jovens tinham ido na primeira edição e tinham me aconselhado a ir também. Passamos por um processo seletivo para poder estudar no Ilumina, são 24 jovens selecionados para poder trabalhar lado a lado com artistas internacionais que são solistas do mundo inteiro. Eles se apresentam nas grandes orquestras. É um trabalho intensivo de música de Câmara”, conta.
“A ideia da Jennifer é juntar as pessoas, ela acredita que a música seja para todos, que todas as pessoas independente de classe, raça, cor, devem receber a música. Ela quis ajudar os jovens com talentos, encontrou no Brasil o que ela não tinha visto antes em outros lugares. O trabalho dela é extraordinário. Estamos tendo resultados incríveis de jovens que estão indo estudar fora nos melhores conservatórios”, afirma.
Repercussão
“A repercussão do Ilumina está sendo tão grande, que a Jennifer já foi chamada para dar entrevista para a Nasa, para falar sobre esse projeto. Recebemos diversos apoios e retornos de pessoas que acreditam nessa visão que ela teve de ajudar os jovens brasileiros. Muitas pessoas começaram com o apoio de outras. O festival Ilumina tem sido um divisor de águas para que mais jovens tenham oportunidade no mundo da música”, finaliza Nathan.
Por Júlia Sartori