Empregando cerca de 200 pessoas, as lojas do grupo têm se adaptado para manter os funcionários
A ideia de montar uma loja popular, há 32 anos, deu origem ao que é hoje um conglomerado de empresas onde trabalham mais de 200 pessoas. O Grupo Binga e Elvis é um dos maiores empregadores da cidade.
A iniciativa foi de Paulo Santo Viana – o Elvis – que já havia atuado no ramo das confecções, trabalhando como vendedor das Casas Pernambucanas, aos 18 anos de idade.
Em sociedade com o irmão, Luís Carlos Viana – o Binga – em 1989 empreenderam abrindo a loja Binga & Elvis Confecções. Era um espaço modesto, na Praça Barão do Rio Branco, onde empregavam dois funcionários.
“A gente começou juntos em confecções, depois enxoval e, a partir dali os filhos foram chegando. Se interessaram em trabalhar juntos”, contou Paulo Viana, em entrevista nesta semana na Rádio Difusora 107,3 FM.
Ele relatou que a participação dos filhos deu início à expansão das lojas, nos segmentos de calçados, cosméticos, bolsas e acessórios, artigos esportivos, além de presentes e decorações. Mais recentemente, o grupo assumiu também a propriedade de uma das lojas mais tradicionais da cidade, a Feira do Lar.
“A gente conseguiu separar, para a família. Eu tenho quatro filhos, o Binga tem dois, e eles terão que dar continuidade ao trabalho. Estão tocando, e muito bem”, garantiu Paulo.
Segundo Luís Carlos – também entrevistado pela Difusora – em torno de 200 pessoas são empregadas em todas as unidades do grupo, número que pode chegar a 300, dependendo do período do ano, com as contratações temporárias.
Enfrentando a pandemia
Neste período da pandemia, com a diminuição das atividades, no ano passado o grupo aderiu à suspensão temporária de contratos – medida proposta pelo Governo Federal como apoio às empresas. De acordo com Paulo Viana, tem sido um período difícil.
“A preocupação foi muito grande, a partir do momento em que começaram a fechar lojas, as vendas foram caindo, a gente teve de batalhar para sobreviver e manter os funcionários”, disse.
O quadro de funcionários foi mantido e, na fase atual, o grupo vem inovando para manter os empregos. Conforme explicou Paulo Viana, a aposta tem sido nas lives, pelas redes sociais, para atrair os consumidores e promover as vendas.
“A live veio para ficar, porque a pessoa mesmo podendo sair de casa, não está saindo e a gente tem que respeitar isso. Ela tem condições de comprar pelo celular”, acrescentou.
Luís Carlos comentou que a exemplo de outras empresas, o grupo também foi afetado pelas questões econômicas relacionadas à pandemia. “Falar que não houve prejuízo é mentira. Tivemos dificuldades. A loja estava esperando o cliente mas em obediência a tudo o que estamos passando, acabou-se vendendo menos do que a gente esperava”, disse, acrescentando que o grupo buscou alternativas como mudar a forma de vender e adotar sistema de entregas. “Tivemos que nos adaptar às situações e preparar os funcionários”, completou.
Medidas dos governos
De acordo com Paulo Viana, não há como analisar se são ou não corretas as medidas propostas pelo Estado no controle da pandemia como, por exemplo, implementar restrições ao funcionamento da atividade econômica, por meio do lockdown.
“A doença está aí, pessoas morrendo no Brasil e no mundo. É a saúde que está em primeiro lugar. Tudo o que o governo fizer, seja estadual ou federal, a gente tem que acatar da melhor maneira possível. Não vamos brigar com ninguém. O que for determinado a gente vai fazer. A gente não é médico para saber o que é ou não certo”, disse.
Ele observou ainda que, diante das restrições, a alternativa foi inovar para continuar pagando salários e mantendo os trabalhadores no quadro. Além disso, analisou que as medidas de ajuda oferecidas pelos governos não chegam às empresas. “O governo lança empréstimos, mas a maioria das empresas não consegue acesso. Os pequenos não conseguem acesso a isso”, afirmou.
“Nós achamos que a Covid é sempre um problema dos outros, mas é da gente. Se eu tive uma pessoa na família com Covid e perdi, vou encarar a doença de um jeito. A pessoa que não passou por nada disso, vai encarar de outra forma. São várias opiniões de pessoas vivendo situações diferentes. A maior importância que temos que dar é preservar o que está sendo feito, ou seja, uso de máscaras, manter o distanciamento, respeitar a opinião das pessoas. É uma doença perigosa. Mata. E ninguém sabe quem será a próxima vítima”, disse Luís Carlos Viana.
Os empresários falaram obre as expectativas em relação às novas fases de flexibilização da economia, propostas pelo Plano São Paulo.
“Quanto mais rápido abrir, melhor, desde que as pessoas tenham todos os cuidados. Tenho de parabenizar todo o comércio rio-pardense, por estar tomando os devidos cuidados. Aglomeração não está ocorrendo. A gente está convivendo com a pandemia, com o cuidado do distanciamento, usando máscara e afirmo que isso já é um sucesso. Então, é conscientização”, comentou Luís Carlos.
Paulo Viana informou que, já pensando na flexibilização, o grupo está preparado suas lojas para oferecer promoções nos próximos meses, principalmente para as comemorações relacionadas ao Dia das Mães e dos Namorados.